eBook, 276 pages
Português language
Published Jan. 1, 2020 by Editora Perspectiva.
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"A Música e o Inefável", de 1961, é a primeira obra do filósofo francês de ascendência russa Vladimir Jankélévitch (1903-1985), relacionada à música, lançada no Brasil. Fato relevante, já que ele é autor de títulos importantes sobre Debussy e Fauré, e do intrigante La Rhapsodie: Verve et improvisation musicale, no qual colocava em destaque a improvisação como elemento composicional, antecipando em 1955 questões presentes no momento atual. Desenvolvendo ideias seminais de Gaston Bachelard e Henri Bergson com relação à percepção do tempo e da duração e suas relações com o fenômeno musical, Jankélévitch descortina camadas de linguagem no tecido de construção musical e seus reflexos na percepção do ouvinte. Ao ecoar Kierkegaard, autor de um ensaio fundamental sobre o Don Giovanni de Mozart (Os Estádios Eróticos Imediatos ou o Erótico-Musical), aprofunda questões das objetividades e subjetividades musicais de forma a ultrapassar um certo mecanicismo da musicologia acadêmica. Uma …
"A Música e o Inefável", de 1961, é a primeira obra do filósofo francês de ascendência russa Vladimir Jankélévitch (1903-1985), relacionada à música, lançada no Brasil. Fato relevante, já que ele é autor de títulos importantes sobre Debussy e Fauré, e do intrigante La Rhapsodie: Verve et improvisation musicale, no qual colocava em destaque a improvisação como elemento composicional, antecipando em 1955 questões presentes no momento atual. Desenvolvendo ideias seminais de Gaston Bachelard e Henri Bergson com relação à percepção do tempo e da duração e suas relações com o fenômeno musical, Jankélévitch descortina camadas de linguagem no tecido de construção musical e seus reflexos na percepção do ouvinte. Ao ecoar Kierkegaard, autor de um ensaio fundamental sobre o Don Giovanni de Mozart (Os Estádios Eróticos Imediatos ou o Erótico-Musical), aprofunda questões das objetividades e subjetividades musicais de forma a ultrapassar um certo mecanicismo da musicologia acadêmica. Uma leve névoa irônica perpassa o texto, de forma a suscitar no leitor a reflexão constante e crítica. Virtude de um filósofo heterodoxo que, resgatando a melhor prosa moral e lógica, estabelece conexões e cria novos nós nervosos nas texturas estratificadas do pensamento, expondo nuances que somente a criação pode oferecer. "A Música e o Inefável" acrescenta uma nova tonalidade de pensamento na análise e fruição da criação musical em nosso ambiente.