Por exemplo, quando dizermos que “um músico fez esta estátua”, devemos entender que ele a fez não enquanto músico, mas enquanto escultor. Para expressarmos em termos aristotélicos esta explicação, deveríamos dizer que “um músico fez acidentalmente esta estátua”, compreendendo acidentalmente como não sendo próprio da natureza de A fazer B, isto é, não é próprio da natureza do músico fazer esculturas. Dizer que não é próprio da natureza de A fazer B não é o mesmo que dizer que é eventual ou excepcional à sua natureza (este também é um dos sentidos de “por acidente”).17 Analogamente, se dizemos que “o convalescer é acidentalmente prazeroso”, devemos entender acidentalmente como não sendo próprio da natureza do convalescer ser prazeroso ou que não é enquanto um convalescer que este processo é prazeroso.