Sula e Nel são duas figuras distintas, mas que vão construindo uma amálgama ao longo da narrativa que me deixou imerso e confuso.

Existem vários personagens assim no romance incrível de Toni Morrison, Plum, Boneca de Piche, Os Dewey's, Shadrack, Ajax... Todos esses, se misturam e se posicionam com uma paisagem estranha e ao meu ver, abafada da cidade de Medallion.

É curioso que essa cidade, antes apresentada como uma comunidade de pessoas que parecem de certa forma se apoiar, como no caso de Eva, começa a se fechar em torno de uma espécie de tempo congelado, que não aceita a liberdade de um dos seus que foi pra fora e voltou.

Eu me senti pequeno diante de Sula, mas Nel, a forma como ela levou sua vida, a forma como ela resistiu ao baque de ter sido traída não só pelo esposo, mas também pela amiga, me trouxe mais identificação.

Minha personagem favorita, no entanto, foi Eva, que apesar de todas as amarguras da vida, começando por BoyBoy e suas três beterrabas, fez o que pode com os recursos que tinha, embora esse todo que ela pode não tenha sido o suficiente para Hannah e seus irmãos.

É um livro denso, cheio de subjetividades e me fez ver a vida da minha mãe com outros olhos.