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Fyodor Dostoevsky: Memórias do Subsolo (Paperback, Portuguese language, 2009, Editora 34)

Obra-prima da literatura mundial, esta pequena novela traz, em embrião, vários temas da fase madura …

O subsolo é um lugar horrível!

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“Sou um homem doente... Um homem mau. Um homem desagradável. Creio que sofro do fígado.” — Assim se abrem estas memórias, memórias de um homem doente de si mesmo, neurótico, do subsolo. Do subsolo tendo em conta que que afundou-se em suas cismas e maquinações. Um homem de língua mordaz, que se acha consciente, sábio, mas que devido a suas neuroses estagnou-se na imaturidade, incapaz de sociabilizar. No subsolo ele engendra sua filosofia, legitima sua inércia, abraça a dor e o sofrimento. Alimenta as vaidades enquanto esconde os hematomas. Em suas memórias remói as insignificâncias: a aparência, os olhares incapaz de manter, o homem na rua do qual sempre desvia o caminhar.

Dostoievski é muito exitoso em seu estudo de personagem, em suas contradições e peleios. A misantropia, insegurança e solidão atravessam o subsolo, seu habitante se vangloria das próprias doenças e ainda procura causar com elas um efeito.

Eu em partes sou este homem do subsolo, todos podemos habitar essas profundezas. Esta novela existencialista é sobre um homem que em muito evito ser.