Assim, acontece que a biblioteca deve valer-se ao máximo da obra de curto fôlego de autores que careçam de algum talento original. Tratar esses autores como de segunda categoria porque se limitam a expor de novo, ao invés de criar, é perder de vista sua importância social. Eles pertencem, por um breve período, à vanguarda como portadores de contágios intelectuais. É dever do bibliotecário explorar a vitalidade desse tipo de obra enquanto ainda esteja viva. Para assim agir, deverá observar com a imparcialidade de um historiador cada um dos mais relevantes movimentos da erudição contemporânea. Sua tarefa será diferente das de outros historiadores da produção literária. Não se interessa pela literatura enquanto literatura ou com o conhecimento enquanto conhecimento. Seu interesse fundamental está no uso atual que é feito deles em sua própria época e em sua própria comunidade. A importância de um livro para a biblioteca é determinada por sua real popularidade, a qualidade e as dimensões de sua influência na vida intelectual das pessoas que a utilizam.
— Uma introdução à biblioteconomia by Pierce Butler (Page 74)