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Miguel Medeiros

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Terence Eagleton: Materialismo (Paperback, Português language, Editora Unesp) No rating

Materialismo é um livro que desafia as ideias tradicionais sobre o materialismo e propõe uma …

Os capitalistas só estão interessados nos bens que eles produzem mecanicamente na medida em que eles representam um meio de obtenção de lucro. Vistos como mercadorias em vez de objetos, eles são simples abstrações, sem uma partícula de materialidade em sua composição. Ao mesmo tempo, o corpo do produtor é reduzido à condição de um instrumento de trabalho. Ele se torna um “ser sem necessidades nem sentidos [...] e deixa de ser um homem para se tornar uma atividade abstrata e um estômago”.22 Porém, ao privar outros de sua saúde física, os capitalistas também violentam seus próprios poderes sensoriais. Marx observa:

A autonegação, a negação da vida e de todas as necessidades humanas é a principal doutrina [da economia política burguesa]. Quanto menos você come, bebe, compra livros, vai ao teatro, vai dançar, vai beber, pensar, amar, teorizar, cantar, pintar, argumentar etc., mais você economiza e maior irá se tornar aquele tesouro que nem traças nem vermes podem consumir – seu capital. Quanto menos você é, quanto menos você dá expressão à sua vida, quanto mais você tem, maior é a sua vida alienada e mais você acumula da sua vida alienada.

Materialismo by 

Terence Eagleton: Materialismo (Paperback, Português language, Editora Unesp) No rating

Materialismo é um livro que desafia as ideias tradicionais sobre o materialismo e propõe uma …

Na visão de Marx, o sistema de produção capitalista é dominado por uma forma de razão extremamente imaterial que assume diversas formas. “Todos os sentidos físicos e intelectuais”, Marx observa em Manuscritos econômico-filosóficos, “foram substituídos pela simples alienação de todos eles – pelo sentido do ter. A essência humana deveria mergulhar em uma pobreza absoluta para poder fazer surgir dela a sua riqueza interior.”20 Se a aquisitividade produz a abstração, o mesmo acontece, ironicamente, com a pobreza. Os bens de que os pobres precisam para sobreviver são despojados das suas propriedades sensoriais e reduzidos ao que Marx chama de “forma abstrata”. Pouco importa o que você come se está morrendo de fome, ou que tipo de trabalho pode obter se a alternativa é passar fome.

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Terence Eagleton: Materialismo (Paperback, Português language, Editora Unesp) No rating

Materialismo é um livro que desafia as ideias tradicionais sobre o materialismo e propõe uma …

Portanto, para Marx, o trabalho, ou a produção de um modo mais geral, é uma categoria epistemológica e também social e econômica. Aquilo que para o filósofo são possíveis objetos da experiência, para o materialista, são frutos da atividade produtiva, e é isso que assegura a sua objetividade. Conhecemos as coisas através de seu processo de moldagem. É por isso que Marx desenvolve o que Habermas chama de “uma teoria antropológica do conhecimento”.8 Em primeiro lugar, não é o pensamento ou a linguagem que nos provê um mundo, mas as forças produtivas constitutivas do mundo, num sentido rico e amplo do termo, às quais o pensamento e a linguagem estão ligados.

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Terence Eagleton: Materialismo (Paperback, Português language, Editora Unesp) No rating

Materialismo é um livro que desafia as ideias tradicionais sobre o materialismo e propõe uma …

Inúmeros conceitos marxistas chave – fetichismo, reificação, alienação, comodificação – assinalam um problema nessa área. Numa violação curiosa das relações entre matéria e espírito, o fetichismo, a ilusão e a abstração são, na visão de Marx, incorporados à estrutura da realidade social, e podem passar a exercer um poder incomum sobre ela. Estamos lidando aqui com ilusões eficazes, não fantasias vãs. Existem poucas atividades mais palpáveis que o trabalho; no entanto, até mesmo este, assim diz Marx, se torna abstrato nas condições capitalistas, já que se trabalha menos para produzir objetos específicos do que para gerar lucro. As mercadorias, também, são fenômenos abstratos, simples meios de troca; no entanto, numa sociedade de mercado suas interações realmente determinam o destino de indivíduos de carne e osso. Uma flutuação na bolsa de valores pode deixar milhares sem emprego. A ideologia pode negociar com espectros e ilusões; no entanto, se com isso ela nos distrai da necessidade de mudança política, ela é bem real.

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Terence Eagleton: Materialismo (Paperback, Português language, Editora Unesp) No rating

Materialismo é um livro que desafia as ideias tradicionais sobre o materialismo e propõe uma …

Quando São Paulo escreve de forma depreciativa a respeito da carne, ele não está se referindo à nossa natureza física, mas a uma forma específica de vida na qual o corpo e seus desejos saem do controle e se tornam excessivamente insubordinados. O nome que ele dá para esse modo de vida é pecado. Na visão hebraica de Paul, o corpo (soma) é abençoado porque é criação de Deus, enquanto a carne (sarx) é a sua metáfora do modo que ele pode se tornar perverso e patológico. Quando se trata da carne, estamos na esfera das compulsões neuróticas e das repetições patológicas, dos desejos que se tornam rígidos e despóticos. Nesse sentido, podemos dizer que Paulo prenuncia alguns dos insights de Sigmund Freud. Como um materialista somático, Freud considera que a troca ativa entre o corpo do bebê e os corpos dos seus cuidadores está na origem do espírito humano, mas também é a causa da sua doença. É desse intercâmbio íntimo que a gratidão da criança para aqueles que a alimentam surge pela primeira vez, um sentimento que, na opinião de Freud, é a base da moral. Porém, é nesse momento também que o desejo brota pela primeira vez e o inconsciente se abre; e essas forças vão espiar a mente de dentro, distorcendo nossos projetos e percepções. Portanto, para Freud a vida inconsciente brota do tipo de animais materiais que nós somos. Como observa Alfred Schmidt, “a compreensão do homem como um ser carente, sensível e fisiológico é [...] a precondição de qualquer teoria da subjetividade”.30 Parte dessa subjetividade diz respeito àquilo que dentro de nós supera a mente consciente. A fantasia do inconsciente surge das situações mais corriqueiras – a necessidade que o bebê tem dos cuidados contínuos de seus cuidadores, sem os quais ele morre. Essa é a consequência da necessidade material.

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Terence Eagleton: Materialismo (Paperback, Português language, Editora Unesp) No rating

Materialismo é um livro que desafia as ideias tradicionais sobre o materialismo e propõe uma …

Vale a pena observar que os materialistas históricos não precisam ser ateus, embora, curiosamente, muitos deles pareçam ignorar esse fato. Ainda que a maioria deles rejeite a crença religiosa, eles em geral não se dão conta de que não há uma conexão lógica entre os dois casos. O materialismo histórico não é uma questão ontológica. Ele não afirma que tudo é feito de matéria e que, portanto, Deus seria uma noção absurda. Nem é uma Teoria de Tudo, como o materialismo dialético aspira a ser. Ele não tem nada a dizer, que seja de iminente importância, a respeito do nervo óptico ou de como preparar rapidamente um suflê bem fofinho. Trata-se de uma proposta muito mais modesta – que vê a luta de classes, junto com um conflito entre as forças e as relações de produção, como a dinâmica das transformações históricas memoráveis. Ele também considera que as atividades materiais dos homens e das mulheres estão na origem de sua existência social, uma visão que não é exclusiva do marxismo. Não existe nenhum motivo para que um judeu religioso como Walter Benjamin ou um admirador da teologia da libertação não adote esse modo de ver as coisas. Também houve marxistas islâmicos. Em tese, nada impede que ansiemos pelo inevitável triunfo do proletariado enquanto passamos várias horas do dia prostrados diante de uma imagem da Virgem Maria. Todavia, defender que tudo o que existe é matéria e ao mesmo tempo acreditar no Arcanjo Gabriel não seria uma tarefa tão fácil.

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Terence Eagleton: Materialismo (Paperback, Português language, Editora Unesp) No rating

Materialismo é um livro que desafia as ideias tradicionais sobre o materialismo e propõe uma …

Não está claro o que fazer com a afirmação de que tudo está relacionado a tudo o mais. Parece haver pouco em comum entre o Pentágono e um surto repentino de ciúme sexual, além do fato de que nenhum dos dois é capaz de andar de bicicleta. Algumas das leis que o materialismo dialético encontra em ação no mundo superam a diferença entre natureza e cultura, um exemplo embaraçosamente próximo do positivismo burguês que o marxismo rejeita. Como disse com ar triunfante um operário marxista conhecido meu: “A chaleira ferve, o rabo do cachorro balança e as classes lutam”. No entanto, existem muitos marxistas para quem o materialismo dialético é uma forma disfarçada de idealismo ou um absurdo filosófico.8 Esta última era a opinião de um grupo de supostos marxistas analíticos alguns anos atrás, que tinha o hábito de usar camisetas com o slogan “Marxisme sans la merde de taureau”, ou “Marxismo sem papo furado”.

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Matthew P. Walker: Por Que Nós Dormimos (EBook, Portuguese language, 2018, Intrínseca) 4 stars

Como o sono pode melhorar nossa saúde, ajudar nos relacionamentos e nos fazer produzir e …

O ritmo circadiano de 24 horas é o primeiro dos dois fatores que determinam a vigília e o sono. O segundo é a pressão do sono. Neste exato momento, uma substância química chamada adenosina está se acumulando em seu cérebro. Sua concentração continuará aumentando a cada minuto de vigília que transcorre. Quanto mais tempo você passar acordado, mais adenosina será acumulada. Pense na adenosina como um barômetro químico que registra continuamente o tempo transcorrido desde que você acordou esta manhã.

Uma consequência do aumento do nível de adenosina no cérebro é o crescente desejo de dormir, conhecido como pressão do sono — ela é a segunda força que determina quando você se sente sonolento e, por isso, tem que se deitar. Recorrendo a um engenhoso efeito de dupla ação, concentrações elevadas de adenosina ao mesmo tempo baixam o “volume” de regiões promotoras do estado de vigília no cérebro e elevam o mostrador das regiões indutoras de sono. Em virtude dessa pressão química do sono, quando a concentração de adenosina chega ao pico, uma irresistível ânsia de dormir se apodera de você.5 Isso acontece com a maioria das pessoas depois que passam de doze a dezesseis horas acordadas.

Entretanto, é possível suprimir artificialmente o sinal de sono da adenosina utilizando uma substância química que faz você se sentir mais alerta e desperto: a cafeína. Ela não é um suplemento alimentar; pelo contrário, é o estimulante psicoativo mais consumido (e abusado) no mundo. É o segundo produto mais comercializado no planeta, perdendo apenas para o petróleo. O consumo de cafeína representa um dos mais longos e maiores estudos não supervisionados sobre o uso de drogas pela raça humana já conduzidos — e que talvez só tenha o álcool como rival — e perdura até hoje.

A cafeína derrota a adenosina pelo privilégio de se conectar aos locais de ligação da adenosina — ou receptores — no cérebro. No entanto, depois que ocupa esses receptores, a cafeína não os estimula como a adenosina faz, deixando você sonolento. Ao contrário, ela bloqueia e inativa os receptores, se comportando como um agente encobridor. É o equivalente de enfiar o dedo no ouvido para deixar de ouvir um som. Ao sequestrar e ocupar esses receptores, a cafeína bloqueia o sinal de sonolência normalmente transmitido ao cérebro pela adenosina. O resultado: ela engana você, fazendo com que se sinta alerta e desperto, apesar dos elevados níveis de adenosina que de outro modo o teriam induzido a dormir.

Os níveis de cafeína circulante chegam ao máximo cerca de trinta minutos após a administração oral. Contudo, o problema é a persistência da substância em seu sistema. Na farmacologia, usa-se a expressão “meia-vida” ao discutir a eficácia de uma droga. O termo se refere simplesmente ao tempo que o corpo leva para remover 50% da concentração de uma droga. A cafeína tem uma meia-vida média de cinco a sete horas. Digamos que você tome uma xícara de café após o jantar, por volta de sete e meia da noite. Isso significa que, à uma e meia da manhã, 50% da cafeína ainda pode estar ativa e circulando por todo o seu tecido cerebral. Em outras palavras, à uma e meia da manhã você estará apenas a meio caminho de completar a tarefa de limpar o cérebro da cafeína ingerida após o jantar.

Mas não há nada de benigno na marca de 50%. Meia dose de cafeína ainda é muito poderosa e resta ainda muito trabalho de decomposição pela frente ao longo de toda a noite antes que a substância seja eliminada por completo. O sono não virá facilmente ou será tranquilo no decorrer da noite enquanto seu cérebro luta contra a força contrária da cafeína. A maioria das pessoas não se dá conta de quanto tempo é necessário para superar uma única dose da substância e por isso não consegue estabelecer pela manhã o vínculo entre a má noite de sono e a xícara de café tomada dez horas antes no jantar.

A cafeína — que não é predominante apenas no café, em certos chás e muitas bebidas energéticas, mas também em alimentos como o chocolate meio-amargo e o sorvete, bem como comprimidos para emagrecer e analgésicos — é um dos culpados mais comuns por impedir que as pessoas adormeçam com facilidade e depois durmam profundamente, o que em geral é tido por insônia, um problema médico real. É importante também ter consciência de que descafeinado não significa não cafeinado. Uma xícara de café descafeinado contém de 15% a 30% da dose de uma xícara de café normal, o que está longe de ser isento de cafeína. Tomar de três a quatro xícaras de café descafeinado à noite é tão danoso para o seu sono quanto uma xícara de café normal.

Mas a “sacudida” do café uma hora desaparece. A cafeína é removida do seu sistema por uma enzima do fígado,6 que a degrada aos poucos. Devido em grande parte à genética,7 algumas pessoas têm uma versão mais eficiente da enzima que degrada a cafeína, permitindo que o fígado a retire depressa da corrente sanguínea. Esses raros indivíduos conseguem tomar um espresso após o jantar e adormecer rapidamente à meia-noite sem nenhum problema. Já os outros têm uma versão da enzima que age mais lentamente. Por isso, são muito sensíveis aos efeitos dessa substância — uma xícara de chá ou de café tomada de manhã terá efeito por grande parte do dia, e se eles tomarem uma segunda xícara, mesmo que no começo da tarde, terão dificuldade para dormir à noite. O envelhecimento também afeta a velocidade da remoção da cafeína: quanto mais velhos ficamos, mais tempo o cérebro e o corpo levam para eliminar a substância, e assim mais sensíveis nos tornamos à influência perturbadora da cafeína sobre o sono durante a velhice.

Se você está tentando permanecer acordado tarde da noite tomando cafeína, prepare-se para uma consequência desagradável quando o fígado conseguir expulsar a substância do seu organismo: um fenômeno comumente conhecido como “choque de cafeína”. Como um robô de brinquedo cujas baterias estão se esgotando, seus níveis de energia despencam depressa. Você tem dificuldade para funcionar e se concentrar, sentindo de novo uma forte sensação de sono.

Hoje sabemos o motivo. Durante todo o tempo em que a cafeína está em seu sistema, a substância química da sonolência bloqueada por ela (a adenosina) continua a se acumular. No entanto, o cérebro não está ciente dessa maré montante de adenosina estimuladora do sono já que a parede de cafeína que você criou a está escondendo. Mas, assim que o fígado acaba com essa barricada de cafeína, você sente uma reação violenta: é atingido pela sonolência que havia experimentado duas ou três horas atrás, antes de tomar a xícara de café, mais toda a adenosina extra que se acumulou nas horas transcorridas desde então. Quando os receptores ficam vazios graças à decomposição da cafeína, a adenosina volta depressa e os abafa. Quando isso acontece, você é assaltado por uma vontade fortíssima de dormir provocada pela adenosina — o “choque de cafeína” mencionado há pouco. A menos que consuma ainda mais cafeína para reduzir o peso da adenosina, o que iniciaria um ciclo de dependência, você vai achar muito, muito difícil se manter acordado.

Por Que Nós Dormimos by 

Matthew P. Walker: Por Que Nós Dormimos (EBook, Portuguese language, 2018, Intrínseca) 4 stars

Como o sono pode melhorar nossa saúde, ajudar nos relacionamentos e nos fazer produzir e …

O núcleo supraquiasmático transmite o sinal repetitivo de dia e de noite para o cérebro e para o corpo usando um mensageiro móvel chamado melatonina. A melatonina também tem outros nomes, que incluem “o hormônio da escuridão” e “o hormônio vampiro” — não porque ela seja sinistra, mas simplesmente porque é liberada à noite. Instruída pelo núcleo supraquiasmático, a elevação do nível de melatonina começa logo após o cair da noite, sendo liberada na corrente sanguínea a partir da glândula pineal, uma área profundamente encravada na parte central do cérebro. A melatonina age como um poderoso megafone, gritando uma mensagem clara para o cérebro e o corpo: “Está escuro, está escuro!” Nesse instante, recebemos uma intimação de que é noite e, com ela, uma ordem biológica para o momento do início do sono.3

Dessa maneira, a melatonina ajuda a regular o momento em que o sono ocorre, enviando o sinal de escuridão de forma sistemática para todo o organismo. Contudo, ela tem pouca influência sobre a geração do sono: uma suposição equivocada feita por muitas pessoas. Para deixar clara essa distinção, pense no sono como a corrida dos cem metros nos Jogos Olímpicos. A melatonina é a voz do responsável pela cronometragem que diz “Corredores, em suas marcas” e então faz o disparo de partida. Esse funcionário da cronometragem (melatonina) determina quando a corrida (sono) começa, mas não participa dela. Nessa analogia, os velocistas são outras regiões e processos do cérebro que geram sono ativamente. A melatonina empurra essas regiões geradoras de sono do cérebro para a linha de partida da hora de dormir. Ela simplesmente dá a ordem oficial para o início do fenômeno do sono, porém não participa da corrida do sono propriamente dita.

Por essa razão, a melatonina não é um poderoso auxiliar do sono por si mesma, pelo menos não no caso de indivíduos saudáveis que não estejam sob o efeito do jet lag (vamos discutir o jet lag — e como a melatonina pode ser útil — adiante). Pode haver pouca, ou nenhuma, melatonina de qualidade em um comprimido. Dito isso, ela possui um importante efeito placebo sobre o sono, o que não deveria ser subestimado: ele é o efeito mais confiável de toda a farmacologia. É igualmente importante ter em mente o fato de que a venda de melatonina sem prescrição médica não costuma ser controlada por órgãos governamentais no mundo todo, como a Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos. Análises científicas de marcas vendidas sem prescrição identificaram concentrações de melatonina que variam de 83% menos do que o afirmado no rótulo a 478% mais do que o declarado.

Por Que Nós Dormimos by 

Matthew P. Walker: Por Que Nós Dormimos (EBook, Portuguese language, 2018, Intrínseca) 4 stars

Como o sono pode melhorar nossa saúde, ajudar nos relacionamentos e nos fazer produzir e …

Embora todo ser humano exiba um padrão inflexível de 24 horas, os respectivos pontos máximo e mínimo variam notavelmente de uma pessoa para outra. No caso de algumas, o ponto máximo do estado de vigília ocorre no início do dia e o ponto mínimo de sonolência chega no início da noite. Essas são do “tipo matutino ou diurno” e compõem cerca de 40% da população. Elas preferem acordar ao amanhecer ou por volta dele, ficam felizes em fazê-lo e funcionam muitíssimo bem nesse momento do dia. As outras são do “tipo vespertino ou noturno” e correspondem a cerca de 30% da população. Elas preferem dormir tarde e consequentemente acordar tarde na manhã seguinte, ou até na parte da tarde. Os 30% restantes das pessoas estão em algum ponto entre os tipos diurno e noturno, com uma leve inclinação para um padrão noturno, como é o meu caso. [...] Nesse sentido, faz-se necessária uma mudança na sociedade, oferecendo adaptações não diferentes das disponibilizadas para portadores de outras distinções físicas (por exemplo, visão prejudicada). Precisamos de horários de trabalho mais flexíveis e que se adaptem melhor a todos os cronotipos, não a apenas um em seu extremo.

Por Que Nós Dormimos by 

Matthew P. Walker: Por Que Nós Dormimos (EBook, Portuguese language, 2018, Intrínseca) 4 stars

Como o sono pode melhorar nossa saúde, ajudar nos relacionamentos e nos fazer produzir e …

O ritmo de 24 horas ajuda a determinar quando se quer estar acordado e quando se quer estar dormindo. Além disso, ele controla outros padrões rítmicos, que incluem a preferência de horário para comer e beber, os estados de ânimo e emoções, a quantidade de urina produzida,1 a temperatura corporal central, a taxa de metabolismo e a liberação de diversos hormônios. Não é por acaso que a probabilidade de um recorde olímpico ser quebrado tenha sido claramente associada à hora do dia, sendo máxima no pico natural do ritmo circadiano humano no início da tarde. Até a hora de nascimentos e mortes demonstra ritmicidade circadiana devido às oscilações acentuadas em processos metabólicos, cardiovasculares, de temperatura e hormonais vitais controlados por esse marca-passo.

Por Que Nós Dormimos by 

George Breitman, Malcolm X: Malcolm X Fala (Português language, 2021, Ubu Editora) 3 stars

Os discursos aqui reunidos foram proclamados, com exceção de "Mensagem às bases", entre 1964 e …

O único erro que foi cometido na luta dos oprimidos contra o opressor é que ela foi faccionada demais, em muitas facções. Tem facções do centro, facções da parte alta da cidade, facções do outro lado da cidade e algumas facções de porão. Em vez de arranjarem algum grau de coordenação rumo a um objetivo comum, geralmente estão divididas e passam muito tempo desconfiando umas das outras, ou batendo umas nas outras, ou mesmo lutando abertamente entre si.

Malcolm X Fala by ,