Marte wants to read A Vegetariana by Han Kang
![Han Kang: A Vegetariana (Paperback, portuguese language, 2018, Todavia)](https://deposito.velhaestante.com.br/images/covers/103aad76-b040-480e-992d-0aefdccfdcd9.jpeg)
A Vegetariana by Han Kang
“Eu tive um sonho”, diz Yeonghye, e desse sonho de sangue e escuros bosques nasce uma recusa radical: deixar de …
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“Eu tive um sonho”, diz Yeonghye, e desse sonho de sangue e escuros bosques nasce uma recusa radical: deixar de …
Seu último romance em que volta a suas questões íntimas. O tema de Nêmesis é a epidemia de pólio que …
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Relato de xamã Yanomami revela a riqueza e as lutas dos povos da floresta em livro de gênero único.
Um …
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Ganhador do Prêmio Angoulême (França)
Ganhador dois prêmios Rudolf Dirks (Alemanha)
Ganhador de um prêmio HQ Mix (Brasil)
“É um …
Ganhador do Prêmio Angoulême (França)
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“É um …
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“É um …
Em breve, pretendo retomar Banzeiro òkòtó em um texto mais elaborado, porque esse livro mexeu bastante fundo comigo, então merece mais do que uma curta resenha.
E não é porque é um livro perfeito. Longe disso.
Eliane Brum narra nesse livro duas histórias que se cruzam: a do fim do mundo, expressa pelas contradições na cidade de Altamira, não-casa de populações vulneráveis a todo tipo de violência, e a vida de uma mulher branca que resolveu se desbranquear (aqui, o branco no sentido de napë, inimigo, na língua dos yanomami, conceito que tem par em outras línguas de povos originários).
Eliane sabe que é impossível se desbranquear. Nada que ela faça vai apagar a cor branca de sua pele e sua vivência de 58 anos de gaúcha branca, mesmo vivendo em Altamira desde 2017. Isso não a impede de tentar - não de mudar de cor de pele, óbvio que …
Em breve, pretendo retomar Banzeiro òkòtó em um texto mais elaborado, porque esse livro mexeu bastante fundo comigo, então merece mais do que uma curta resenha.
E não é porque é um livro perfeito. Longe disso.
Eliane Brum narra nesse livro duas histórias que se cruzam: a do fim do mundo, expressa pelas contradições na cidade de Altamira, não-casa de populações vulneráveis a todo tipo de violência, e a vida de uma mulher branca que resolveu se desbranquear (aqui, o branco no sentido de napë, inimigo, na língua dos yanomami, conceito que tem par em outras línguas de povos originários).
Eliane sabe que é impossível se desbranquear. Nada que ela faça vai apagar a cor branca de sua pele e sua vivência de 58 anos de gaúcha branca, mesmo vivendo em Altamira desde 2017. Isso não a impede de tentar - não de mudar de cor de pele, óbvio que não, mas de revirar sua cosmologia inteira e permitir que o banzeiro do Xingu a leve para o olho do furacão.
Tem algumas partes do livro que você sabe muito bem que é uma branca escrevendo. Até um excesso de didatismo em certos pontos, pode incomodar alguns leitores. Mas, na minha opinião, o trunfo de Eliane é justamente não negar seu status de branca e entregar uma coisa falsa. Outro trunfo é que ela escolheu, ao contrário de muitas pessoas brancas, ir direto ao olho do furacão para viver sua vida amplificando vozes de quem importa.
E é por isso que esse livro me impactou tanto. Eu sou branca, sou cosmopolita, sou completamente napë, e recentemente tenho me questionado sobre tudo o que acreditava até (quase literalmente) ontem. De novo, o que Eliane entrega aqui não é nada muito revolucionário para quem já vive a vida em Altamira e no olho do banzeiro amazônico. Essa leitura é para nós, branques.
É um livro pesado, que denuncia violência o tempo inteiro, algumas as mais brutais violências dentro do território usurpado pelo Estado brasileiro, então não leia sem se preparar emocionalmente.
Ainda estou processando esse livro, então um texto mais elaborado vai sair, aguardem.
Escritora, jornalista e documentarista, Eliane Brum faz um mergulho profundo nas múltiplas realidades da maior floresta tropical do planeta. Com …