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Byung-Chul Han: O desaparecimento dos rituais (Portuguese language, 2021, Editora Vozes) No rating

Rituais podem ser definidos como técnicas simbólicas de encasamento. Transformam o estar-no-mundo em um estar-em-casa. …

Nós celebramos a festa. Não se pode, porém, celebrar o trabalho. Podemos celebrar a festa, pois ela fica parada como uma construção. O tempo da festa é um tempo parado. O tempo como momentos passageiros sucessivos, efêmeros, é suprassumido. Não há objetivo a que a gente poderia nos dirigir acelerados Justamente a aceleração faz o tempo passar. A celebração da festa suprassume o decorrer do tempo. E inerente à festa algo perene. O tem- po da festa é um tempo aureo, um casamento [Hoch-Zeit]. A arte também tem sua origem na festa: "A essência da experiência da arte é que aprendemos a permanecer. É essa talvez a equivalência que nos é proporcional ao que se chama eternidade", É a essência da arte conferir conservação à vida: "Que haja algo conservado na demora hesitante' - é isso o que é a arte de hoje, a arte de ontem e desde sempre"45. A coação do trabalho destrói a conservação da vida. O tempo do trabalho é um tempo que decorre, passa e escorre. Quando, como hoje em dia, o tempo da vida coincide com o tempo do trabalho, a própria vida então se torna radicalmente passageira, efêmera

O desaparecimento dos rituais by  (Page 68 - 69)