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Miguel Medeiros

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"Este mundo grande cansa-me à exaustão o pequeno corpo.". — Pórcia

Sou um leigo que se entrega à filosofia, literatura, história e ciência. Leitor de Philip K. Dick a Platão, ouvinte de Arctic Monkeys a John Coltrane, jogador de Red Dead Redemption a Deus Ex.

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Jean-François Lyotard: A condição pós-moderna (Portuguese language, José Olympio) No rating

Obra mais conhecida de Jean-François Lyotard, A condição pós-moderna constrói um arco histórico das transformações …

[...] a mercantilização do saber não poderá deixar intacto o privilégio que os Estados-Nações modernos detinham e detém ainda no que concerne à produção e à difusão dos conhecimen-tos. A ideia de que estes dependem do "cérebro" ou do "espíri-to" da sociedade que é o Estado será suplantada à medida que seja reforçado o princípio inverso, segundo o qual a sociedade não existe e não progride a não ser que as mensagens que nela circulem sejam ricas em informação e fáceis de decodificar. O Estado começará a aparecer como um fator de opacidade e de "ruido" para uma ideologia da "transparência" comunicacional, que se relaciona estritamente com a comercialização dos saberes. É sob este ângulo que se arrisca a apresentar-se com uma nova acuidade o problema das relações entre as instâncias econômicas e as instâncias estatais.

Já nos decênios anteriores, aquelas puderam pôr em perigo a estabilidade destas graças às novas formas de circulação de capi-tais, às quais se deu o nome genérico de empresas multinacionais. Estas formas implicam que as decisões relativas ao investimento escapam, pelo menos em parte, ao controle dos Estados-Nações. 21 Com a tecnologia informacional e telemática, a questão corre o risco de tornar-se ainda mais espinhosa. Admitamos, por exemplo, que uma firma como a IBM seja autorizada a ocupar uma faixa do campo orbital da Terra para implantar satélites de comunicação e/ou de banco de dados. Quem terá acesso a isto? Quem definirá os canais ou os dados proibidos? O Estado? Ou ele será um usuário como os outros? Novamente, surgem problemas de direito, e através deles a questão: quem saberá?

A condição pós-moderna by  (Page 23 - 24)

Jean-François Lyotard: A condição pós-moderna (Portuguese language, José Olympio) No rating

Obra mais conhecida de Jean-François Lyotard, A condição pós-moderna constrói um arco histórico das transformações …

Sob a forma de mercadoria informacional indispensável ao poderio produtivo, o saber já é e será um desafio maior, talvez o mais importante, na competição mundial pelo poder. Do mesmo modo que os Estados-Nações se bateram para dominar territórios, e com isto dominar o acesso e a exploração das matérias-primas e da mão de obra barata, é concebível que eles se batam no futuro para dominar as informações. Assim encontra-se aberto um novo campo para as estratégias industriais e comerciais e para as estratégias militares e politicas.

A condição pós-moderna by  (Page 23)

Jean-François Lyotard: A condição pós-moderna (Portuguese language, José Olympio) No rating

Obra mais conhecida de Jean-François Lyotard, A condição pós-moderna constrói um arco histórico das transformações …

Pode-se então esperar uma explosiva exteriorização do saber em relação ao sujeito que sabe (sachant), em qualquer ponto que este se encontre no processo de conhecimento. O antigo principio segundo o qual a aquisição do saber é indissociável da formação (Bildung) do espírito, e mesmo da pessoa, cai e cairá cada vez mais em desuso. Esta relação entre fornecedores e usuários do conhecimento e o próprio conhecimento tende e tenderá a assumir a forma que os produtores e os consumidores de mercadorias têm com estas últimas, ou seja, a forma valor. O saber é e será produzido para ser vendido, e ele é e será consu-mido para ser valorizado numa nova produção: nos dois casos, para ser trocado. Ele deixa de ser para si mesmo seu próprio fim; perde o seu "valor de uso".

A condição pós-moderna by  (Page 22 - 23)

Jean-François Lyotard: A condição pós-moderna (Portuguese language, José Olympio) No rating

Obra mais conhecida de Jean-François Lyotard, A condição pós-moderna constrói um arco histórico das transformações …

Jean-François Lyotard: A condição pós-moderna (Portuguese language, José Olympio) No rating

Obra mais conhecida de Jean-François Lyotard, A condição pós-moderna constrói um arco histórico das transformações …

Simplificando ao extremo, considera-se "pós-moderna" a incredulidade em relação aos metarrelatos. É, sem dúvida, um efeito do progresso das ciências; mas este progresso, por sua vez, a supõe. Ao desuso do dispositivo metanarrativo de legitimação corresponde sobretudo a crise da filosofia metafísica e a da instituição universitária que dela dependia. A função narrativa perde seus atores (functeurs), os grandes heróis, os grandes perigos, os grandes périplos e o grande objetivo. Ela se dispersa em nuvens de elementos de linguagem narrativos, mas também denotativos, prescritivos, descritivos etc., cada um veiculando consigo validades pragmáticas sui generis. Cada um de nós vive em muitas destas encruzilhadas. Não formamos combinações de linguagem necessariamente estáveis, e as propriedades destas por nós formadas não são necessariamente comunicáveis.

Assim, nasce uma sociedade que se baseia menos numa antropologia newtoniana (como o estruturalismo ou a teoria dos sistemas) e mais numa pragmática das partículas de linguagem. Existem muitos jogos de linguagem diferentes; trata-se da heterogeneidade dos elementos. Somente darão origem à instituição através de placas, é o determinismo local.

A condição pós-moderna by  (Page 18)

Jean-François Lyotard: A condição pós-moderna (Portuguese language, José Olympio) No rating

Obra mais conhecida de Jean-François Lyotard, A condição pós-moderna constrói um arco histórico das transformações …

O pós-moderno, como condição da cultura nesta era, caracteriza-se exatamente pela incredulidade perante o metadiscurso filosófico-metafísico, com suas pretensões atemporais e universalizantes.

A condição pós-moderna by  (Page 10)

Prefácio "Tempos pós-modernos" de Wilmar do Valle Barbosa

C. S. Lewis: Como cultivar uma vida de leitura (Portuguese language, Thomas Nelson Brasil) No rating

Em Como cultivar uma vida de leitura ― coletânea que reúne escritos do abrangente acervo …

Para apreciar completamente um livro, acho que tenho de tratá-lo como uma espécie de hobby e lê-lo com determinação e entusiasmo. Começo fazendo um mapa em uma das últimas folhas; depois, desenho uma ou duas árvores genealógicas. Em seguida, coloco um título no topo de cada página e, por último, indexo, no final, todas as passagens que por alguma razão sublinhei. Considerando como as pessoas se divertem organizando fotos ou fazendo álbuns de recorte, sempre me questiono o porquê de tão poucas mapearem sua leitura dessa maneira, como um hobby. Acabei gostando de muitos livros chatos que tinha de ler ao lê-los dessa forma — segurando nas mãos uma caneta de ponta fina e fazendo anotações, como se estivesse montando algo. É como se a leitura adquirisse o charme de um brinquedo, mas sem perder o fascínio de um livro.

Como cultivar uma vida de leitura by  (Coleção Fundamentos)

C. S. Lewis: Como cultivar uma vida de leitura (Portuguese language, Thomas Nelson Brasil) No rating

Em Como cultivar uma vida de leitura ― coletânea que reúne escritos do abrangente acervo …

É bobagem achar que, ao ler um livro, você nunca pudesse “pular” algumas páginas. Todas as pessoas sensatas têm a liberdade de fazer isso quando chegam a um capítulo que acham que não terá utilidade para elas.

Como cultivar uma vida de leitura by  (Coleção Fundamentos)