Os Livros de Maria reviewed Textos Surrealistas by Antonin Artaud (Coleção Artaud, #02)
🎬 Vídeo leitura
5 stars
'Pai', por Antonin Artaud:
"[...] Perdi-me do nome, Hoje podes chamar-me de tua. Dancei em palácios, Hoje danço na rua. Vesti-me de sonhos, Hoje visto as bermas da estrada. De que serve voltar, Quando se volta para o nada."
Pedro Abrunhosa
www.youtube.com/@OsLivros_DeMaria
| Brasil |
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'Pai', por Antonin Artaud:
🎬 Vídeo-Arte do Poema 'José':
🎬 Vídeo leitura:
Excerto do conto 'Na Madrugada' youtu.be/BeXnosHdNU8
🎬 Vídeos leitura de:
Balada do Festival youtu.be/m38hO6YIFIo
Roteiro do Silêncio youtube.com/shorts/K9h7-H8_X4Y?feature=share
Antonin Artaud é sobretudo um poeta para quem a poesia e o espírito não são meras práticas de linguagem, dimensões …
Antonin Artaud é sobretudo um poeta para quem a poesia e o espírito não são meras práticas de linguagem, dimensões …
[...] E nós pensamos que há quatrocentos anos a consciência europeia está fundamentada em um imenso erro de fato.
Esse fato é a concepção racionalista do mundo...
— Os Tarahumaras by Antonin Artaud, Olivier Dravet Xavier (Coleção Artaud, #01)
🎬 Vídeos de duas entradas do Diário de Lúcio Cardoso:
14 de agosto de 1949 youtu.be/fCGqbsNlIK4
15 de setembro de 1949 youtu.be/NFZNQU-QSRI
Aqui, uma Vídeo Leitura, na íntegra, do conto 'Uma Galinha':
Aqui, eu falo um pouco sobre esse Livro incrível:
[...] 'Pai, pátria, patrão', tal é a trilogia que serve como base para a velha sociedade patriarcal e, hoje, para os cães fascistas.
In Manifesto Surrealista.
— Os Tarahumaras by Antonin Artaud, Olivier Dravet Xavier (Coleção Artaud, #01)
[...] Sondai bem o coração mais puro, que lá no fundo achareis um mistério, alguma coisa que existe e que se nega, ou porque faça corar ou porque faça sofrer.
— A Falência by Júlia Lopes de Almeida (46%)
Angustiante creio que seja o melhor adjetivo para definir essa leitura. A cada página você avança mais e mais nas ruínas humanas de seu protagonista narrador, que através de três cadernos nos conta sobre si e sua decadente biografia.
Yozo é um jovem japonês com sérios problemas de socialização e com um quadro depressivo agravado pelas próprias atitudes e circunstâncias da vida. Ele é um pouco misógino, mesquinho e egoísta também. Boa parte do incômodo na leitura vêm do reconhecimento em nós mesmos de partes nossas que não gostamos ou reprimimos ao passo que Yozo aqui não faz cerimônias ao dizer o que pensa e sente ou o que não sente. É um relato visceral de uma pessoa miserável com inúmeros gatilhos sobretudo em relação às tentativas de suicídio do mesmo.
Osamu Dazai, o autor, e cuja figura e biografia se misturam com as do próprio Yozo em inúmeras passagens, …
Angustiante creio que seja o melhor adjetivo para definir essa leitura. A cada página você avança mais e mais nas ruínas humanas de seu protagonista narrador, que através de três cadernos nos conta sobre si e sua decadente biografia.
Yozo é um jovem japonês com sérios problemas de socialização e com um quadro depressivo agravado pelas próprias atitudes e circunstâncias da vida. Ele é um pouco misógino, mesquinho e egoísta também. Boa parte do incômodo na leitura vêm do reconhecimento em nós mesmos de partes nossas que não gostamos ou reprimimos ao passo que Yozo aqui não faz cerimônias ao dizer o que pensa e sente ou o que não sente. É um relato visceral de uma pessoa miserável com inúmeros gatilhos sobretudo em relação às tentativas de suicídio do mesmo.
Osamu Dazai, o autor, e cuja figura e biografia se misturam com as do próprio Yozo em inúmeras passagens, escreve muito bem, sem aquela sutileza de um Yasunari Kawabata, que acredito ser predominante na literatura japonesa embora eu mal tenha começado a explorá-la ainda, mas de forma contundente, crua e ainda assim bastante envolvente. Há passagens e trechos filosóficos e existencialistas que nos marcam assim que são lidos, dignos de alguém com um olhar extremamente aguçado para a miséria humana. Jamais me esquecerei dos momentos em que ao virar uma página, nas palavras do próprio narrador, testemunhamos o rabo de vaca que mata a mosca com um golpe inesperado.
Me chamaram a atenção as comparações deste livro com Os Sofrimentos do Jovem Werther, mas ao término da leitura creio que esta seja apenas pelo fascínio que ambas as obras parecem despertar num público mais jovem. Todas as menções à Declínio de um Homem que eu vira até então por conhecidos na internet vinham de pessoas que cuja idade não ultrapassara ainda a casa dos 20. Outro ponto em comum entre as duas obras é o potencial suicida de seus protagonistas, mas as semelhanças param por aí.
"[...] No suicídio, o que mata não é idêntico ao que é morto."
Jouffroy
— Os Tarahumaras by Antonin Artaud, Olivier Dravet Xavier (Coleção Artaud, #01)
Eu tinha expectativas de que ele fosse violento pelas comparações que li sobre Kaze to Ki no Uta e realmente há uma cena nele tensissima e traumatizante de ler.
É um boys love um tanto diferente por lidar com a questão dos papéis de gênero e a indefinição de um dos personagens sobre si mesmo. Em alguns momentos achei que Arima ou Maria se declararia não binário, mas a história mostra que há mais traumas e complexidades por detrás de perguntas simples e algumas vezes até maldosas do tipo "você é um menino ou uma menina?" e que mais importante do que essa definição ou rótulo diante da sociedade está o respeito e o acolhimento ao indivíduo seja ele quem for. Não sabemos quais dores nem quantas cruzes os outros carregam, então no mínimo que sejamos gentis. Algo que Taiga sabe fazer muito bem, ainda que com seu jeito espalhafatoso …
Eu tinha expectativas de que ele fosse violento pelas comparações que li sobre Kaze to Ki no Uta e realmente há uma cena nele tensissima e traumatizante de ler.
É um boys love um tanto diferente por lidar com a questão dos papéis de gênero e a indefinição de um dos personagens sobre si mesmo. Em alguns momentos achei que Arima ou Maria se declararia não binário, mas a história mostra que há mais traumas e complexidades por detrás de perguntas simples e algumas vezes até maldosas do tipo "você é um menino ou uma menina?" e que mais importante do que essa definição ou rótulo diante da sociedade está o respeito e o acolhimento ao indivíduo seja ele quem for. Não sabemos quais dores nem quantas cruzes os outros carregam, então no mínimo que sejamos gentis. Algo que Taiga sabe fazer muito bem, ainda que com seu jeito espalhafatoso e atrapalhado, e que chega no momento certo na vida de Arima, que após anos vivendo uma farsa sobre si mesmo tenta timida e reservadamente se reencontrar.
Há de tudo aqui e é difícil definir este mangá em poucas palavras. No geral, meus sentimentos durante a leitura foram de encanto e diversão com as trapalhadas do casal de protagonistas que ainda sequer eram um casal. Como é fácil nos apaixonarmos por eles, quando as coisas descambam para momentos mais dolorosos e dramáticos, somos levados junto deles pela torrente de sentimentos: pena, raiva, anseio para proteger e cuidar e tudo o mais. Num volume tão curto é admirável que a história se desenvolva e se conclua de forma tão arredondadinha! Gostei muito!