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Yuri Bravos

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Geert Lovink, Dafne Melo (tradutor): Extinção da Internet (Português language, Editora Funilaria) No rating

Extinção da Internet não é apenas uma fantasia de fim de mundo da tecnologia digital …

Terminei de ler, mas acho que terei de reler pra de fato absorver o proposto. O texto é veloz e intenso. Tanto que me incomodei um pouco com as inserções de imagens e letreiros, são frases e imagens impactantes e cortam o raciocínio das frases pela metade. Talvez funcione melhor no impresso.

Vou reler após uns dias.

Geert Lovink, Dafne Melo (tradutor): Extinção da Internet (Português language, Editora Funilaria) No rating

Extinção da Internet não é apenas uma fantasia de fim de mundo da tecnologia digital …

As mídias sociais são projetadas para que desçamos a barra de rolagem da desgraça. A desautomatização no contexto da internet significaria romper com os hábitos repetitivos que penetram nas profundezas dos corpos conectados. Há algo de libertador em perder o perfil como um ato de esquecimento. O que pode ocupar o vazio em nossos cérebros desfragmentados depois que a internet desocupar a cena? Em que pode consistir a vida depois que nossas mentes frágeis não forem mais atacadas pelos efeitos entorpecentes e deprimentes de descer a barra de rolagem da desgraça? Os neurônios pós-internet são o reino de uma nova reserva permanente de imaginação e reinvenção da cognição — os blocos de construção fundacionais da sociedade.

(…)

A Extinção da Internet é o fim de uma era de possibilidades e especulações, em que a adaptação não é mais uma opção. O luto pelo desaparecimento do devir da internet começou antes; quando a plataforma encerrou o imaginário coletivo.

Extinção da Internet by , (Page 59 - 63)

Geert Lovink, Dafne Melo (tradutor): Extinção da Internet (Português language, Editora Funilaria) No rating

Extinção da Internet não é apenas uma fantasia de fim de mundo da tecnologia digital …

Conhecemos o estado de desordem no contexto da crítica da internet como o problema da sobrecarga de informação com seus sintomas mentais de distração, exaustão e ansiedade, precipitados pelas arquiteturas extrativistas subliminares das redes sociais. (…)

"(…) não nos falta comunicação. Pelo contrário, temos muito disso. Nos falta criação”

Extinção da Internet by , (32%)

Pelo menos nisso o Desaparecimento dos Rituais do Byung-Chul Han acerta em cheio: estamos cheios de comunicação e carentes de criação, porque para criar é preciso pensar e pensar, por sua vez, não é produzir. Como estamos condenados a produzir, não conta tempo de pensar, logo, tem de criar.

Byung-Chul Han: O desaparecimento dos rituais (Portuguese language, 2021, Editora Vozes) 4 stars

Rituais podem ser definidos como técnicas simbólicas de encasamento. Transformam o estar-no-mundo em um estar-em-casa. …

Carece de impacto

4 stars

Esperava mais comentários sobre rituais em si, mas logo o ensaio foca em questões ritualizadas como o jogo, a guerra e a sedução. Quando fala do sedução é bem repetitivo com o ensaio A Sociedade da Transparência.

Acho que essa é a quarta obra do autor que leio e talvez elas estejam começando a orbitar umas às outras. O que não é ruim, mostra coerência. Mas talvez estejam publicando rápido demais, sem deixar que o pensamento se desenvolva e traga novas conclusões ou perspectivas.

Byung-Chul Han: O desaparecimento dos rituais (Portuguese language, 2021, Editora Vozes) 4 stars

Rituais podem ser definidos como técnicas simbólicas de encasamento. Transformam o estar-no-mundo em um estar-em-casa. …

O homem não é mais um sujeito soberano, autor de conhecimento. Agora o conhecimento é produzido mecanicamente. A produção de conhecimento baseada em dados é feita sem um sujeito ou consciência humana.

Enormes quantidades de dados destituem o homem de sua posição central como produtor de conhecimento. Ele atrofiou-se a um conjunto de dados, a uma magnitude calculável e administrável.

O conhecimento que big data ou grandes volumes de dados produzem não está disponível ao nosso entendimento. A capacidade de compreensão das faculdades cognitivas humanas é muito pequena. Os processadores são mais rápidos que o homem precisamente porque não pensam ou entendem, mas se limitam a calcular.

O desaparecimento dos rituais by  (82% - 83%)

Byung-Chul Han: O desaparecimento dos rituais (Portuguese language, 2021, Editora Vozes) 4 stars

Rituais podem ser definidos como técnicas simbólicas de encasamento. Transformam o estar-no-mundo em um estar-em-casa. …

Quando o livro abordou o suicídio eu achei exótico, quando falei de cortesia eu pensei "tá, forçando a barra faz sentido", quando chegou na guerra soou totalmente poucas ideias kkkkkkkk

Me deu várias inspirações para narrar jogos de RPG samurai.

Byung-Chul Han: O desaparecimento dos rituais (Portuguese language, 2021, Editora Vozes) 4 stars

Rituais podem ser definidos como técnicas simbólicas de encasamento. Transformam o estar-no-mundo em um estar-em-casa. …

O regime neoliberal totaliza a produção. É por isso que todas as áreas da vida se submetem a ela. A totalização da produção leva à profanação total da vida. A produção até monopoliza o repouso, degradando-o em tempo livre, parando para fazer uma pausa. Não introduz nenhum período sagrado da congregação. O tempo livre é para alguns um tempo vazio, o que provoca um horror vacui. A pressão crescente para fornecer desempenho não torna possível nem mesmo uma pausa para descansar. É por isso que muitos adoecem precisamente durante o tempo livre.

O desaparecimento dos rituais by  (44%)

Talvez pela primeira vez esteja entendendo sensivelmente o que é um regime totalitário. Antes, apenas intelectualmente, era um adjetivo vago que queria dizer algo ruim. Um regime totalitário faz a vida inteira olhar em torno dele, seja por medo, seja por pressão social, seja por ter adentrado na mente sem que percebamos.

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Frei Betto: Batismo de sangue (Paperback, Português language, Rocco) No rating

Lançado originalmente em 1982, Batismo de sangue ganhou o prêmio Jabuti na categoria de melhor …

Expliquei-lhe que o cristianismo é essencialmente transformador e essa revolução não se limita à história, culmina na transcendência. Jesus anunciou o Reino de Deus, a transformação radical deste mundo, segundo o projeto libertador do Pai. Onde há justiça, liberdade e amor, aí estão as sementes do Reino. O cristão, como discípulo de Cristo, não tem outro compromisso senão com o Espírito que nos anima na direção dessa esperança. A fé desmascara, à luz da palavra de Deus, o discurso ideológico dos dominadores. Jesus assume a identidade dos oprimidos, e neles quer ser amado e servido: “Tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes ver-me”(Mateus 25, 35-36). Servir à causa de libertação dos pobres é servir a Cristo. Mas uma parte da Igreja afastou-se historicamente da proposta evangélica. Trocou a aliança com o povo pela aliança com o poder. E o capital simbólico de nossa fé foi apropriado pelos opressores. O cristianismo passou a ser o espírito religioso do liberalismo. Deus, porém, não abandonou o seu povo. O Concílio Vaticano II e a Conferência Episcopal de Medellín eram prenúncios de uma Igreja convertida às suas origens. Na América Latina, a religião cristã não seria mais o ópio do povo e o ócio da burguesia. Seria, sim, sinal de contradição, pedra de escândalo, fogo que queima e alumia, espada que divide. Já não se poderia servir a Deus e ao dinheiro

Falei-lhe dos místicos, esses homens e mulheres capazes de se deixar subverter pela graça do Espírito. Essa revolução interior é tão importante – e difícil – como a que se busca no âmbito social e político. Ela faz surgir o homem e a mulher novos, livres dos demônios opressores que nos habitam. Nesse aspecto, o marxismo parecia-me insuficiente, não chegara a elaborar uma proposta de revolução de subjetividade humana. Acentuava demasiadamente a objetividade, quase identificando o homem com sua atividade produtiva.

Batismo de sangue by  (Page 103 - 104)

Byung-Chul Han: O desaparecimento dos rituais (Portuguese language, 2021, Editora Vozes) 4 stars

Rituais podem ser definidos como técnicas simbólicas de encasamento. Transformam o estar-no-mundo em um estar-em-casa. …

No grego antigo, a "escola" era chamada de scholé, ou seja, ociosidade. O colégio é, portanto, um ócio superior. Hoje, o colégio deixou de ser aquela ociosidade superior e se tornou um centro de produção que deve produzir capital humano. Em vez de cultivar, instrui.

(…)

Na Idade Média, a universidade era tudo menos um centro de treinamento vocacional. É por isso que ele também praticava rituais. Cetros, selos, gorros, medalhas e mantos são as insígnias dos rituais acadêmicos. Hoje, os rituais na universidade também estão sendo amplamente eliminados. A universidade transformada em empresa com seus clientes não precisa de rituais. Rituais não combinam com trabalho e produção. E onde apesar de tudo são reintroduzidos, são meramente decorativos e decadentes. Eles são apenas uma nova ocasião para tirar selfies ou ver seu próprio desempenho confirmado.

O desaparecimento dos rituais by  (43%)