Parecia mais legal nas minhas memórias (sem trocadilhos)
3 stars
Se eu não me engano, Memórias de um Sargento de Milícias (que eu insisto em chamar de Memórias Póstumas de um Sargento de Milícias na minha cabeça, admito) foi um dos livros da lista da Fuvest no meu ano de ingresso (aliás, Memórias Póstumas de Brás Cubas também).
Eu não li o livro na ocasião (admito), mas lembro de uma ou outra coisa das aulas de literatura para o vestibular e na minha cabeça, o livro era mais engraçado e divertido.
A primeira parte do livro fica descrevendo as traquinagens do Leonardinho, o personagem principal, que desde pequeno só quer saber de travessura e vadiagem. Essa parte é particularmente enfadonha, na minha opinião. Depois, passa a descrever a vida jovem-adulta de Leonardinho, que continua a se meter em vadiagem e adora um rabo de saia. Essa parte fica mais interessante e você começa a ansiar pelo desfecho. A questão é que o desfecho ocorre "du neida", como dizem os jovens, de maneira atropelada, e... bom, é um livro de 1853, não conta como spoiler: tudo acaba bem, apesar de tudo indicar que ia ser uma tragédia após a outra. O fim foi muito frustrante!
Mesmo assim, esse livro tem seu valor histórico na literatura brasileira por ser lançado em meio ao romantismo, mas não ser exatamente romântico; por ser um romance, mas não um romance como os outros; pelo personagem principal ser um anti-herói que acaba se redimindo (anti-heróis eram pouco comuns então). Sem falar que, em uma época que se focava mais nas classes abastadas na literatura, Almeida resolve falar do populacho, usando linguagem do populacho. Portanto, vou dar meu braço a torcer de que a leitura foi importante nesse sentido.
Mas em termos de roteiro? Nah.