sol2070 reviewed A Experiência Zapatista by Jérôme Baschet
O livro que eu procurava sobre zapatistas
5 stars
( sol2070.in/2025/04/livro-a-experiencia-zapatista/ )
A Experiência Zapatista (2019), de Jerôme Baschet, é o livro que procurava há anos sobre o movimento mexicano: uma obra introdutória e abrangente acessível ao público (abandonei alguns livros sobre o tema por serem acadêmicos demais ou terem focos e ângulos muito específicos).
Baschet é um historiador francês que chegou a participar do movimento, escrevendo também com uma perspectiva de dentro.
Formado majoritariamente por povos indígenas rurais, zapatistas (ou o EZLN, Exército Zapatista de Libertação Nacional) controlam parte significativa do estado de Chiapas, no sul mexicano, de forma independente do governo do país, desde 1994.
São conhecidas pelo modelo revolucionário descentralizado e horizontal, mais de cunho anarquista do que marxista. A organização é gerida em assembleias de democracia direta e seus porta-vozes são denominados “subcomandantes”, já que acima deles estão apenas as assembleias e um comitê indígena.
O livro tem uma ênfase filosófica e ideológica, de apresentar …
( sol2070.in/2025/04/livro-a-experiencia-zapatista/ )
A Experiência Zapatista (2019), de Jerôme Baschet, é o livro que procurava há anos sobre o movimento mexicano: uma obra introdutória e abrangente acessível ao público (abandonei alguns livros sobre o tema por serem acadêmicos demais ou terem focos e ângulos muito específicos).
Baschet é um historiador francês que chegou a participar do movimento, escrevendo também com uma perspectiva de dentro.
Formado majoritariamente por povos indígenas rurais, zapatistas (ou o EZLN, Exército Zapatista de Libertação Nacional) controlam parte significativa do estado de Chiapas, no sul mexicano, de forma independente do governo do país, desde 1994.
São conhecidas pelo modelo revolucionário descentralizado e horizontal, mais de cunho anarquista do que marxista. A organização é gerida em assembleias de democracia direta e seus porta-vozes são denominados “subcomandantes”, já que acima deles estão apenas as assembleias e um comitê indígena.
O livro tem uma ênfase filosófica e ideológica, de apresentar os ideais do movimento, como anticapitalismo, inseparabilidade da natureza e abraço da diversidade cultural (em oposição à homogenização da ortodoxia, por exemplo, marxista). Apesar desse realce teórico, tudo fica mais vivo, já que a teoria está abraçada pela experiência prática de uma revolução em pleno andamento. E os aspectos cotidianos e de organização também estão bem documentados.
O movimento se apresenta como uma revolução não apenas local, mas também nacional e, de modo último, planetário, para neutralizar o capitalismo e toda sua destruição, e garantir o florescimento da vida e suas comunidades.
A apresentação muitas vezes vem na voz das próprias indígenas participantes, com espírito prático e singelo, em vez de privilegiar o ângulo acadêmico. Entretanto, o autor equilibra isso com sua rica contextualização.
Li a edição em inglês de 2024, que foi atualizada com desdobramentos depois de 2019.
Abaixo segue uma tradução do capítulo final ( sol2070.in/2025/04/livro-a-experiencia-zapatista/#pensamentos-finais ), que é uma conclusão sintética da obra.