A resposta mais estimulante não veio das páginas literárias dos jornais, mas de alguns episódios reais ocorridos na rua. Por exemplo, a moça que estava lendo este livro para sua companheira de banco e acabou levantando-se e lendo em voz alta para todos os passageiros enquanto o ônibus atravessava as ruas de Bogotá; ou a mulher que fugiu de Santiago do Chile, nos dias da matança, com este livro no meio das fraldas do bebê; ou o estudante que durante uma semana recorreu as livrarias da rua Corrientes, em Buenos Aires, e o leu aos pedacinhos, de livraria em livraria, porque não tinha dinheiro para comprá-lo.
— As Veias Abertas da América Latina by Eduardo Galeano (Page 347)