UdeRecife reviewed Salomé e outros poemas. by Eugénio de Castro
Review of 'Salomé e outros poemas.' on 'Goodreads'
2 stars
Se gostei do que li, não sei sequer se gostei. Todavia, seria igualmente verdade dizer que não desgostei. Ponhamos assim: se este fosse um dos poucos livros existentes (sobrantes) no mundo e eu, aborrecido, buscasse com que me entreter, talvez o lesse com mais gosto. Felizmente para mim, ou infelizmente para o já falecido autor, não falta o que ler e desse tanto, muitos, muitos sim, merecem que o façamos com gosto.
Seja como for, este caderno de poesia não é tão mau quanto o faço parecer. Eu é que, à distância do tempo e dos interesses, não me identifico nem com os temas nem tampouco com o tratamento. Aqui e além uma ideia interessante (para mim), uma construção poética mais feliz, algo que me captura a atenção. Mas, contas feitas ao que até agora de Eugénio de Castro conheci, devo confessar que não é autor que me convença. É com pena, já que, se tivesse de jantar com a Florbela Espanca, e querendo fazer-lhe graça, menos em comum com ela teria à conta deste meu desinteresse.
Será falta minha? Por certo que sim. Contudo, sendo que não tenho aspirações a me tornar crítico literário em geral, nem deste período em particular (fim do século XIX), não me sinto em grande perda por não me descobrir apreciador deste poeta. Talvez mais informado, mais contextualizado, pudesse eu encontrar assim o que nesta minha leitura falhou.
Mas temendo que, ao deixar aqui a minha opinião, possa influenciar negativamente alguém (o que duvido, dada a superficialidade desta minha pseudo-crítica), aviso já que melhor fazem em me ignorar e dar ao autor uma justa oportunidade. Só assim terão uma ideia precisa do que dele podem esperar.
As boas notícias: o livro, como outro que do mesmo autor revi, não é longo. Tem essa vantagem! E como os poemas aqui contidos não estão unidos tematicamente, sempre se pode ler um ou outro para conhecer o estilo sem que haja perda ao se ignorar os restantes.
Uma coisa é certa vos garanto: este livro ficará naquela parte da minha biblioteca reservada para os tomos a ganhar pó. Com sorte, e antes de me tirarem a foto da praxe do intelectual lido, corro a dar-lhes uma espanadela, devolvendo-lhes assim algum do seu perdido glamour.