Nascido em tom de esperança, Parque industrial foi escrito em 1932, quando Pagu tinha 22 …
histórico.
5 stars
um romance real e inovador. o livro inverte a comum visão animalesca do proletariado (pense aluísio de azevedo) com chocantes visões da burguesia brasileira recém industrial, tendo sempre como plano de fundo a movimentação dos operários (curiosamente, o título da obra da tarsila do amaral do mesmo ano).
uma obra importantíssima para que seja entendida a industrialização brasileira, o desenvolvimento de cidade de são paulo e o processo de radicalização que permeava os sindicatos da época.
esse livro tem o ritmo de um desenho da hanna-barbera com temas divertidos e ainda uma chuva de nomes da flora e fauna brasileira. se você não se preocupar com se sentir burro por não saber umas espécies aleatórias de plantas é uma história bem rápida, preenchida por descrições folclóricas e críticas sutis.
O diário de Carolina Maria de Jesus surgiu este autêntico exemplo de literatura-verdade, que relata …
"A fome também é professora"
5 stars
Creio que qualquer coisa que escreva aqui sobre a obra seja redundante: ela fala por si só. Quarto de Despejo é o relato poético e duro de Carolina de Jesus sobre a mazela dos mais vulneráveis.
Moradora da favela do Canindé (SP), posteriormente desapropriada para a construção da Marginal Tietê, Carolina descreve em seu diário sua luta cotidiana para garantir a sobrevivência de sua família (ela e seus 3 filhos pequenos) a partir de seu trabalho como catadora de papel e ferro. É um relato duro, pesado, sobre um cotidiano de fome, sobre a violência, o racismo estrutural, a gentrificação, a falência das políticas sociais, e o papel da mulher numa sociedade patriarcal.
Muitas vezes usando frases curtas e embebidas em lirismo, Carolina de Jesus dá voz a dor invisível dos moradores das favelas metropolitanas, trazendo humanidade e complexidade a indivíduos que a grande mídia costumeiramente retrata como uma massa …
Creio que qualquer coisa que escreva aqui sobre a obra seja redundante: ela fala por si só. Quarto de Despejo é o relato poético e duro de Carolina de Jesus sobre a mazela dos mais vulneráveis.
Moradora da favela do Canindé (SP), posteriormente desapropriada para a construção da Marginal Tietê, Carolina descreve em seu diário sua luta cotidiana para garantir a sobrevivência de sua família (ela e seus 3 filhos pequenos) a partir de seu trabalho como catadora de papel e ferro. É um relato duro, pesado, sobre um cotidiano de fome, sobre a violência, o racismo estrutural, a gentrificação, a falência das políticas sociais, e o papel da mulher numa sociedade patriarcal.
Muitas vezes usando frases curtas e embebidas em lirismo, Carolina de Jesus dá voz a dor invisível dos moradores das favelas metropolitanas, trazendo humanidade e complexidade a indivíduos que a grande mídia costumeiramente retrata como uma massa amorfa.
Como mais uma prova do racismo e da injustiça, ainda que a obra de Carolina seja hoje considerada um dos maiores livros da literatura brasileira, em vida ela nunca recebeu (principalmente financeiramente) o reconhecimento do sucesso internacional de seu livro. Lembrar e cultuar Quarto de Despejo é também uma forma de lembrarmos como a narrativa de uma mulher pobre e negra foi usurpada pela branquitude de sua época.
Esse livro deveria ser, em minha humilde opinião, leitura obrigatória em escolas. Ele traz luz a um Brasil incômodo, mas que tristemente é ainda tão real.
Imagine uma época em que os livros configurem uma ameaça ao sistema, uma sociedade onde …
distopia diferente.
4 stars
as distopias costumam ser associadas com um governo totalitário controlando uma massa de pessoas.
o que me interessa mais nesse livro é a construção de uma opressão por parte do próprio povo: o desinteresse por buscar conhecimento, que surge das mídias de massa, torna-os ignorantes.
o final da história é particularmente emocionante.
apesar da abstração dos animais ser similar à de "a revolução dos bichos", a temática se difere drasticamente ao abordar o desenvolvimento da ditadura militar no brasil. a eugenia também tem espaço significativo nas discussões dentro da obra.
a linguagem é acessível, mas é fácil se perder dentro dos diversos nomes e histórias que se desenrolam no decorrer da obra.
Essa edição traz a primeira vampira da história e também a primeira história de vampiro …
define o vampirismo.
5 stars
a obra conta a história de uma garota vulnerável que sucumbe à sensualidade da vampira carmilla em um cenário gótico que se adapta facilmente ao vampirismo comtemporâneo.
Bibiana e Belonísia são filhas de trabalhadores de uma fazenda no Sertão da Bahia, descendentes …
toca na alma.
5 stars
essa é uma daquelas obras que lembra clássicos da literatura brasileira. com uma inspiração clara no regionalismo dos modernistas, porém com um cenário puxado para os anos 70. a narrativa é construída com perfeição e a realidade dolorosa é suavemente sustentada pela espiritualidade.
mesmo contando com um prefácio amargo para quem não mora no rio de janeiro, as crônicas da obra montam uma imagem característica da diversidade do povo brasileiro.
Que histórias uma negra brasileira, em pleno séc. XIX, desejaria contar a respeito da escravidão? …
muito vale este romance.
5 stars
esse livro é um romance ousado de uma autora apaixonada. a narrativa romântica conta com a temática abolicionista quase anacrônica, anos antes de castro alves, e se mostra um protesto sorrateiro quando analisada juntamente à autora.
RACISMO. ABUSO. LIBERTAÇÃO. A vida de Marguerite Ann Johnson foi marcada por essas três palavras. …
autobiografia forte e fundamental.
5 stars
"Era horrível ser negra e não ter controle sobre a minha vida. Era brutal ser jovem e já estar treinada para ficar sentada em silêncio ouvindo as acusações feitas contra a minha cor sem chance de defesa."
a obra traz uma visão nítida das relações raciais no período entreguerras e ensina como a voz pode transformar um mundo injusto.