Estou muito curioso sobre esses esprenos, até agora o livro não explicou direito o que são, apenas descreveu alguns.
Não, não quero suas explicações, não ainda.
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A Expressão Popular não devia ter trocado o título do livro, o original "Ruy Mauro Marini: Vida e Obra", fazia mais sentido. Metade dos textos desse livro não são do Ruy, mas sobre o Ruy. Se você não for um estudioso da vida do Ruy e só queria ler os artigos dele metade desse livro é meio inútil.
Eu odeio, odeio, odeio casos anedóticos. Eu não estou nem aí para os hábitos excêntricos do Bill Gates ou de qualquer CEO por aí. Não me importo com seu case de sucesso, não me importo com sua historinha bem-humorada para provar um ponto. Caguei para suas referencias bíblica literárias que você usa para fingir erudição. Não estou nem aí para os paralelos bizarros que você cria com algum fato histórico aleatório.
Cida Bento mistura casos anedóticos e pesquisa em seu estudo da branquitude. Com referências como W. E. B. Du Bois, Fanon e Lélia González a autora traça as características da branquitude, suas práticas, seu inconsciente e sua relação com o capitalismo. Para Cida a branquitude “diz respeito a um conjunto de práticas culturais que são não nomeadas e não marcadas, ou seja, há silêncio e ocultação em torno dessas práticas culturais”. A branquitude é representativa de um “capitalismo racial” “que se alimenta do lucro e do preconceito de raça vendido como liberalismo meritocrático”. É uma leitura curta, um tanto quanto pessoal e que pode servir de ponto de entrada para as tantas referências feitas pela autora.
Content warning Aviso de Conteúdo Sensível para possíveis leitores
Regina é vitima de carcere e estupro durante sua historia. Não existem descrições gráficas. Também fica implícito que isso possa ter acontecido com outros vulneráveis
Pulp é um breve e último romance do velho safado Charles Bukowski, feito às pressas antes de sua morte. Como o nome sugere, essa é uma história de pulp fiction com detetives durões e mulheres fatais. O que muda é a consciência de Bukowski e seu estilo: diálogos surreais, um humor ácido e a sensação de que todo mundo em Los Angeles é uma paródia. Acompanhamos Nicky Belane, 55 anos,alcoólatra, gorducho e sem nenhum dinheiro. Ele é o clichê do detetive decadente das histórias noir. Mas Belane é mais do que isso, Belane é Bukowski. Ele não é sanitizado para se tornar um cara legal do final. É de fato xucro, bronco e meio burro mas com sacadas geniais. Cobrando seis dólares a hora Nicky trabalha nos casos mais excêntricos: ajudar a dona morte, encontrar um pardal vermelho, se livrar de aliens. A falta de dinheiro o faz aceitar qualquer …
Pulp é um breve e último romance do velho safado Charles Bukowski, feito às pressas antes de sua morte. Como o nome sugere, essa é uma história de pulp fiction com detetives durões e mulheres fatais. O que muda é a consciência de Bukowski e seu estilo: diálogos surreais, um humor ácido e a sensação de que todo mundo em Los Angeles é uma paródia. Acompanhamos Nicky Belane, 55 anos,alcoólatra, gorducho e sem nenhum dinheiro. Ele é o clichê do detetive decadente das histórias noir. Mas Belane é mais do que isso, Belane é Bukowski. Ele não é sanitizado para se tornar um cara legal do final. É de fato xucro, bronco e meio burro mas com sacadas geniais. Cobrando seis dólares a hora Nicky trabalha nos casos mais excêntricos: ajudar a dona morte, encontrar um pardal vermelho, se livrar de aliens. A falta de dinheiro o faz aceitar qualquer coisa. Não é uma história de mistério, Belane resolve seus casos de forma inconsequente. A graça está nas situações estranhas, diálogos surreais e pensamentos mordazes do protagonista. Também há situações metalinguísticas, a relação de Nicky Belane com o próprio Charles Bukowski, as criticas a literatura no próprio livro, a femme-fatale é literalmente a morte e o final que bem não posso contar. Se você gosta de histórias de detetive, boas tiradas, diálogos surreais, bastante pessimismo, Pulp é uma ótima escolha.
Content warning Alerta de spoiler
Enquanto aguardavam os trâmites da internação, disse para Yeonghye: “O ar daqui é mais puro e você vai ter mais apetite. Tem que comer melhor e ganhar mais peso.” “Sim, aqui têm árvores grandes”, disse Yeonghye, olhando para a zelcova no centro do pátio. Chamado por um funcionário da recepção, um enfermeiro de meia-idade e compleição grande aproximou-se e verificou o conteúdo de sua bagagem. Foi tirando e desdobrando meticulosamente as roupas íntimas, as casuais, sandálias, artigos de higiene pessoal, para se certificar de que não haveria cordas ou presilhas escondidas. Depois de confiscar um cinto de lã comprido e grosso, pediu que o seguissem. O funcionário abriu a porta com uma chave e entrou primeiro na ala. Ela e Yeonghye vinham atrás. Enquanto ela cumprimentava os enfermeiros, Yeonghye permaneceu quietinha. Quando por fim chegaram a um quarto para seis pacientes e ela colocou a mala no chão, divisou as grades em linha vertical na janela, com um pequeno espaçamento entre elas. Nesse momento, um inesperado sentimento de culpa pesou em seu peito e ela ficou confusa. Sem fazer barulho, Yeonghye se aproximou e disse: “Dá para ver as árvores daqui também.” Apertou os lábios e disse para si mesma: “Não fraqueje. É um fardo que você não vai conseguir carregar. Ninguém pode te criticar por isso. Depois de tudo o que passou, está agindo muito bem”. Não quis olhar para o rosto de Yeonghye. Fixou a vista somente nos raios de sol de princípios de inverno, que banhavam as folhas mais resistentes. Como se a consolasse, Yeonghye falou com um tom de voz sereno e baixo: “Mana…” O velho suéter preto de Yeonghye tinha um leve cheiro de naftalina. Quando viu que ela não respondia, Yeonghye sussurrou mais uma vez: “Mana… todas as árvores do mundo são minhas irmãs”.