Back
Immanuel Kant: Crítica da Razão Pura (Paperback, Português language, Edipro) 4 stars

Publicada pela primeira vez em 1781, a Crítica da Razão Pura é um divisor de …

Quando Galileu10 fez rolar para baixo sobre o plano inclinado suas esferas com um peso por ele mesmo escolhido,11 ou Torricelli12 fez o ar suportar um peso por ele previamente concebido como sendo igual ao de uma conhecida coluna de água, ou mais tarde Stahl13 transformou metais em cal e esta de volta BXIII em metal começando por remover algo para depois introduzi-lo novamente,14 uma luz foi arrojada sobre todos que estudavam a natureza. Eles perceberam que a razão somente compreende o que é produzido por ela mesma conforme seu próprio desígnio, que ela deve ir à frente com princípios por seus juízos de acordo com leis constantes e obrigar a natureza a responder suas questões, em lugar de deixar a natureza orientar seus movimentos mantendo-a, por assim dizer, sob cordas que a dirigem; com efeito, se assim não for, observações acidentais, que são feitas sem consonância com qualquer plano dotado de prévio desígnio, jamais podem se associar a uma lei necessária, o que, contudo, a razão busca e requer. A razão, para ser instruída pela natureza, deve desta se aproximar tendo em uma das mãos seus princípios, em conformidade com os quais somente pode o acordo entre os fenômenos ter a validade de leis, e tendo na outra os experimentos pensados de acordo com esses princípios – e isso, entretanto, visando a ser instruída pela natureza não como um aluno que para si mesmo recitou tudo aquilo que o professor quer, mas como um juiz nomeado que obriga testemunhas a responder as questões que lhes dirige. Assim, até mesmo a física deve a proveitosa revolução de seu modo de pensar BXIV à ideia de que aquilo que a razão não poderia conhecer por si e necessita aprender da natureza, precisa buscar nesta última (não só a ela atribuir) de acordo com o que a própria razão introduz na natureza. Foi assim que a ciência natural foi primeiramente colocada no caminho seguro de uma ciência após haver tateado por tantos séculos.

Crítica da Razão Pura by  (Page 24)