Sermão de St.o António aos Peixes

eBook, 51 pages

Portuguese language

Published Nov. 12, 2012 by Luso Livros.

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The Sermon of Saint Anthony to the Fish is a sermon written by Portuguese Jesuit priest António Vieira, preached to the congregation at the Church of Saint Anthony in São Luís do Maranhão, Colonial Brazil, on 13 June 1654. It is Vieira's most famous work.

It was preached in the context of the conflict between the colony's settlers and the Jesuits, who reiterated Pope Urban VIII's prohibition against Indian slavery. Three days after preaching it, Vieira secretly embarked to Lisbon to appeal King John IV for laws that would guarantee basic rights to Brazilian Indians, preventing them from being exploited by white colonists.

The sermon comprises an elaborate allegory: borrowing from the familiar legend of his namesake Saint Anthony's preaching to the fish (commonly cited in his hagiography), Vieira uses the different kinds of fish as metaphors for men, drawing direct parallels between the dynamics between big and little fish …

The Sermon of Saint Anthony to the Fish is a sermon written by Portuguese Jesuit priest António Vieira, preached to the congregation at the Church of Saint Anthony in São Luís do Maranhão, Colonial Brazil, on 13 June 1654. It is Vieira's most famous work.

It was preached in the context of the conflict between the colony's settlers and the Jesuits, who reiterated Pope Urban VIII's prohibition against Indian slavery. Three days after preaching it, Vieira secretly embarked to Lisbon to appeal King John IV for laws that would guarantee basic rights to Brazilian Indians, preventing them from being exploited by white colonists.

The sermon comprises an elaborate allegory: borrowing from the familiar legend of his namesake Saint Anthony's preaching to the fish (commonly cited in his hagiography), Vieira uses the different kinds of fish as metaphors for men, drawing direct parallels between the dynamics between big and little fish and those between colonists and the Indians.

O Sermão de Santo António aos Peixes é uma das obras mais conhecidas do Padre António Vieira. O Sermão foi pregado em S. Luís do Maranhão, no Brasil, no dia 13 de Junho (dia de Santo António no calendário litúrgico) de 1654 — na sequência dos litígios que surgiram entre os colonos brasileiros e os Jesuítas (ordem religiosa a que pertencia Vieira), que contestavam a escravidão dos povos indígenas. Três dias depois de o pregar, António Vieira embarcou ocultamente para Lisboa, para tentar conseguir obter junto do rei D. João IV leis que garantissem direitos básicos aos índios brasileiros, que os protegessem da exploração dos colonos brancos.

O Sermão de Santo António aos Peixes constitui um documento da surpreendente imaginação, habilidade oratória e poder satírico do Padre António Vieira, que toma vários peixes como símbolos de algumas virtudes humanas e, principalmente dos vícios daqueles colonos, que são censurados com severidade.

2 editions

UdeRecife reviewed Sermão de St.o António aos Peixes by António Vieira

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3 stars

Só [re]conhecendo Vieira pelo nome, por lhe ver aqui e além alguma citação sem nunca lhe conhecer o contexto, resolvi ler este sermão para finalmente sentir o pulso de uma obra deste autor.

Devo confessar que fiquei agradavelmente surpreendido com o que aqui encontrei. Sem outra expectativa além de saber que me encontraria, obviamente, diante de um sermão, cedo fui arrebatado pela facilidade do discurso e pelas vivas retóricas invocadas por Vieira.

No elogio e crítica que faz aos peixes, inspirado em Santo António, este outro António desdobra e identifica o tanto de errado que identifica entre aqueles que o escutam. Com mestria e muito tato, sai Vieira puxando as muitas orelhas dos que têm perspicácia para se descobrir nos humildes peixes que a ele quiseram ficar ouvir.

Vale também este texto pelo retrato de uma época e de uma realidade histórica tão importante como foi a colonização e evangelização …

Só [re]conhecendo Vieira pelo nome, por lhe ver aqui e além alguma citação sem nunca lhe conhecer o contexto, resolvi ler este sermão para finalmente sentir o pulso de uma obra deste autor.

Devo confessar que fiquei agradavelmente surpreendido com o que aqui encontrei. Sem outra expectativa além de saber que me encontraria, obviamente, diante de um sermão, cedo fui arrebatado pela facilidade do discurso e pelas vivas retóricas invocadas por Vieira.

No elogio e crítica que faz aos peixes, inspirado em Santo António, este outro António desdobra e identifica o tanto de errado que identifica entre aqueles que o escutam. Com mestria e muito tato, sai Vieira puxando as muitas orelhas dos que têm perspicácia para se descobrir nos humildes peixes que a ele quiseram ficar ouvir.

Vale também este texto pelo retrato de uma época e de uma realidade histórica tão importante como foi a colonização e evangelização do Brasil. No sermão, o instantâneo de um cotidiano complicado, de uma sociedade nova já tão cheia de velhos vícios e do quão difícil foi, e é, lutar por devolver alguma sanidade àqueles que, tendo tanto poder, tão pouca sanidade parecem de facto ter.