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reviewed A Dança dos Dragões by George R. R. Martin (As Crônicas de Gelo e Fogo, #5)

George R. R. Martin: A Dança dos Dragões (Paperback, Português language, 2015, Leya)

A dança dos dragões é o quinto livro da saga As Crônicas de Gelo e …

Agora é esperar

Finalmente terminei As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R.R. Martin, com o 5º livro: A Dança dos Dragões (A Dance with Dragons, 2011, 824 pgs).

Não há muito o que falar que já não tenha mencionado sobre os outros livros, já que formam um único monumento gigantesco, sendo a série mais imersiva que já li.

Vi esse artigo ótimo sobre porque, para pessoas como eu, algumas ficções marcam tanto:

As Crônicas de Gelo e Fogo certamente são desse tipo. A autora do artigo diz que um dos motivos porque a série é tão amada é que suas relações sociais retratam perfeitamente a vida real e que a estória “reflete a natureza humana melhor do que muitas estórias ‘realistas’“.

Adoro também os temas e símbolos que formam o palco para as heroínas e heróis da saga:

  • futilidade da busca por poder;
  • degeneração da civilização;
  • destruição e banimento de culturais naturais;
  • espiritualidade e moral;
  • e as forças desconhecidas e indomáveis que não apenas não foram exterminadas pela racionalização, mas que voltam com a mesma agressividade com que foram expulsas.

Outro fator cativante é que muitas das personagens são outsiders, párias, pessoas traumatizadas, que não pertencem, como o anão Tyrion, o paraplégico Brandon, a mulher-máscula Brienne ou o bastardo Jon.

A Dança dos Dragões e o anterior (O Festim dos Corvos), na verdade, integram a mesma sequência. Festim foca no Sul e Dança, no Norte e fora do continente, durante alguns meses após a morte do rei Joffrey. Gostei especialmente desses dois porque é quando a estória desvia quase completamente do seriado Game of Thrones. Há muito mais trama e outros personagens importantes — por exemplo, três aspirantes a se casarem com Daenerys, incluindo outro sobrevivente Targaryen.

Esse livro também conclui, aparentemente, a transformação de Brandon Stark, em uma união com as florestas e seus animais. Foi um dos capítulos que mais gostei. É narrado de onde vem o culto às árvores brancas com rostos entalhados, os wargs que fundem a mente com animais e diversos outros elementos da cultura “moderna”, que a civilização se esqueceu ou se desconectou, sobrando apenas resquícios.

Minha frustração foi que as 2.000 páginas (das edições em inglês) desses últimos dois livros vão fazendo um esquenta para confrontos gigantescos que não acontecem. Estarão no próximo livro, Winds of Winter. Mas tudo bem, não faltaram elementos satisfatórios nas muitas subtramas.

Agora me juntei à turma que espera há 13 anos que George entregue o volume seguinte. A notícia mais recente, de abril de 2025, é que ele terminou 75% do livro.