Eu não admitia estar doente e não consentia em contar a meu pai, ou em chamar o médico. Carmilla tornou-se mais devotada a mim do que nunca, e seus estranhos paroxismos de lânguida adoração ficaram mais frequentes. Ela me fitava com ardor crescente enquanto minha força e meu ânimo se esvaíam, e esse aparente vislumbre de insanidade me chocava. Sem saber, encontrava-me já num grau avançado da mais estranha doença que um mortal pode sofrer. Os primeiros sintomas traziam consigo um fascínio inexplicável, que fez com que eu me resignasse à fraqueza extrema daquele estágio da moléstia. Tal fascínio aumentou até o momento em que foi permeado por uma sensação de horror, aprofundando-se até obscurecer e perverter toda a minha vida.
— Carmilla - A vampira de Karnstein by J. Sheridan Le Fanu (4647%)
Muito gótica essa dicotomia, essa mistura de doença, fascínio, languidez e horror.