Dito ainda de outra forma: todos os sistemas de trocas que organizam as sociedades patriarcais, e todas as modalidades de trabalho produtivo que são reconhecidas, valorizadas, remuneradas nessas sociedades, são negócios de homens. Mulheres, signos, mercadorias são sempre remetidos ao homem (quando um homem compra uma mulher, é ao pai dela ou ao irmão que ele "paga", e não à mãe..), e eles passam sempre de um ho- mem a outro homem, de um grupo de homens a outro grupo de homens. A força de trabalho é, portanto, su- posta sempre como masculina, e os "produtos" são obje- to de uso e de transação somente entre homens.
— Este sexo que não é só um sexo by Luce Irigaray (Page 192)