Fiquei curioso como seria autoajuda escrito por um dos maiores filosofo do século XX
Reviews and Comments
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Miguel Medeiros started reading A conquista da felicidade (Coleção Clássicos de Ouro)
Miguel Medeiros commented on O desaparecimento dos rituais by Byung-Chul Han
Não sei se isso se reflete no original mas a escrita está muito estranha em comparação a outras obras do mesmo autor, uma escrita muito mais simplista encostando até mesmo no errado. Coisas do tipo "A gente se explora voluntariamente acreditando que a gente esta se realizando"
Miguel Medeiros commented on Terra arrasada by Jonathan Crary
Miguel Medeiros commented on Mulheres Mitos e Deusas by Martha Robles
Miguel Medeiros reviewed Vidas Secas by Graciliano Ramos
Sozinho num mundo coberto de penas
Sob o sol escaldante do sertão, acompanhamos uma fatia da vida de Fabiano, Sinha Vitória, seus dois filhos e a fiel cachorra Baleia. Em meio à estiagem encontramos a família em estirão. Não conhecemos seus passados, abandonaram tudo, inclusive as memórias, restam apenas as roupas que vestem, a espingarda de pederneira de Fabiano e o baú de folha na cabeça de Vitória. A família representa a massa marginalizada, despojada de sua história e condenada a uma existência precária e sem perspectivas.
Eles se assentam em uma velha fazenda abandonada e logo são arrendados pelos donos que sem demora começam a explorá-los. A partir daí vemos a vida recomeçar, seus hábitos quase animalescos em contraste nas visitas à cidade, seus humildes sonhos, sacrifícios e dia a dia. Até tudo terminar em um eterno retorno
Miguel Medeiros started reading Assim falou Zaratustra by Friedrich Nietzsche
Miguel Medeiros wants to read Edgar Allan Poe. Medo Clássico by Edgar Allan Poe (Medo Clássico)
Miguel Medeiros commented on O andar do bêbado by Leonard Mlodinow (Zahar)
Miguel Medeiros finished reading Dez Argumentos Para Você Deletar Agora Suas Redes Sociais by Jaron Lanier
O livro “Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais” propõe um manifesto contra as redes sociais. Para qualquer internauta bem informado praticamente todos seus argumentos não são novidade, ainda assim esta poderia ser uma boa porta de entrada para uma visão mais crítica acerca dessas plataformas que pautam o discurso atual. Infelizmente o livro falha em sua missão, por mais que seus argumentos sejam relevantes sua escrita é preguiçosa e leva ao tédio. Esse é o tipo de livro que parece mais um blog post enrolado até as 200 páginas de um livro. Além disso, apesar de se mostrar um livro teoricamente contra as redes sociais, não consegue perceber a lógica corporativa por trás do funcionamento dessas redes, logo não é crítico às big techs, inclusive nunca as chama assim, prefere no lugar criar um nome próprio “BUMMER”. Tanto que o livro chega a dar como solução para …
O livro “Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais” propõe um manifesto contra as redes sociais. Para qualquer internauta bem informado praticamente todos seus argumentos não são novidade, ainda assim esta poderia ser uma boa porta de entrada para uma visão mais crítica acerca dessas plataformas que pautam o discurso atual. Infelizmente o livro falha em sua missão, por mais que seus argumentos sejam relevantes sua escrita é preguiçosa e leva ao tédio. Esse é o tipo de livro que parece mais um blog post enrolado até as 200 páginas de um livro. Além disso, apesar de se mostrar um livro teoricamente contra as redes sociais, não consegue perceber a lógica corporativa por trás do funcionamento dessas redes, logo não é crítico às big techs, inclusive nunca as chama assim, prefere no lugar criar um nome próprio “BUMMER”. Tanto que o livro chega a dar como solução para questões das redes o alternância do modelo de negócios de propaganda para mensalidades, não percebendo o mal que eles continuariam a causar mesmo sendo pagas e não precisarem de anunciantes. O livro chega a dizer que o apoio dessas corporações a políticos de extrema direita é completamente aleatório, que as redes não são nem progressistas nem conservadoras, um discurso completamente despolitizante e passando um baita pano pela fastiscização do mundo que as redes colocaram em curso.
O termo “engajamento” faz parte da linguagem familiar, eufemística, que esconde a imensa estupidez da máquina que construímos. Precisamos usar termos como “vício” e “modificação de comportamento”. Eis outro exemplo do eufemismo dessa linguagem: ainda chamamos de “anunciantes” os clientes das empresas de mídia social — para ser justo, muitos deles o são. Afinal, eles querem que você compre uma marca específica de sabonete ou qualquer outra coisa. Mas também podem ser pessoas repugnantes, obscuras, que querem minar a democracia. Prefiro, portanto, usar o termo “manipuladores” para descrever esse tipo de gente.
Miguel Medeiros reviewed O saber dos antigos by Giovanni Reale (Leituras Filosoficas)
Uma boa ideia nas mãos erradas
Com base nas interpretações heideggerianas do niilismo nietzschiano Giovanni Reale indica os dez males contemporâneos, propondo uma terapia baseada no pensamento antigo.
Apesar de apontamentos relevantes, sinto um certo descolamento da realidade por parte de Reale alimentado por um antimarxismo que o impede de enxergar certas raízes para os verdadeiros males contemporâneos. Isso se mostra de forma muito visível em sua crítica ao produtivismo, o autor aponta a nossa “necessidade de fazer” e uma corrida desenfreada por desenvolvimento como fim em si próprio e não consegue associar esse fenômeno ao modo de produção expansionista do capitalismo. Reale sugere a vida contemplativa como alternativa, está sendo o objetivo supremo de todo homem e não percebe que não há alternativa para o homem médio a não ser produzir
No próximo capítulo Reale salienta a problemática da felicidade como o bem-estar material onde a “abundância dos bens materiais, em vez de preencher o …
Com base nas interpretações heideggerianas do niilismo nietzschiano Giovanni Reale indica os dez males contemporâneos, propondo uma terapia baseada no pensamento antigo.
Apesar de apontamentos relevantes, sinto um certo descolamento da realidade por parte de Reale alimentado por um antimarxismo que o impede de enxergar certas raízes para os verdadeiros males contemporâneos. Isso se mostra de forma muito visível em sua crítica ao produtivismo, o autor aponta a nossa “necessidade de fazer” e uma corrida desenfreada por desenvolvimento como fim em si próprio e não consegue associar esse fenômeno ao modo de produção expansionista do capitalismo. Reale sugere a vida contemplativa como alternativa, está sendo o objetivo supremo de todo homem e não percebe que não há alternativa para o homem médio a não ser produzir
No próximo capítulo Reale salienta a problemática da felicidade como o bem-estar material onde a “abundância dos bens materiais, em vez de preencher o homem, o esvaziou”, novamente não percebe a lógica capitalista de produção e consumo, Marx nos alerta nos Manuscritos Econômico-Filosóficos “Todas essas conseqüências decorrem do fato de o trabalhador ser relacionado com o produto de seu trabalho como com um objeto estranho. [...] O trabalhador põe a sua vida no objeto, e sua vida, então, não mais lhe pertence, porém, ao objeto.” o trabalho nos aliena e ao consumirmos o fruto do trabalho nos alienamos novamente.
Seu capítulo sobre a não violência chega a soar cômico em sua timidez. Começando como uma crítica geral a violência em abstrato, aos poucos o autor caminha para um pensamento anti revolucionário sem nunca mencionar diretamente algum processo revolucionário, se contenta com uma fábula um tanto quanto ingênua de Dino Buzzati, “A revolta dos cretinos” um conto um tanto caricato sobre a busca por igualdade que descamba para o empobrecimento da sociedade. Essa parte soa desconexa do contexto da não violência passado até então, uma digressão gratuita ao tema que não tem coragem para levar ao fim suas verdadeiras intenções
Em outro capítulo Reale advoga contra o “ideologismo” em uma tentativa maior de negar Marx. Interpreta a ideologia como uma forma de “fé” que corrompe e que pode “subverter os próprios fatos e violentar a realidade, como a história do marxismo e do chamado socialismo real comprovam”, irônico como o autor não reconhece os próprios ideologismos na fala. De forma geral Reale se precipita ao tratar da ideologia como um objeto de atribuição, ativamente apossada que macula a “verdade”. De uma forma tanto quanto romântica Reale prega pela “verdade” como a luz que ilumina o mundo e trata a ideologia como a negação da verdade. É esta visão moral
Mesmo nos momentos onde seu antimarxismo não se mostra diretamente aparente o autor permanece dissonante com a realidade, um de suas críticas durante seu livro é do cientificismo, algo que pode sim estar presente dentro de certos círculos, principalmente os acadêmicos mas que de forma alguma é um mal da sociedade contemporânea. Muito pelo contrário vivemos uma onda da anticiência e fanatismo religioso, se o livro dá a entender que estamos nos tornando demasiadamente céticos “anti-metafísicos” a realidade mostra que talvez precisemos de um pouco mais de ceticismo
No geral o livro apresenta um bom conceito em encontrar as origens de nosso mal estar mas falha na radicalidade ao defrontar-se com eles. O livro foi um grande potencial desperdiçado, quem sabe com a mesma ideia com o autor certo não encontremos uma grande perola