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Ralf Ludwig: Fenomenologia do espírito (Portuguese language, Editora Vozes) No rating

A obra mais famosa de Hegel foi a Fenomenologia do espírito, publicada no ano de …

Já acentuamos que aqui estão em jogo duas formas, duas configurações: a que é consciência-de-si como identidade absoluta, e a que deve ser apreendida como contraposição. Na distinção de si mesma, a consciência-de-si duplicou-se. Podemos expressar isso de forma ainda mais precisa, mesmo que um tanto mais difícil decompreender: A duplicação da consciência-de-si surge do fato de que o eu concebeu a si mesmo como o contraposto à contraposição. Isso significa que o eu que entrou em contraposição com seu outro eu em sua ligação com os objetos retorna sobre si mesmo, na medida em que se compreende como unidade com essa contraposição! Mas, para Hegel, tudo que é, no fundo é consciência-de-si, visto ser parte de minha consciência-de-si: o objeto não é apenas uma pedra maciça, ele é toda a natureza, a partir da qual a vitalidade, em sua infinitude, luta para se elevar num processo dialético. Nesse sentido, também essa consciência-de-si entra em luta dentro de mim. Desse modo, as duas contrapartes da luta são essas duas configurações da consciência-de-si: • Aquilo que tem ciência de si mesmo: cujo desejo constitui a vontade vigorosa de afirmar a si mesmo. Busca com todas as forças impedir sua negação no outro. • Isso que se perde no mundo objetual. Isso cujo desejo quer aderir ao mundo com todas as suas forças, e assim impedir a negação que o ameaça através da configuração alheia. O resultado é visível: nenhuma das duas configurações pode existir sem a outra.

Fenomenologia do espírito by  (Page 80 - 81)