Da São Francisco dos anos 1970 à Nova York de um futuro próximo, Jennifer Egan …
Muito legal esse. A autora vai alternando entre os pontos de vista dos personagens e também entre épocas da vida dessas pessoas, indo desde o passado (fim dos anos 1970) até o futuro além da data de publicação do livro, passando por lugares diferentes (Nova York, São Francisco, Nápoles, algum lugar no Kenya) mas não chega a ser confuso demais. E de repente tem um powerpoint, que pensei que seriam uns slides no meio do texto. Na verdade é um capítulo inteiro que conta o desfecho de uma das personagens principais (Sasha) todo escrito em apresentação de slides, e fica bom. Recomendo.
A editora diz que esse é leitura obrigatória para fãs de Fahrenheit 451, mas não é. É uma coletânea com dezesseis histórias curtas, algumas delas disponíveis em outros volumes da mesma editora, que ainda estão em catálogo e fáceis de encontrar nas livrarias. "Os feiticeiros loucos de marte" e "Para o futuro" são versões de "Exilados" e de "A raposa e a floresta" que estão em "O homem ilustrado". "O carnaval da loucura" é "Usher II" das Crônicas marcianas.
Outros contos foram novidade para mim, e eu gostei dos primeiros (Reencarnado e Pilar de Fogo) que mostram pessoas voltando da morte. "A Biblioteca" e "Fênix Brilhante" são sobre bibliotecas queimadas, e o segundo mostra as pessoas que reagem. Esses dois e "O pedestre" tem tudo a ver com o que a coletânea promete, vale a pena conhecer.
"Muito depois da meia noite" e "O bombeiro" são duas versões da mesma …
A editora diz que esse é leitura obrigatória para fãs de Fahrenheit 451, mas não é. É uma coletânea com dezesseis histórias curtas, algumas delas disponíveis em outros volumes da mesma editora, que ainda estão em catálogo e fáceis de encontrar nas livrarias. "Os feiticeiros loucos de marte" e "Para o futuro" são versões de "Exilados" e de "A raposa e a floresta" que estão em "O homem ilustrado". "O carnaval da loucura" é "Usher II" das Crônicas marcianas.
Outros contos foram novidade para mim, e eu gostei dos primeiros (Reencarnado e Pilar de Fogo) que mostram pessoas voltando da morte. "A Biblioteca" e "Fênix Brilhante" são sobre bibliotecas queimadas, e o segundo mostra as pessoas que reagem. Esses dois e "O pedestre" tem tudo a ver com o que a coletânea promete, vale a pena conhecer.
"Muito depois da meia noite" e "O bombeiro" são duas versões da mesma história, que depois se transformariam em Fahrenheit 451. Cada uma tem mais ou menos noventa páginas e são muito parecidas, com os acontecimentos principais na mesma ordem e os mesmos personagens, mas com pequenas diferenças em trechos que podem alterar um pouco a caracterização do Montag. Mas acho que se a pessoa chega a esse ponto de ler várias versões de uma história pra ficar cotejando como o autor escreveu cada parágrafo, e o que escolheu revisar ou manter, talvez fosse melhor estudar o material no idioma original.
Então não sei pra quem esse livro seria indicado. Pra quem não leu os contos do Bradbury, tem opções melhores, comece pelo Homem ilustrado. Pra quem já leu os outros livros, é muita repetição.
Ao investigar o desaparecimento de uma menina, a dupla de detetives Patrick Kenzie e Angela …
Um caso de criança desaparecida que se arrasta por meses e acompanhamos os investigadores perdendo as esperanças e duvidando de si mesmos enquanto seguem pistas erradas e presenciam coisas horríveis.
Apesar de ter vários personagens da série que voltam a aparecer, acho que dá pra começar por este. Até agora li 4 com os detetives particulares Kenzie e Gennaro, e achei esse o melhor. Sei que tem mais, e se achar barato num sebo pego, mas sem pressa.
The Martian Chronicles (no Brasil, Crônicas Marcianas; em Portugal, O Mundo Marciano) é um livro …
No feriado de carnaval peguei esse porque queria lembrar de um conto e acabei relendo o livro inteiro. Aqui há histórias que foram publicadas em revistas no fim dos anos 1940, junto com outras que foram escritas para o livro, organizadas em uma cronologia da colonização de Marte. Os contos/capítulos se passam nos anos de 1999 a 2026.
Das primeiras histórias de expedições a Marte gostei principalmente da "Terceira expedição", que é meio terror e de "... E a Lua continua brilhando", que mostra um dos astronautas revoltado com a forma que os americanos desrespeitam o novo planeta. "Flutuando no espaço" é um história sobre racismo, que mostra a reação dos brancos quando os negros do sul dos EUA resolvem ir embora pra Marte. Usher II é uma homenagem a Edgar Alan Poe, com robôs.
Mais pro final do livro os contos falam do medo de uma guerra nuclear, que …
No feriado de carnaval peguei esse porque queria lembrar de um conto e acabei relendo o livro inteiro. Aqui há histórias que foram publicadas em revistas no fim dos anos 1940, junto com outras que foram escritas para o livro, organizadas em uma cronologia da colonização de Marte. Os contos/capítulos se passam nos anos de 1999 a 2026.
Das primeiras histórias de expedições a Marte gostei principalmente da "Terceira expedição", que é meio terror e de "... E a Lua continua brilhando", que mostra um dos astronautas revoltado com a forma que os americanos desrespeitam o novo planeta. "Flutuando no espaço" é um história sobre racismo, que mostra a reação dos brancos quando os negros do sul dos EUA resolvem ir embora pra Marte. Usher II é uma homenagem a Edgar Alan Poe, com robôs.
Mais pro final do livro os contos falam do medo de uma guerra nuclear, que devia ser grande logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Dessa parte meus preferidos são "Chuvas leves virão" e "O piquenique de um milhão de anos".
No geral gosto muito, seja para ler como contos separados ou como uma história longa.
A partir de clássicos da literatura policial, como Agatha Christie e Arthur Conan Doyle, Samir …
Esse eu li porque vi aqui na Velha estante e o nome do autor era familiar, ele traduziu algum outro livro que eu li recentemente. O título deve fazer
muita gente olhar e pensar “eu não quero nem saber”. Resolvi ver o que era e gostei. Recomendo.
História de um policial que investiga roubos de cargas e se infiltra entre os suspeitos, mas acaba se envolvendo romanticamente com a irmã do líder do grupo. É a mesma história de velozes e furiosos. A personalidade da irmã é ser uma grande gostosa. Tem sexo, tiroteios e carros antigos. O defeito desse livro é não ter saído em formato de bolso com papel jornal, pra vender em banca de jornal.
O milionário Trevor Stone recentemente perdeu a mulher num acidente de carro. Logo depois, descobriu …
Lido no recesso entre o natal e a primeira semana do ano. O autor usa vários clichês do gênero, então as reviravoltas não chegam a ser surpresa, mas é bom pra passar o tempo. Algumas coisas novas: os detetives saem de Boston e vão pra Flórida, o Bubba que aparecia nos primeiros livros e era um personagem meio absurdo sai de cena, e dessa vez no final os protagonistas parecem estar felizes. Quero ler o próximo da série que dizem ser o melhor.
Publicado pela primeira vez em 1992, Romance negro e outras histórias traz às vistas do …
Já tinha lido outros livros do Rubem Fonseca (O cobrador, Feliz Ano Novo, Agosto). Vários contos aqui são sobre escritores, ou pessoas que querem ser escritores.
Em “A arte de andar nas ruas do Rio de Janeiro”, o personagem fica andando nas ruas do centro, interagindo com prostitutas, mendigos, um grafiteiro e um pastor evangélico. Numa parte encontra o presidente da união dos desabrigados, que querem ser vistos “dormindo, fodendo, cagando nos lugares bonitos”. As imagens grotescas são recorrentes nas histórias.
“Olhar” é muito sinistro, gostei, mas o conto que dá título ao livro é o meu preferido, uma história de crime que se passa num evento sobre literatura policial. Tem bastante comentários sobre outros autores, alguns bem conhecidos, outros que não conheço (anotei pra procurar E.T.A. Hoffman).
Os detetives Patrick Kenzie e Angela Gennaro investigam as ameaças ao filho de uma famosa …
Livro 2 na série dos detetives particulares Patrick Kenzie e Angie Gennaro, esse é um livro bem violento, com uma história de serial killer que envolve tortura física e psicológica. Voltam alguns coadjuvantes, como Bubba, Phil, Devin e Oscar, e aparecem outros novos, como o agente do FBI Bolton, Grace e Mae. Mostra um pouco mais do passado de Patrick e Angie. Gostei mais de "Apelo às trevas" do que de "Um drink antes da guerra", acho que o escritor trabalha melhor os personagens aqui. Bom pra quem gosta do gênero.
A estreia de uma formidável dupla de detetives: Patrick Kenzie e Angie Gennaro, versão mais …
Tenho lido alguns livros de detetive particular americanos, e uma coisa que notei é que nos livros dos anos 1940, tipo Raymond Chandler, sempre aparecem os personagens sendo racistas, machistas . Nesse aqui, que já é de uns 50 anos mais tarde, aparecem as mesmas coisas, só que dessa vez tem personagens falando "isso é racismo", tem um dos os personagens principais sendo criticado e revendo seu próprio comportamento no relacionamento com uma amiga, tem até uma hora em que um cara explica pro outro por que é importante considerar o assassinato de uma pessoa negra por uma pessoa branca como uma questão racial. É interessante pensar como os autores foram tratando os problemas sociais dentro desse tipo de obra e desse gênero específico ao longo dos anos.
O autor de Fahrenheit 451 constrói um romance policial sobre um jovem escritor cujos amigos …
Soft boiled
No rating
A contracapa deste livro diz que é uma história de crimes e mistérios com um toque de literatura fantástica, então achei que iria gostar. Começa com um jovem escritor, inspirado no próprio Bradbury, que escuta a frase "a morte é um negócio solitário" e fica com isso na cabeça. Quando algumas pessoas velhas ou solitárias começam a morrer ou a sumir do lugar onde esse escritor vive, ele vê um mistério e resolve investigar.
Apesar da dedicatória do livro a Raymond Chandler, Ross Macdonald, Dashiel Hammet e James M. Cain, o escritor/investigador não tem nada de Marlowe ou de Continental Op. É uma pessoa sensível, sonhadora, nada hard boiled, e o mais perto de femme fatale que aparece aqui é uma senhora.
Além dele, outros personagens interessantes são o detetive da polícia que vive numa casa que parece uma selva, o barbeiro que não sabe cortar cabelo e que sempre …
A contracapa deste livro diz que é uma história de crimes e mistérios com um toque de literatura fantástica, então achei que iria gostar. Começa com um jovem escritor, inspirado no próprio Bradbury, que escuta a frase "a morte é um negócio solitário" e fica com isso na cabeça. Quando algumas pessoas velhas ou solitárias começam a morrer ou a sumir do lugar onde esse escritor vive, ele vê um mistério e resolve investigar.
Apesar da dedicatória do livro a Raymond Chandler, Ross Macdonald, Dashiel Hammet e James M. Cain, o escritor/investigador não tem nada de Marlowe ou de Continental Op. É uma pessoa sensível, sonhadora, nada hard boiled, e o mais perto de femme fatale que aparece aqui é uma senhora.
Além dele, outros personagens interessantes são o detetive da polícia que vive numa casa que parece uma selva, o barbeiro que não sabe cortar cabelo e que sempre toca piano pros clientes, uma atriz veterana do cinema que vive numa mansão. O espaço da história é interessante também, os canais com restos de circo abandonados, a montanha russa e um velho cinema que estão sendo demolidos pra dar lugar a construções novas.
Talvez algumas dessas personagens e desses eventos sejam inspirados em fatos reais da vida do autor, não sei. A edição também não ajuda, não vem um prefácio ou posfácio. Não vou dizer que é ruim, só que esperava mais por ter lido e gostado de outros do autor (Crônicas marcianas, Fahrenheit 451, o homem ilustrado).
Histórias inspiradas em figuras como Giordano Bruno, Samuel Beckett, Lewis Carrol, Jorge Luis Borges e …
Neste livro o autor cria uma série de histórias, cada uma a partir de um fragmento de texto que apresenta alguma teoria científica, sem deixar claro de onde saíram esses fragmentos. Poderia ser um livro que você lê mais por interesse em como ele foi escrito, mas eu gostei das histórias.
Fica a impressão de ler algo que seria impossível fora do formato escrito, a começar pelo personagem principal, que se chama 'Qfwfq', e que em uma página é um dinossauro que sobreviveu à extinção, em outra pode ser um molusco grudado numa rocha no mar, ou alguma coisa que já existia antes dos planetas se formarem.
No geral as histórias saem de coisas como a formação da atmosfera ou a evolução das espécies para falar de temas humanos como amadurecimento ou relações românticas. É tudo bem fantasioso, e tem alguns momentos bem engraçados, como 'Os anos-luz': o personagem usa …
Neste livro o autor cria uma série de histórias, cada uma a partir de um fragmento de texto que apresenta alguma teoria científica, sem deixar claro de onde saíram esses fragmentos. Poderia ser um livro que você lê mais por interesse em como ele foi escrito, mas eu gostei das histórias.
Fica a impressão de ler algo que seria impossível fora do formato escrito, a começar pelo personagem principal, que se chama 'Qfwfq', e que em uma página é um dinossauro que sobreviveu à extinção, em outra pode ser um molusco grudado numa rocha no mar, ou alguma coisa que já existia antes dos planetas se formarem.
No geral as histórias saem de coisas como a formação da atmosfera ou a evolução das espécies para falar de temas humanos como amadurecimento ou relações românticas. É tudo bem fantasioso, e tem alguns momentos bem engraçados, como 'Os anos-luz': o personagem usa um telescópio que vê a cem milhões de anos luz de distância e percebe que alguém em outra galáxia o viu num momento que ele preferia esconder. Então ele começa a viver pensando na imagem de si mesmo que será poderá ser vista nós próximos milhões de anos em galáxias distantes.
Algumas outras que gostei foram "O tio aquático", "Os dinossauros", "A espiral". Recomendo.
In a rural Vermont college, a group of Classics students get carried away at a …
Tava ruim, parece que piorou
2 stars
O início desse livro foi dureza. O narrador (Richard) chega na universidade e fica fascinado com um grupinho de pessoas ricas que andam de terno e estudam grego antigo, e faz de tudo pra entrar no tal grupo. Tem uma coisa de classe, porque o Richard é filho de pais que precisam trabalhar, e parece achar que esses colegas ricos do curso de grego tem a vida que ele gostaria de ter.
Pra mim, tudo que ele dizia sobre esses caras que ele achava o máximo só me fez achar eles muito ridículos, fazendo um grande esforço para parecerem desconectados de tudo que acontece no mundo contemporâneo - em certa parte um deles diz que nunca ouviu falar que o homem pisou na lua.
O final também é difícil de engolir, porque aparentemente passaram-se anos, e o Richard (que participou de um assassinato, poderia ter sido preso ou pior) continua …
O início desse livro foi dureza. O narrador (Richard) chega na universidade e fica fascinado com um grupinho de pessoas ricas que andam de terno e estudam grego antigo, e faz de tudo pra entrar no tal grupo. Tem uma coisa de classe, porque o Richard é filho de pais que precisam trabalhar, e parece achar que esses colegas ricos do curso de grego tem a vida que ele gostaria de ter.
Pra mim, tudo que ele dizia sobre esses caras que ele achava o máximo só me fez achar eles muito ridículos, fazendo um grande esforço para parecerem desconectados de tudo que acontece no mundo contemporâneo - em certa parte um deles diz que nunca ouviu falar que o homem pisou na lua.
O final também é difícil de engolir, porque aparentemente passaram-se anos, e o Richard (que participou de um assassinato, poderia ter sido preso ou pior) continua amando essas pessoas e sonhando com saudades daquela época. No começo tinha a desculpa de ser um jovem de 20 anos meio abobado, no fim não mudou nada.
Acredito que se você está gostando da imersão em uma ficção não se importa de ler 500 páginas sobre qualquer coisa, e também não sou contra histórias de gente ruim, mas o que eu vi aqui foram muitas páginas de pessoas metidas a inteligentes passeando, bebendo, tendo ideias estúpidas, e diálogos que não contribuem pra torná-las mais interessantes nem pra avançar uma história. No meio do livro eu fui ler outras coisas e quase desisti de voltar pra terminar.