2) Figuras de pensamento a) Antítese – oposição de palavras ou ideias: um riso de tormenta; uma alegria dolorosa; tinha um olhar angelical e uma mente diabólica. b) Apóstrofe – invocação a seres reais ou imaginários: Oh, tu que tens de humano o gesto e o peito; Meu Deus, mostre-me um caminho. c) Hipérbole – expressão que envolve um exagero: Ela é um poço de vaidade. d) Ironia – dizer algo por expressão às avessas (por exemplo: “Bonito!” como expressão de reprovação). e) Oximoro – figura em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam a expressão: obscura claridade, silêncio ensurdecedor. f) Paradoxo – consiste na expressão de pensamentos antitéticos aparentemente absurdos: Vivo sem viver em mim. g) Prosopopeia (também chamada personificação) – figura que consiste em dar vida a coisa inanimada, ou atribuir características humanas a objetos, animais ou mortos: Minha experiência diz o contrário do que me dizem; O relógio cansou de trabalhar; “As estrelas, grandes olhos curiosos, espreitavam através da folhagem.” [Eça de Queirós].
Além dessas figuras ocorrem expressões e termos usados em algumas ciências da linguagem, como os seguintes: a) Eu lírico – primeira pessoa gramatical fictícia não identificável com o autor. b) Função fática (ou de contato) – função da linguagem que interrompe, enlaça ou dá novos aspectos à mensagem. A função fática está centrada na eficiência do canal de comunicação e faz uso de palavras ou expressões (p.ex.: Alô!, Entenderam?, Veja bem..., Está me ouvindo?) que buscam checar e prolongar o contato entre emissor e destinatário. c) Função referencial – função da linguagem que consiste em o emissor se restringir a assinalar os fatos de um modo objetivo. A mensagem está centrada naquilo de que se fala, normalmente com o uso da 3ª. pessoa. d) Hiperônimo – vocábulo de sentido mais genérico em relação a outro, com o qual tem traços semânticos comuns. Por exemplo: assento é hiperônimo de cadeira, de poltrona, etc.; animal é hiperônimo de leão; flor é hiperônimo de malmequer, de rosa, etc. e) Hipônimo – vocábulo de sentido mais específico em relação a outro, com o qual tem traços semânticos comuns. Por exemplo: cadeira é hipônimo de assento; leão é hipônimo de animal, etc. f) Metalinguagem – utilização da linguagem para falar da própria linguagem (por exemplo, um texto que fale de como devemos escrever).
— Moderna Gramática Portuguesa by Evanildo Bechara (Page 426 - 431)