Marte reviewed A colher que desaparece by Sam Kean
Um livro com altos e baixos (alguns bem baixos)
4 stars
A premissa toda do livro A Colher que Desaparece é ser um livro de curiosidades sobre a história da ciência. Eu adoro história da ciência e eu adoro curiosidades. O problema é quando o autor pega muito nas curiosidades e esquece do rigor da história da ciência. Para mim, de forma resumida, o maior defeito desse livro é ser americano. Algumas coisas que o autor vê como óbvias ou que são simplesmente ignorância da parte dele são extremamente estadunidenses. Por exemplo, na esteira de Karl Popper (o filósofo da ciência preferido de 10 em 10 cientistas das exatas, porque eles não gostam de filosofia, só de fingir que gostam de filosofia), classifica o marxismo como uma pseudociência. Ou então mais de uma vez cita Stálin para provar um ponto que poderia ter sido provado com figuras estadunidenses, porque o americano ama um espantalho soviético para chamar de seu, mesmo no …
A premissa toda do livro A Colher que Desaparece é ser um livro de curiosidades sobre a história da ciência. Eu adoro história da ciência e eu adoro curiosidades. O problema é quando o autor pega muito nas curiosidades e esquece do rigor da história da ciência. Para mim, de forma resumida, o maior defeito desse livro é ser americano. Algumas coisas que o autor vê como óbvias ou que são simplesmente ignorância da parte dele são extremamente estadunidenses. Por exemplo, na esteira de Karl Popper (o filósofo da ciência preferido de 10 em 10 cientistas das exatas, porque eles não gostam de filosofia, só de fingir que gostam de filosofia), classifica o marxismo como uma pseudociência. Ou então mais de uma vez cita Stálin para provar um ponto que poderia ter sido provado com figuras estadunidenses, porque o americano ama um espantalho soviético para chamar de seu, mesmo no século XXI. O autor também parece achar de bom tom defender eugenistas só porque o cientista em questão não era tão ruim assim. Esses defeitos tornam o livro impossível de se recomendar. Mas eu estaria mentindo se dissesse que a contação de história e as curiosidades escolhidas para o livro não me empolgaram bastante. Eu fiquei fascinada principalmente com a última parte do livro, que fala sobre desenvolvimentos da tabela periódica (e agregados) nos últimos anos. Como sempre, me deu uma vontade quase incontrolável de estudar física de partículas (como se eu entendesse de algo disso).
Enfim, na parte de curiosidades, é um livro muito legal. No rigor de história da ciência, mais ou menos. E as partes tipicamente americanas do livro são uma bosta. Mas, no geral, foi uma leitura interessante. E é bem amigável para pessoas leigas, não precisa ser nenhum expert em química para acompanhar. Na verdade, talvez ajude a te acender alguma curiosidade extra se química sempre foi um tormento pra você.