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Marte

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Frantz Fanon: Pele Negra, Máscaras Brancas (Paperback, português language, 2020, Ubu) 5 stars

Com uma interpretação psicanalítica da questão negra e uma linguagem literária transformadora, este livro se …

O problema negro não se desfaz no problema dos negros vivendo entre os brancos, mas sim no problema dos negros sendo explorados, escravizados, desprezados por uma sociedade capitalista, colonialista, acidentalmente branca. O senhor se pergunta, sr. Salomon, o que faria "se vocês tivessem 800 mil negros na França"; porque para o senhor existe um problema, o problema do incremento dos negros, o problema do perigo negro. O martinicano é um francês, ele quer permanecer no seio da União Francesa, ele só pede uma coisa, que os imbecis e os exploradores lhe deixem aberta a possibilidade de viver humanamente.

Pele Negra, Máscaras Brancas by  (Page 212)

finished reading Abandonment Neurosis by Germaine Guex (The History of Psychoanalysis)

Germaine Guex, Peter D. Douglas: Abandonment Neurosis (2015, Taylor & Francis Group) No rating

First published in 1950, La nevrose d'abandon was and still is a ground-breaking work. The …

Li 3 de 4 capítulos, mas não considero desistência porque li o que me interessava (o capítulo 4 é sobre táticas terapêuticas e não entendo de psicanálise o suficiente para apreciar).

Frantz Fanon: Pele Negra, Máscaras Brancas (Paperback, português language, 2020, Ubu) 5 stars

Com uma interpretação psicanalítica da questão negra e uma linguagem literária transformadora, este livro se …

Assim, sabendo de tudo isso, sabendo o que o arquétipo senegalês pode significar para um malgaxe, as descobertas de Freud não têm nenhuma utilidade para nós s. (...) É preciso dizer que, em certos momentos, o socius é mais importante do que o homem. (...) O touro negro furioso não é o falo. Os dois homens negros não são os dois pais - um que representaria o pai real e o outro, o ancestral. (...) O fuzil do soldado senegalês não é um pênis, mas realmente um fuzil Lebel 1916.

Pele Negra, Máscaras Brancas by  (Page 117 - 120)

Crítica articulada à leitura psicanalítica do fenômeno da colonização feita pelo autor Octave Mannoni. Ele supõe que o negro colonizado tem uma tendência natural psicológica a ser submisso, dependente. Para isso, cita alguns sonhos de jovens malgaxes (de Madagascar) envolvendo touros negros, argumentando que seriam sobre o falo (no sentido psicanalítico). Acontece que Madagascar foi violentamente colonizada pela França, que utilizou dos serviços militares de negros de outras partes da África, especialmente Senegal, para torturar e matar malgaxes. Nesse sentido, Fanon faz uma dura crítica a Mannoni (e, indiretamente, a Freud).

Frantz Fanon: Pele Negra, Máscaras Brancas (Paperback, português language, 2020, Ubu) 5 stars

Com uma interpretação psicanalítica da questão negra e uma linguagem literária transformadora, este livro se …

Penso, sinceramente, que uma experiência subjetiva pode ser compreendida por outrem; e não me agrada nem um pouco dizer que "o problema negro é meu problema, apenas meu", e em seguida me pôr a estudá-lo. Mas me parece que Mannoni não tentou sentir por dentro o desespero do homem de cor diante do branco. Eu me dediquei neste estudo a abordar a miséria do negro. Tátil e afetivamente. Não quis ser objetivo. Aliás, a verdade é: não me foi possível ser objetivo.

Pele Negra, Máscaras Brancas by  (Page 101)

Frantz Fanon: Pele Negra, Máscaras Brancas (Paperback, português language, 2020, Ubu) 5 stars

Com uma interpretação psicanalítica da questão negra e uma linguagem literária transformadora, este livro se …

Falar petit-nègre a um negro é humilhá-lo, pois ele é "aquele que fala petit-nègre". No entanto, dirão que não há intenção, vontade de humilhar. Pode ser, mas o que é humilhante é justamente essa ausência de intenção, essa complacência, essa indiferença, essa facilidade com que ele é fixado, com que é aprisionado, primitivizado, anticivilizado.

Pele Negra, Máscaras Brancas by  (Page 46)

Frantz Fanon: Pele Negra, Máscaras Brancas (Paperback, português language, 2020, Ubu) 5 stars

Com uma interpretação psicanalítica da questão negra e uma linguagem literária transformadora, este livro se …

Quando um antilhano bacharel em filosofia opta por não disputar uma vaga de docente, tendo em vista sua cor, digo que a filosofia nunca salvou ninguém. Quando um outro insiste em me provar que os negros são tão inteligentes quanto os brancos, digo: tampouco a inteligência nunca salvou ninguém, e isso é verdade, pois, se é em nome da inteligência e da filosofia que se proclama a igualdade dos homens, é também em nome delas que se decide pelo extermínio desses mesmos homens.

Pele Negra, Máscaras Brancas by  (Page 43)

Paul B. Preciado: Um apartamento em Urano (Paperback, Português language, 2019, Zahar) 4 stars

Com uma radicalidade lúcida e furiosa que demole qualquer noção conservadora e normativa, Um apartamento …

Crônicas do devir

4 stars

Se eu tivesse um real para cada vez que Paul B. Preciado fala do devir deleuziano, eu estaria com dinheiro para comprar um açaí.

Piadas à parte, eu comecei esse livro bastante empolgada. Os primeiros capítulos são chocantes, no bom sentido. Preciado detona a família margarina e a supremacia branca-ocidental mais de uma vez. Conforme o livro foi passando, pela quantidade de temas a que somos expostos, aprendemos um pouco mais das subjetividades (e ele adora essa palavra, tá) do autor. Alguns, me deram um pouco de sono. Explico.

Peguei esse livro, que foi um presente meu para meu marido, para ler porque estava interessada nessa tal de travessia do sistema sexo-gênero. Questões pessoais à parte, fui surpreendida, porque não necessariamente os ensaios aqui aglomerados fazem referência a isso - mas o assunto não deixa de aparecer durante o livro todo. O livro é composto por 72 ensaios escritos de …

Paul B. Preciado: Um apartamento em Urano (Paperback, Português language, 2019, Zahar) 4 stars

Com uma radicalidade lúcida e furiosa que demole qualquer noção conservadora e normativa, Um apartamento …

A criança que Frigide Barjot pretende proteger não existe. Os defensores da infância e da família invocam a figura política de uma criança que eles constroem de antemão como heterossexual e de gênero normatizado. Uma criança privada de toda energia de resistência e da potência de usar livre e coletivamente seu corpo, seus órgãos e seus fluidos sexuais. Essa infância que eles pretendem proteger está cheia de terror, de opressão e de morte. Frigide Barjot joga com a vantagem de a criança não ser considerada capaz de rebelar-se politicamente contra o discurso dos adultos: a criança continua a ser considerada um corpo que não tem o direito de governar.

Um apartamento em Urano by  (Page 69 - 70)