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quoted As Duas Torres by J. R. R. Tolkien (Senhor dos Anéis, #2)

J. R. R. Tolkien: As Duas Torres (Paperback, Portuguese language, 2000, Martins Fontes)

A comitiva do anel se divide. Frodo e Sam continuam a viagem, descendo sozinhos o …

Frodo esperou, como um pássaro sentindo a aproximação de uma cobra, incapaz de se mexer. E enquanto esperava sentiu, mais insistente que nunca, a ordem para que colocasse o Anel. Mas, embora a pressão fosse grande, Frodo não se sentia inclinado a ceder a ela. Sabia que o Anel só iria traí-lo, e que não tinha, mesmo que o colocasse, poder para enfrentar o Rei de Morgul ainda não. Não havia mais qualquer resposta àquela ordem em sua própria vontade, embora esti-vesse enfraquecida pelo medo, e Frodo sentia apenas os golpes de um gran-de poder que vinha de fora. Essa força externa tomou sua mão, e enquanto Frodo observava com sua mente, não deliberadamente mas em estado de expectativa (como se estivesse assistindo a alguma distante história antiga), moveu a mão centímetro por centímetro na direção da corrente em seu pes-coço. Então sua própria vontade se agitou; lentamente forçou a mão de volta e a pôs à busca de alguma outra coisa, uma coisa escondida perto de seu peito. Parecia fria e dura quando a mão se fechou em volta dela: o frasco de Galadriel, há tanto tempo guardado, e quase esquecido até aquele momento. Quando o tocou, por uns momentos todo o pensamento do Anel foi banido de sua mente. Suspirou e abaixou a cabeça.

Nessa hora o Rei dos Espectros se virou, cravou as esporas no lombo do cavalo e começou a atravessar a ponte, e toda a sua tropa escura o seguiu. Talvez os capuzes élficos tivessem desafiado seu olhar, e a mente de seu pequeno inimigo, fortalecida, tivesse desviado seu pensamento.

As Duas Torres by  (Senhor dos Anéis, #2)

Tô começando a achar que os grandes momentos de Tolkien é quando os personagens resistem à tentação do Anel. É descrito de uma forma muito sublime, como Kant conceitua o sublime.