Apesar de curto, em dados momentos a narrativa se torna repetitiva e previsível e isso tirou um pouco da minha curiosidade inicial com o livro e com o clima de perversão e mistério que rondava a casa das belas adormecidas. O ponto alto do livro são as reflexões do protagonista confrontado com a imensa solidão da velhice diante da juventude exuberante das garotas com quem pagava para dormir. A prosa japonesa é cheia de sutilezas e o autor tem um ótimo domínio da mesma sendo capaz de evocar sensações que vão do cheiro inebriante ao asco repulsivo. Em certos pontos você fica enojado temendo que o pior aconteça, não é um livro fácil, mas me faz pensar em como deve ser doloroso e angustiante envelhecer como o Eguchi, embora ele tenha tido uma vida de certa forma plena como fica evidente em suas reflexões. As páginas finais me surpreenderam com um desfecho abrupto e tenso que me deixou com desejo por mais, mas acredito que ele tenha sido o arremate certo no exato ponto capaz de tornar uma leitura memorável. Espero poder ler mais do Yusunari Kawabata algum dia