Reviews and Comments

Não consigo fazer uma review aprofundada por sinceramente não conseguir discursar sobre as partes técnicas realmente interessantes. Mas não me intimidou de fortemente recomendá-lo. É uma previsão extremamente precisa do século XXI e das próximas décadas. Importante para compreender o porquê e como resultamos em uma sociedade onde anos após anos os riscos aumentam.

Ulrich Beck explica muito detalhadamente o desenvolvimento e o porquê de a sociedade industrial causar a sua própria modernização e distorção para uma nova sociedade moderna que, por definição, necessita da sociedade industrial e os riscos que ela provém, e advoga pelo progresso contínuo e sem questionamentos. Seja esse progresso científico-tecnológico ou político, ambos são toleráveis a riscos para justificar a própria existência, mesmo nas ideologias modernas mais socialmente progressivas.

Desculpe se a minha interpretação de qualquer parte é falha. Ainda estou me acostumando a ler sociologia técnica, especialmente em um tema tão complexo como as relações internas de uma sociedade moderna haha.

Recomendo especialmente aos "doomers" rsrs ou quaisquer ativistas contra os mais diversos riscos sociais.

A obra me surpreendeu! Não sei se aos fanáticos por teoria não conhecer a obra "Filosofia da Miséria" de Proudhon antes de ler a crítica de Marx é um crime, mas como eu estava mais focado em ler uma leve introdução à teoria de Marx, não me incomodou muito.

O primeiro fator a perceber é o formato de citar um ou alguns parágrafos de Proudhon e debulhar logo em seguida seus argumentos. Em alguns momentos eu genuinamente ria alto por Marx fazer uma piada e insulto direto a Proudhon.

As partes mais densas foram certamente as críticas diretas das diferentes idéias de política econômica entre os dois. Porém, as partes que eu mais gostei foram certamente os pontos que Marx discursava mais longinquamente sobre um tema, a ponto de pisar em território para precisar ser discutidos em uma obra separada (sinal de que eu preciso procurar mais obras do Marx sobre tais hahaha).

Ao final, fiquei com gostinho de quero mais, e consegui compreender a discrepante diferença entre os discursos de diferentes filósofos/economistas socialistas/comunistas/anarquistas da época. O que era exatamente o que eu estava procurando!

Recomendo fortemente para quem quiser começar a molhar os pés em teoria socialista/comunista!

(resenha repostada de 31 de dezembro de 2022)

Como o meu primeiro grande livro de filosofia, Ética a Nicômaco pareceu... extremamente denso. Comecei a ler pelo meu recente interesse pelo assunto, e a obra do filósofo não me decepcionou.

O conceito da ciência da Ética para Aristóteles é imediatamente fascinante. No livro o filósofo explora e investiga a definição e natureza de virtudes, moral, justiça, amizade e amor, felicidade, desejo, entre outros tópicos que com certeza não lembrarei. O conceito que mais me chamou a atenção foi o de virtude e amizades, onde é possível entender além de suas literais definições, como estas funcionam e refletir como muitos destes pensamentos ainda são relevantes ou extremamente presentes na atualidade.

O que torna a obra mais concisa e cativante é o modo como o filósofo após discutir determinados conceitos o aplica em diversas outras discussões futuras. Essa dinâmica serve como um verdadeiro aprendizado, especialmente para leitores com certa dificuldade de entender os conceitos apresentados (cof cof a minha pessoa), sendo proposital, ou não.

A fim, o livro provou um grande desafio pessoal. Em especial por ser a minha primeira grande introdução a obras de filosofia. Porém os tópicos discutidos ainda conseguem ser atuais, me fazendo refletir a cada livro passado. Pela escrita ser extremamente densa com uma linguagem particularmente nova para mim, a minha leitura consistiu em fazer a releitura do mesmo parágrafo algumas vezes, para tentar parcialmente compreender as ideias passadas.

Apesar disso, este desafio foi muito divertido para mim, e certamente fez de mim um leitor mais hábil e melhorou a minha interpretação de texto. Me deixou com um imediato sabor de "quero mais" não só pelas obras de Aristóteles como por ética em geral, apesar da aparente fadiga da leitura. Me parece uma leve viciante droga e eu amei.