nati noronha reviewed Restaura-me by Tahereh Mafi
Restaura-me a coerência desta linha cronológica
Content warning A resenha em geral, contém spoiler!
Eu gastei um dinheirão para comprar o box, e algumas pessoas insistem que eu siga a leitura desta nova trilogia da mesma saga, Estilhaça-me. Sobretudo, segui o andamento da leitura na força do ódio.
Restaura-me começa com a protagonista sendo uma comandante suprema cerca de 16 dias. Particularmente, eu odiei a forma que a menina estava se comportando no cargo, ela não se comportava como uma chefe do poder executivo, sei lá, agia como uma capitã colegial de torcida, uma líder de time de torcida. Ainda está nos seus 17 anos, conclui que, uma pirralha está controlando um continente inteiro, a América do Norte. Louco, não? Patético. Horrível. Medíocre. Desprezível. Horroroso. Podre. Raso.
Nas primeiras páginas, observamos a presença dos mesmos personagens (tsc), como o mimado do Warner, esse personagem patético teve um surto por causa de um corte de cabelo (sim! ele surtou, literalmente). Ele é um otário, o surtadinho pediu a pessoa que não tem habilidade alguma para “aparar as pontas” e lógico que vai dar besteira, o que ele faz quando ocorre? Realiza ameaças e quer matar o sujeito que cortou o seu cabelo. Sim, ele comete esses atos, choraminga no colo da namoradinha. Se a intenção era ser fofa a cena, desculpe-me, ficou uma bosta, pois, o surtado tem fucking 19 anos de idade e está agindo como uma criança de 9 anos! Muita imaturidade. Ain, mas a cena era a ilustração do Warner tentando fazer amigos. Gente, há muitas maneiras de trabalhar nisso, por exemplo a relação dele com o Adão da Chatice poderia ter sido uma das opções, mais interessante saber como o Adam superou o seu relacionamento inexistente com a Juliette e desenvolver uma relação fraterna com seu irmão Aaron. Mas, Tahereh Mafi não gosta da palavra construção e desenvolvimento, me parece que ela não gosta de corrigir as falhas da Primeira Trilogia, apenas os repete.
Autora desta saga horrorosa transformou o cargo de Juliette num cargo escolar, espécie de presidente do grêmio estudantil. Ignora-se a necessidade de ministérios ou setores, por exemplo, Saúde, Educação, Economia, Cultura, Meio Ambiente, etc. Ou seja, o universo desta história é mal construído, não há explicações nem consequências severas após tomada de poder, lembrando que, a personagem principal deu o golpe de estado. O Restabelecimento permanece, então, na minha visão, não faz sentido classificar essa obra de distopia por que não há mudança política apenas uma troca de poder, o fascismo se apresenta consistente nesta história fictícia. O militarismo continua resistindo, e é uma lástima a escritora romantizar essa escola política através do protagonismo (branco) feminista (liberal). Não há crítica sequer uma observação necessária sobre o assunto, ressalto que a própria criadora não se interessa em construir o seu universo tampouco os seus personagens, o seu foco principal se consiste no romance (horrível).
OK. Eu me preocupei com essa romantização fascista, a personagem tornou-se numa figura autoritária quanto genocida, isso é perturbador que os seus pensamentos flertam, constantemente, o autoritarismo. Sinto-me enjoada, é um livro irresponsável. A ignorância de Juliette me impressiona, essa pirralha acabou de assumir o poder e pouco lhe interessa em conhecer o sistema político, apenas quer saber do namoradinho, ridículo. Não houve uma evolução pessoal, age de forma impulsiva. Seguidamente, o livro foca no passado de Juliette e de Warner, o problema é que a autora inventa tramas fracas na tentativa de prosseguir a história, porém, conseguiu tornar as reviravoltas numa novela mexicana mal escrita.
Juliette descobrindo que governar não é brincadeira, ao menos, foi um ponto mais razoável de Restaura-me. Eu prefiro mil vezes o Castle sendo o comandante supremo, ler o ponto de vista dele, saber os próximos passos, me perdoem, mas as narrações de Warner e Juliette são ruins, rasas e não acrescentam absolutamente nada na trama política nem no drama. Não quero saber do relacionamento amoroso dos dois, não os suporto. Já deu três livros falando sobre a relação amorosa desse casal sem sal, cansa demais da conta. OK, eu não aguentei a parte da menina reclamando do próprio trabalho, até o presente momento, não entendo o porquê de não terem a substituído, ELA NÃO TRABALHA... Deve ser a filha perdida de Bolsonaro.
Tahereh Mafi é uma escritora incrível, o seu livro Oceano Entre Nós é lindo e profundo, mas Estilhaça-me não segue o mesmo padrão, visto que os temas raciais são colocados em pauta nesse livro de forma tímida. Lembrando que a autora é racializada, acho triste que ela perdeu uma oportunidade de trabalhar mais com personagens não brancos como Castle e Kenji. Esses momentos me tocaram, queria o prosseguimento dessas cenas e deixasse de lado os personagens brancos e padrões, farta de ler as cabeças brancas quantos privilegiadas, sempre mimadas e vitimistas. Repito, Kenji e Castle merecem tomar o posto de protagonista, eu não importaria se Juliette ou Warner morresse no meio da estória, eles não são relevantes, Castle ou Kenji assumiria o cargo com honra, são mais profundos e interessantes.
As narrações são fáceis de confundir, sempre tenho que ler quem está narrando por que os pensamentos são muitos parecidos, não há personalidade sequer individualidade. Sério, achei insignificante o Warner narrando, não mudou NADA a leitura, era uma Juliette masculina narrando bobagens românticas ou quão desprezível é. Enfim, eu estava certa que esse sociopatinha era um torturador nato, ainda justifica os seus crimes, no mundo real, esse bostinha seria preso, estaria na cadeia. Não me conformo que ele está vivendo solto depois de ter destruído milhares de vidas, odeio esse tipo de personagem.
Aaron Warner torturou cerca de 2 (FUCKING DOIS) anos a coitada da irmã de Juliette. Esse cara é um monstro, porém, óbvio que ele vai ter um final feliz, não irá pagar os seus crimes, vai ter filhos com a irmã mais nova da vítima que torturou, cruelmente. Desculpe-me, eu não consigo engolir essa romantização toda, a sua """"""evolução""""" só piora, Warner nunca foi uma pessoa boa nem inteligente (o cara permite uma pirralha despreparada se reunir com os outros filhos dos comandantes supremos SEM CONHECIMENTO ALGUM). Eu não estava errada na tese, esse sociopata não teve misericórdia, aliás, torturou Juliette no primeiro livro, caramba, ainda OUSAM shippar esses dois conturbados? O cara mentiu, velho, se não fosse a pressão de Castle, ele não teria contado. Mentiroso. Canalha. Ain, mas ele tinha 16 anos, MANO???? Até eu com 16 anos, tinha ciência do certo e do errado, caramba, espero que a Juliette não fique com o cara que a torturou e praticou atrocidades contra a irmã mais velha. Sadismo puro se os dois terminarem juntos. NOJO. DESPREZO. Tahereh Mafi ama esse sociopata e vai dar um final feliz a ele, injustiça demais.
Não me choco mais com autora passando pano em relação aos crimes cometidos pelo seu favorito através de outros personagens como Kenji e Nazeera. Ain, ele torturou inocentes para sobreviver (também matou muitos, repito, ele é um fascista). Caramba, AINDA estão justificando os atos injustificáveis, defendendo o indefensável. Mano, o cara TORTUROU uma menina de 15 anos por 2 anos... Isso é doentio, ele nunca mostrou arrependimento ou sinal de redenção nos livros anteriores, IGNOROU os seus crimes nos primeiros livros (no último, ele fica se justificando e se comporta como um santo imaculado). Eu não consigo gostar dele nem simpatizar a sua índole, gente, uma coisa é gostar de um vilão que realmente é mau, blá blá blá, tudo mais, contudo, uma coisa é defender o personagem mau como ele fosse um mocinho, vender a sua imagem de coitadinho sem escolhas. Sinceramente, não sou convencida nem caio nesse papo furado, e acho problemático os jovens considerar o Aaron Warner como partidão, li tantos comentários só falando na aparência do cara e nada a respeito dos seus crimes ou de sua personalidade tóxica. Ele quase matou Castle por ter o confrontado sobre as suas mentiras, tão idiota essa parte. Warner não merece Juliette, ele mentiria se Castle não tivesse pressionado, jamais confessaria a tortura praticada contra a pobre da Emmaline.
Juliette socando um ônibus escolar foi tão wft? Eu ri demais nessa cena apesar do contexto infeliz.
A Juliette enfiando a empatia na bunda no momento que Nazeera fala a mimada lutar pela sua irmã torturada, nossa, a mimadinha dá o piti que não está nem aí.
N: Você pode lutar pela sua irmã. J: Eu nem sei quem ela é. dá ombros, ignorante, arrogante, grossa, depois de DESCOBRIR QUE WARNER TORTUROU A SUA IRMÃ POR DOIS ANOS N: O fato de sua irmã ser uma garota inocente sendo torturada não é o bastante? Pensei que estivesse lutando por um bem maior. J: nÃo Me ImPoRtO.
Esse diálogo me matou, uau, autora conseguiu destruir a sua protagonista para transformar o torturador do Warner em mocinho bonzinho. Aposto que ele vai se autosacrificar para salvar a Emmaline, isso é o mínimo, vocês, leitores, têm entender que o personagem merece esse tipo de redenção na finalidade de pagar todos os seus crimes contra a humanidade, lembrem-se que ele é um criminoso de guerra, matou e torturou milhares, usufruiu os bens do Estado Fascista com sangue e terror, deixando então muitos morrendo de fome ou sem lar. Aaron Warner, desde o primeiro livro, jamais providenciou momentos de redenção ou arrependimento, o próprio personagem admite o fato mas os seus fãs não admitem e tratam ele como um coitadinho, sério mesmo, eu fiquei enjoada com a conversa entre ele e o Castle.
W: Eu torturei a Emmaline mas não sabia que era a irmã da Juliette. 😩 C: ??? Mano, você torturou uma menina por 2 anos...🙁 W: EU NÃO SABIA QUE ERA A IRMÃ DO MEU AMOR 😭 C: VOCÊ TORTUROU UMA GAROTA INOCENTE ☹️ W: E DAÍ? EU NÃO SABIA QUE ERA A IRMÃ DA JULIETTE, SE NÃO FOSSE, APENAS MAIS UMA VÍTIMA MINHA QUE TORTURO SÓ PARA CONSEGUIR O NEPOTISMO 😤
Fico me perguntando se a guria não fosse irmã da Juju, o cara não iria mostrar arrependimento nem nada do tipo, mas como torturou a irmã da PRÓPRIA NAMORADA, torturou a sua cunhada. Interessante. Ele só comove se for associado a Juliette... COMO TAHEREH MAFI QUER DAR UM FINAL FELIZ PARA UM SOCIOPATA?
Aposto que ela vai matar a Emmaline, sei lá, ou fazer o desgraçado do Warner matar a bixinha vingativa (gente, eu também mataria Aaron depois de me torturar por DOIS ANOS). Queria tanto que a Emmaline chegasse já matando o Aaron, e conversar com a Juliette a ensinando que ela foi vítima da Síndrome de Estocolmo, que o amor dela por Warner é fanficagem horrível.
Continuando, essas revelações acerca do passado de Juju são incoerentes, apenas faz sentido se ela foi entregue quando bebê ou com poucos anos de vida. Eu recebi o spoiler que ela e o Aaron se conheceram quando crianças (FORÇOU HORRORES), contudo, como eles tiveram o contato se a coitada foi entregue à família adotiva quando bebê? Furo de roteiro só para forçar casal sem sal.
Feliz que Warner e a Juju terminaram, mas sabermos que vão voltar (essa autora podia arrumar um terapeuta para os dois ou colocar o cara na cadeia se quiser escrever uma verdadeira redenção). Porém, infelizmente, autora cismou em forçar outra vez um triângulo amoroso inexistente junto com rivalidade feminina (que criatividade).
Warner provando mais uma vez que é um boylixo, não tem responsabilidade afetiva com a Lena (nem com a Juliette). Terminou com a doidona por mensagem, sinceramente, também ficaria brava, né? Mas a misoginia faz o pessoal defender o Aaron Warner. Não acredito que ele ama a Juliette, apenas vê a menina como um prêmio, aliás, nem sei mais sobre os sentimentos dos personagens, o livro conseguiu deixar mais confuso e contraditório, o sujeitinho falava que amava a guria mas terminou um relacionamento anterior há oito meses atrás (aliás, deve ter manipulado tanto a Lena que ela ficou em choque com a rejeição, odeio esse tipo de homem)... É mais dependência emocional do que amor, galera.
SÉRIO, ESSA LENA MERECEU UM PÉ NA BUNDA, ESSA TRANSFÓBICA MERECE MORRER! NOJENTA. Warner fez o certo de ter terminado com essa preconceituosa, ele podia ter explicado sobre o término mas autora (mulher cis) cagou toda, usou como artifício e não um alerta sobre a transfobia. Transfóbica nojenta, FEIOSA, DEMÔNIA, QUE MORRA LOGO, LENA. LENA PODRE. QUE VALENTINA MATE ESSS TRANSFÓBICA NOJENTA.
Essa Juliette é uma péssima diplomata, não estuda os seus inimigos sequer faz pesquisas. Só tem superpoder legalzinho mas o seu cérebro tem um monte de minhoca. Ela faz tanta pergunta aos seus adversários que fica parecendo uma despreparada, não gostei muito disso. Essa cena dos filhos dos comandantes interagindo com a Juju parece uma cena colegial, pow... Muito nada a ver. A informalidade e tudo mais me irritou.
Cadê esse povo trabalhando? Eles não têm espiões? Estratégia, monitorar o passo a passo dos seus inimigos? Gente, pensei que as narrações do Warner ia mostrar essa parte, entretanto, ele só fala da Juliette e dos próprios problemas que eu não quero saber (como esse sujeito virou comandante do Setor 45?). Fala tanto que ele é incrível, mas no final o sujeito é apenas uma versão masculina da Juliette, chato e inseguro, não gostei muito. Ninguém trabalha no Restabelecimento, tanto que a Juliette nem sabe do que está rolando nos bastidores (afinal, a bonitinha não faz o trabalho dela). A pirralha recebe uma informação que o seu setor vai ser destruído mas a primeira coisa que ela faz é passear por aí e se embebedar, COMO COLOCARAM UMA CRIANÇA GRANDE PARA SER COMANDANTE SUPREMO? Podre. É a mini Bolsonaro, surta com críticas e não trabalha, só bebe e usufrui os bens que os proletários produzem para essa infeliz abusar. Incompetente, cabe uma renúncia (ela nunca trabalhou). Ela raspa os cabelos (igual Britney Spears), sei lá, não fez diferença alguma.
Tá, cheguei no final do livro e achei muito incoerente o pessoal ter apagado a memória de todo mundo na infância, ficou parecendo aquele filler horrendo de Naruto Shippuden, em que as crianças da vila eram amigas do Naruto, de repente, tiveram as suas memórias apagadas. Desse jeitinho, o livro não especificou a idade das crianças, tanto que, Juliette repete nos livros anteriores as lembranças de sua infância. Mas... Eram memórias falsas? Não sei mais o que está rolando nesse livro, confuso e desconexo. Podre. Mal trabalhado. A Juliette conheceu o Aaron com 4 anos? Ou seja, ela foi mandada embora com quatro anos de idade? OK, não tem como uma criança lembrar de tudo quando tinha quatro anos, cientificamente comprovado. Apagar as memórias seria insignificante... Mas pessoal, o universo de Estilhaça-me é um mundo pequeno que todo mundo encontra com todo mundo, falta de profundidade e expansão (OLHA QUE AUTORA PODIA TER EXPLORADO MAIS A PARTIR DO PONTO DE VISTA DO WARNER, MAS ELE NÃO É ÚTIL, SÓ FOCA NELE MESMO). Se rolar um flash back da pirralha interagindo com o Aaron nos quatro anos, eu me mato. LEMBRO QUASE DE NADA NOS MEUS 4 ANOS DE IDADE.
Enfim, EMMALINE IS BACK. Eu já estou amando uma personagem que ainda não apareceu por que quero ela matando os fascistas (principalmente Aaron) e tomando o controle do Restabelecimento. Infelizmente, não vai rolar, eu acho. Mas, passo o pano se ela torturar o Aaron (nem precisa passar, é o karma).