Yuri Bravos replied to hugu, o sabor do azul's status
@[email protected] eu tô assim perplecto kkk depois ele descreve como ele ganhou o nome kopenawa, que é um nome que ele assumiu após sua iniciação xamânica
Cavalo doido cavalo de pau
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@[email protected] eu tô assim perplecto kkk depois ele descreve como ele ganhou o nome kopenawa, que é um nome que ele assumiu após sua iniciação xamânica
entre nós é um insulto pronunciar o nome de alguém em sua presença ou diante dos seus.10 Assim é. Não gostamos de ouvir nosso nome, nem mesmo nosso apelido de criança. Isso nos deixa furiosos de verdade. E se alguém o pronunciar em voz alta, vingamo-nos em seguida, fazendo o mesmo. É assim que trocamos insultos, expondo nossos nomes aos ouvidos de todos. De modo que aceitamos ter nomes, contanto que fiquem longe de nós. São os outros que os usam, sem que saibamos.
— A Queda do Céu by Davi Kopenawa, Bruce Albert (9%)
🤯
Os brancos não pensam muito adiante no futuro. Sempre estão preocupados demais com as coisas do momento. (…)
Os Yanomami são gente diferente de nós, e no entanto suas palavras são retas e claras. Agora entendemos o que eles pensam. São palavras verdadeiras! A floresta deles é bela e silenciosa. Eles ali foram criados e vivem sem preocupação desde o primeiro tempo. O pensamento deles segue caminhos outros que o da mercadoria. Eles querem viver como lhes apraz. Seu costume é diferente. Não têm peles de imagens, mas conhecem os espíritos xapiri e seus cantos.
— A Queda do Céu by Davi Kopenawa, Bruce Albert (8%)
Já do começo fica claro que os valores não são os mesmos e é isso que muda tudo. Há muito valor numa floresta bela e silenciosa e muito valor em viver sem preocupação, mesmo que não consigamos enxergar isso.
Num trecho ligeiramente anterior, Kopenawa falava como o co-autor sentou e escutou longamente para poder conhecer o estilo de vida yanomami. A nós carece escutar.
Os brancos nos chamam de ignorantes apenas porque somos gente diferente deles. Na verdade, é o pensamento deles que se mostra curto e obscuro. Não consegue se expandir e se elevar, porque eles querem ignorar a morte. […] Ficam sempre bebendo cachaça e cerveja, que lhes esquentam e esfumaçam o peito. É por isso que suas palavras ficam tão ruins e emaranhadas. Não queremos mais ouvi-las. Para nós, a política é outra coisa. São as palavras de Omama e dos xapiri que ele nos deixou. São as palavras que escutamos no tempo dos sonhos e que preferimos, pois são nossas mesmo. Os brancos não sonham tão longe quanto nós. Dormem muito, mas só sonham consigo mesmos.
— A Queda do Céu by Davi Kopenawa, Bruce Albert (4%)
Dormem muito, mas só sonham consigo mesmos.
Quase conseguimos ouvir o tom arrogante e complacente com que o dignitário militar, provavelmente obrigado a jogar conversa fora com um índio qualquer durante aquela tediosa efeméride, pergunta a Davi:
O povo de vocês gostaria de receber informações sobre como cultivar a terra?
Ao que o impávido xamã replica:
Não. O que eu desejo obter é a demarcação de nosso território.
(…) presunção do general, que imagina poder ensinar aos senhores da terra como cultivá-la — convicto de que, povo da natureza, os índios não entendiam nada de cultura, Bayma Denys devia pensar que os Yanomami eram ‘nômades’ ou algo assim —; que acredita, ademais, que os pobres índios estavam sequiosos de beber dessa ciência agronômica possuída pelos Brancos, a ciência que nos abençoa com pesticidas cancerígenos, fertilizantes químicos e transgênicos monopolistas, enquanto os Yanomami se empanturram com o produto de suas roças impecavelmente ‘agrobiológicas
— A Queda do Céu by Davi Kopenawa, Bruce Albert (4%)
Nossa insanável percepção que vivemos da melhor forma possível no mundo e que todos invejam nosso estilo de vida e que todos querem aprender de nós - excessos nós - que sim sabemos como viver no mundo.
Mas basta olhar dois minutos para observar as mazelas perpetuadas do nosso estilo de vida.
@bismuto o epub que tô lendo ficou com 1200 pags kkkk e as notas estão no rodapé da página. Nem terminou a introdução e já foi de A a Z e começou as natas AA, AB, etc hahahaha
Tenho nem roupa pra ler uma obra dessas, mas vamos indo devagarinho. Quiçá daqui pro final do ano termine.
@[email protected] entra na velhaestante.com.br e lê direitinho sobre novos cadastros kkkk é uma instância de bookwyrm, uma rede que vc põe os livros que tá lendo, que quer ler, e pode ir fazendo citações e comentários (foi o que me ganhou) durante a leitura e resenhar no final.
Li algumas ficções e agora comecei esse livro do Davi Kopenawa! Mas devo já trazer outra ficção pra ler junto. Tô querendo ler coisas solarpunk!
@bismuto e eu não tinha a mínima ideia que o livro era gigante kkk até fiquei em dúvida se tinha peguei o arquivo certo
@[email protected] não, é outra rede do fediverso haha de livros, mas pra geral poder ver de boost na capivarinha!
@bismuto fui digitalmente influenciado pela Marte 🤫
Caberia a nós portanto constatar, e tirar daí as devidas consequências, que “o nacional não existe mais; só há o local e o mundial”.
(…)
é provável que o conceito do nacional acabe mudando mundialmente de lugar, isto é, de sentido, e isso até mesmo ‘aqui dentro’. No mínimo, talvez comecemos a nos dar conta de que se continuarmos a destruir obtusamente o local, este local do mundo que chamamos de ‘nosso’ — (…) não sobrarão nem fundos nem fundamentos para construirmos qualquer nacional que seja, anacrônico ou futurista. O Brasil é grande, mas o mundo é pequeno.
(…)
O Brasil? — O Brasil, na imagem tão bela e melancólica de Oswald de Andrade, já foi “uma república federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus”. Hoje, ele está mais para uma corporação empresarial coberta a perder de vista por monoculturas transgênicas e agrotóxicas, crivada de morros invertidos em buracos desconformes de onde se arrancam centenas de milhões de toneladas de minério para exportação, coberta por uma espessa nuvem de petróleo que sufoca nossas cidades enquanto trombeteamos recordes na produção automotiva, entupida por milhares de quilômetros de rios barrados para gerar uma energia de duvidosíssima ‘limpeza’ e ainda mais questionável destinação, devastada por extensões de floresta e cerrado, grandes como países, derrubadas para dar pasto a 211 milhões de bois (hoje mais numerosos que nossa população de humanos).o Enquanto isso, a gente… Bem, a gente continua dizendo adeus — às árvores. Adeus a elas e à República, pelo menos em seu sentido original de res publica, de coisa e causa do povo.
— A Queda do Céu by Davi Kopenawa, Bruce Albert (2%)
O xamã yanomami — cujo testemunho pode ser lido adiante — não dissocia a sina de seu povo da do restante da humanidade. Não são apenas os índios, mas também os brancos, que estão ameaçados pela cobiça de ouro e pelas epidemias introduzidas por estes últimos. Todos serão arrastados pela mesma catástrofe, a não ser que se compreenda que o respeito pelo outro é a condição de sobrevivência de cada um.
— A Queda do Céu by Davi Kopenawa, Bruce Albert (1%)
Relato de xamã Yanomami revela a riqueza e as lutas dos povos da floresta em livro de gênero único.
Um …
After touring the rural areas of Panga, Sibling Dex (a Tea Monk of some renown) and Mosscap (a robot sent …
@Miguel foi rápido hein kkkk