Mas o leitor que tem algum conhecimento da metafísica tradicional ou de outros projetos de filosofia ficará atônito: Aquilo que “é” para os sentidos, o ser, o que se constitui na meta derradeira para outros filósofos, o ser, que se deseja ver cair nas cordas, em Hegel, encontra-se logo no começo! No pensamento de Hegel, o fato de que algo “é”, isso não é o supremo, mas o ínfimo que se pode ver de uma coisa. O objeto é, sem sombras de dúvida, realidade, não poderia ser percebido se não fosse.
Quando Hegel o rotula provisoriamente como puro ser, o mais puro conhecimento, verdade e essência, não vamos nos deixar enganar com isso, pois logo virá uma guinada nessa abordagem.
— Fenomenologia do espírito by Ralf Ludwig (Page 47 - 48)