A sucessora une prosa intimista e psicológica ao dar voz a uma protagonista feminina: Marina, uma jovem recém-casada que após uma romântica lua de mel muda-se para a mansão do marido, o milionário Roberto Steen. Ao entrar em sua nova residência, depara-se com um imponente retrato de Alice, a primeira mulher de Roberto, falecida poucos meses antes de Marina e ele se conhecerem. Alice era dona de uma personalidade exuberante e um ícone da sociedade carioca, enquanto Marina, criada na fazenda da família, sempre levou uma vida simples e distante dos costumes liberais da cidade grande. Marina é então invadida por sentimentos de insegurança e inadequação. Afinal, numa vida em que todos – involuntariamente ou nem tanto – a comparam à primeira Madame Steen, será que seu amor por Roberto resistirá ao fantasma de uma mulher tão especial?
A sucessora é um romance envolvente escrito por Carolina Nabuco, uma das primeiras mulheres brasileiras a atuar como escritora. Publicado em 1934, alcançou grande sucesso editorial, recebendo várias reedições no Brasil. Em 1941, com o Oscar de melhor filme para Rebecca, a mulher inesquecível, do diretor Alfred Hitchcock, um debate internacional teve início: o romance que inspirou o filme, da inglesa Daphne du Maurier, publicado em 1938, teria sido plágio de A sucessora. A semelhança entre os romances foi reconhecida por críticos literários da época, e não se trata de mera coincidência: antes da publicação, Carolina Nabuco enviou ao agente literário da escritora inglesa os originais de seu livro, traduzidos por ela mesma para o inglês. Nabuco, contudo, preferiu evitar conflitos judiciais.
Décadas mais tarde, a narrativa de A sucessora foi adaptada para o formato de telenovela por Manoel Carlos e exibida com sucesso pela Rede Globo entre 1978 e 1979, tendo Susana Vieira no papel de Marina.
QUEM FOI CAROLINA NABUCO?
Carolina Nabuco nasceu no Rio de Janeiro, em 1890. Passou a adolescência nos Estados Unidos, onde o pai, o estadista e abolicionista Joaquim Nabuco, era embaixador do Brasil. Tornou-se importante escritora já ao publicar seu primeiro livro: a biografia de seu pai, em 1928, obra que no ano seguinte receberia o Prêmio de Ensaio da Academia Brasileira de Letras. Apesar da educação recebida no exterior, possuía um espírito altamente brasileiro. Atuou como escritora e tradutora e levou uma vida discreta. Não se casou nem teve filhos. Além de A vida de Joaquim Nabuco e de A sucessora, é também autora, entre outros livros, de Chamas e cinzas (romance, 1947), Visão dos Estados Unidos (viagem, 1953), Santa Catarina de Sena (biografia, 1957), A vida de Virgílio de Melo Franco (biografia, 1962), Retrato dos Estados Unidos à luz da sua literatura (crítica literária, 1967), O ladrão de guarda-chuva e dez outras histórias (coletânea de contos, 1969) e Oito décadas (memórias, 1973). Em 1978, recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. Quatro anos depois, em agosto de 1981, faleceu em decorrência de um ataque cardíaco, aos 91 anos, em sua casa na rua Marquês de Olinda, no Rio de Janeiro.
POR QUE LER ESTE LIVRO?
• Carolina Nabuco foi uma das primeiras mulheres brasileiras a atuar como escritora.
• Foi publicado pela primeira vez em 1934.
• Em 1941, com o Oscar de melhor filme para Rebecca, a mulher inesquecível, do diretor Alfred Hitchcock, um debate internacional teve início: o romance que inspirou o filme, da inglesa Daphne du Maurier, publicado em 1938, teria sido plágio de A sucessora.
• A semelhança entre as obras foi reconhecida por críticos literários da época, e não se trata de mera coincidência: antes da publicação, Carolina enviou ao agente literário da escritora inglesa os originais de seu livro, traduzidos por ela mesma. Nabuco, contudo, preferiu evitar conflitos judiciais.
• Em 1978, a narrativa de A sucessora foi adaptada para o formato de telenovela por Manoel Carlos.