Reviews and Comments

Miguel Medeiros

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Byung-Chul Han: O desaparecimento dos rituais (Portuguese language, 2021, Editora Vozes) No rating

Rituais podem ser definidos como técnicas simbólicas de encasamento. Transformam o estar-no-mundo em um estar-em-casa. …

Não sei se isso se reflete no original mas a escrita está muito estranha em comparação a outras obras do mesmo autor, uma escrita muito mais simplista encostando até mesmo no errado. Coisas do tipo "A gente se explora voluntariamente acreditando que a gente esta se realizando"

Graciliano Ramos: Vidas Secas (Hardcover, Portuguese language, 2024, Antofágica) No rating

Quanta dor cabe nos olhos?

Fabiano, cabra mais bicho que gente, percorre o sertão nordestino …

Sozinho num mundo coberto de penas

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Sob o sol escaldante do sertão, acompanhamos uma fatia da vida de Fabiano, Sinha Vitória, seus dois filhos e a fiel cachorra Baleia. Em meio à estiagem encontramos a família em estirão. Não conhecemos seus passados, abandonaram tudo, inclusive as memórias, restam apenas as roupas que vestem, a espingarda de pederneira de Fabiano e o baú de folha na cabeça de Vitória. A família representa a massa marginalizada, despojada de sua história e condenada a uma existência precária e sem perspectivas.

Eles se assentam em uma velha fazenda abandonada e logo são arrendados pelos donos que sem demora começam a explorá-los. A partir daí vemos a vida recomeçar, seus hábitos quase animalescos em contraste nas visitas à cidade, seus humildes sonhos, sacrifícios e dia a dia. Até tudo terminar em um eterno retorno

Jaron Lanier: Dez Argumentos Para Você Deletar Agora Suas Redes Sociais (Portuguese language, Intrínseca) No rating

Um manifesto que vai fazer você pensar duas vezes antes de postar

Hoje as redes …

O livro “Dez argumentos para você deletar agora suas redes sociais” propõe um manifesto contra as redes sociais. Para qualquer internauta bem informado praticamente todos seus argumentos não são novidade, ainda assim esta poderia ser uma boa porta de entrada para uma visão mais crítica acerca dessas plataformas que pautam o discurso atual. Infelizmente o livro falha em sua missão, por mais que seus argumentos sejam relevantes sua escrita é preguiçosa e leva ao tédio. Esse é o tipo de livro que parece mais um blog post enrolado até as 200 páginas de um livro. Além disso, apesar de se mostrar um livro teoricamente contra as redes sociais, não consegue perceber a lógica corporativa por trás do funcionamento dessas redes, logo não é crítico às big techs, inclusive nunca as chama assim, prefere no lugar criar um nome próprio “BUMMER”. Tanto que o livro chega a dar como solução para …

Jaron Lanier: Dez Argumentos Para Você Deletar Agora Suas Redes Sociais (Portuguese language, Intrínseca) No rating

Um manifesto que vai fazer você pensar duas vezes antes de postar

Hoje as redes …

O termo “engajamento” faz parte da linguagem familiar, eufemística, que esconde a imensa estupidez da máquina que construímos. Precisamos usar termos como “vício” e “modificação de comportamento”. Eis outro exemplo do eufemismo dessa linguagem: ainda chamamos de “anunciantes” os clientes das empresas de mídia social — para ser justo, muitos deles o são. Afinal, eles querem que você compre uma marca específica de sabonete ou qualquer outra coisa. Mas também podem ser pessoas repugnantes, obscuras, que querem minar a democracia. Prefiro, portanto, usar o termo “manipuladores” para descrever esse tipo de gente.

reviewed O saber dos antigos by Giovanni Reale (Leituras Filosoficas)

Giovanni Reale: O saber dos antigos (Portuguese language, 2014, Edições Loyola) No rating

Uma boa ideia nas mãos erradas

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Com base nas interpretações heideggerianas do niilismo nietzschiano Giovanni Reale indica os dez males contemporâneos, propondo uma terapia baseada no pensamento antigo.

Apesar de apontamentos relevantes, sinto um certo descolamento da realidade por parte de Reale alimentado por um antimarxismo que o impede de enxergar certas raízes para os verdadeiros males contemporâneos. Isso se mostra de forma muito visível em sua crítica ao produtivismo, o autor aponta a nossa “necessidade de fazer” e uma corrida desenfreada por desenvolvimento como fim em si próprio e não consegue associar esse fenômeno ao modo de produção expansionista do capitalismo. Reale sugere a vida contemplativa como alternativa, está sendo o objetivo supremo de todo homem e não percebe que não há alternativa para o homem médio a não ser produzir

No próximo capítulo Reale salienta a problemática da felicidade como o bem-estar material onde a “abundância dos bens materiais, em vez de preencher o …