Marte started reading Um apartamento em Urano by Paul B. Preciado
Um apartamento em Urano by Paul B. Preciado
Com uma radicalidade lúcida e furiosa que demole qualquer noção conservadora e normativa, Um apartamento em Urano oferece ao leitor …
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Com uma radicalidade lúcida e furiosa que demole qualquer noção conservadora e normativa, Um apartamento em Urano oferece ao leitor …
Esse livro é uma peça de ficção muito autobiográfica de Julián Fuks, um autor brasileiro filho de pais exilados da Argentina durante uma ditadura militar (1976-1983). Digo que é uma ficção muito autobiográfica porque muitas coisas que aparecem no livro no tocante ao protagonista são praticamente idênticas aos dados públicos de Fuks, incluindo o fato de ser filho de exilados políticos argentinos. Onde termina a realidade e começa a ficção e vice-versa é algo que o autor nunca deixou claro, e parte da graça do livro.
É um livro relativamente curto, que traz bastante coisa da psicanálise Winnicottiana, e relaciona as pontes entre traumas relacionados à ditadura e traumas familiares associados ao exílio e à adoção de crianças. Em alguns momentos, eu me irritei com o tom pesaroso que o protagonista assume para si mesmo frente ao seus dilemas com o irmão adotivo, mas da metade para o final o …
Esse livro é uma peça de ficção muito autobiográfica de Julián Fuks, um autor brasileiro filho de pais exilados da Argentina durante uma ditadura militar (1976-1983). Digo que é uma ficção muito autobiográfica porque muitas coisas que aparecem no livro no tocante ao protagonista são praticamente idênticas aos dados públicos de Fuks, incluindo o fato de ser filho de exilados políticos argentinos. Onde termina a realidade e começa a ficção e vice-versa é algo que o autor nunca deixou claro, e parte da graça do livro.
É um livro relativamente curto, que traz bastante coisa da psicanálise Winnicottiana, e relaciona as pontes entre traumas relacionados à ditadura e traumas familiares associados ao exílio e à adoção de crianças. Em alguns momentos, eu me irritei com o tom pesaroso que o protagonista assume para si mesmo frente ao seus dilemas com o irmão adotivo, mas da metade para o final o livro engrena e é bem interessante. Além disso, o tempo inteiro somos encarados pela questão: o que é uma narrativa real, de acordo com os fatos, ou é coisa da memória do protagonista enviesada pelo tempo?
Comecei pensando que não merecia o Jabuti de 2016, mas mudei de ideia. É uma narrativa muito interessante e que expõe feridas pustulentas abertas nas famílias que lidam com o trauma de ditaduras - como a minha.
@childmarxncoca bom saber! :-)
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A capa do livro da Tatiana Roque tem algo que, eu não sei se foi proposital, mas se aproxima muito da representação visual da reação de Belousov-Zhabotinsky. Essa reação acontece fora da termodinâmica do equilíbrio, intimamente ligada à teoria do caos. E é exatamente sobre reações complexas encadeadas que não podem ser descritas por equações diferenciais que Tatiana Roque, matemática e historiadora da matemática, aborda em seu livro.
O livro de Roque tem alguns pontos principais, mas coloco luz sobre um dos mais interessantes para mim: como a ciência do clima, incluindo a comunicação sobre fenômenos do aquecimento global, pouco tem a ver com o modelo de ciência anterior, fortemente relacionado às certezas quase-exatas das equações diferenciais da astronomia. Saímos, durante o século XX, do modelo de ciência com certeza para a ciência que trabalha com aproximações estatísticas - nem por isso menos confiáveis. No meio de tudo isso, uma …
A capa do livro da Tatiana Roque tem algo que, eu não sei se foi proposital, mas se aproxima muito da representação visual da reação de Belousov-Zhabotinsky. Essa reação acontece fora da termodinâmica do equilíbrio, intimamente ligada à teoria do caos. E é exatamente sobre reações complexas encadeadas que não podem ser descritas por equações diferenciais que Tatiana Roque, matemática e historiadora da matemática, aborda em seu livro.
O livro de Roque tem alguns pontos principais, mas coloco luz sobre um dos mais interessantes para mim: como a ciência do clima, incluindo a comunicação sobre fenômenos do aquecimento global, pouco tem a ver com o modelo de ciência anterior, fortemente relacionado às certezas quase-exatas das equações diferenciais da astronomia. Saímos, durante o século XX, do modelo de ciência com certeza para a ciência que trabalha com aproximações estatísticas - nem por isso menos confiáveis. No meio de tudo isso, uma ruptura essencial: a Segunda Guerra Mundial e a bomba atômica que assolou Hiroshima e Nagasaki. A relação entre população geral e a casta técnica-científica nunca mais foi a mesma. O livro de Roque analisa tudo isso e mais um pouco. Tem um caráter mais generalista, é verdade, mas também não tem como abordar tanta coisa num livro só. Aqui, temos um panorama geral das relações entre ciência e política, e como não dá para separar as duas coisas, desde o século XVIII.
Mais importante ainda, Roque, ao final, aponta em quais caminhos podemos nos inspirar para soluções do buraco em que nos encontramos, tentando ao máximo trazer o panorama decolonial e privilegiar as visões de povos originários e afro-americanos. Às vezes, Roque dá umas deslizadas nesse assunto, mas achei uma tentativa mais do que válida, bem-sucedida.
Uma coisa que me incomodou enquanto química é que a linguagem é geral demais, ou seja, os públicos podem variar. Você não precisa ser um ás da matemática ou saber muito de ciência do clima e astronomia para entender os pontos desse livro, Roque é bem didática nisso. Mas, em alguns pontos, isso me incomodou um pouco. Coisa pessoal, mesmo.
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Ganhei esse livro de uma mulher gaúcha que morou comigo em São Paulo em 2015. Dividíamos o quarto da pensão, e ela era pelo menos 25 anos mais velha do que eu. Ela meio que me adotou como filha postiça dela na época, já que seus filhos mesmo tinham ficado temporariamente no RS. Além disso, ela trabalhava na Livraria Cultura, então estava sempre com livros. Quando deixei a pensão, ela me deu esse livro e deixou uma dedicatória muito fofa, dedicada "à quiçá futura professora de químca". Olha só, eu realmente me formei professora de química. Saudades dela, gostaria de saber como está, mas nunca mais tive contato. Sou ruim com essas coisas.
Bom, voltando para o livro, A importância de ser prudente é uma peça de teatro bastante afiada, dedicada a tirar sarro da burguesia britânica do final do século XIX. Nisso, Oscar Wilde é excelente. Tenho vontade de …
Ganhei esse livro de uma mulher gaúcha que morou comigo em São Paulo em 2015. Dividíamos o quarto da pensão, e ela era pelo menos 25 anos mais velha do que eu. Ela meio que me adotou como filha postiça dela na época, já que seus filhos mesmo tinham ficado temporariamente no RS. Além disso, ela trabalhava na Livraria Cultura, então estava sempre com livros. Quando deixei a pensão, ela me deu esse livro e deixou uma dedicatória muito fofa, dedicada "à quiçá futura professora de químca". Olha só, eu realmente me formei professora de química. Saudades dela, gostaria de saber como está, mas nunca mais tive contato. Sou ruim com essas coisas.
Bom, voltando para o livro, A importância de ser prudente é uma peça de teatro bastante afiada, dedicada a tirar sarro da burguesia britânica do final do século XIX. Nisso, Oscar Wilde é excelente. Tenho vontade de ler mais coisas do autor. A leitura é tranquila, mas azeda com o humor sarcástico que se tornou marca de Wilde. Uma pena que logo após o lançamento dessa peça, Wilde tenha sido preso por manter relações sexuais com outros homens, o que invariavelmente contribuiu para sua morte poucos anos depois.