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Yuri Bravos

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Jessé Souza: A Elite do Atraso (Paperback, Brazilian Portuguese language, 2017, Leya) 4 stars

Quem é a elite do atraso?Como pensa e age essa parcela da população que controla …

Como a classe social não pode ser compreendida apenas pela renda, mas também pelo monopólio de outros capitais que estão a seu alcance e que servirão como armas dos indivíduos na competição social pelos recursos escassos, a classe média é uma classe do privilégio. É a socialização familiar diferencial da classe média, como já vimos, que a capacita privilegiadamente, em relação às classes populares, para o sucesso escolar e, depois, para o sucesso no mercado de trabalho.

Afinal, é ela que monopoliza a reprodução do capital cultural valorizado que tanto o mercado quanto o Estado irão necessitar para se reproduzir. Advogados, economistas, publicitários, artistas, administradores, contadores e assim por diante são, em sua esmagadora maioria, especialistas desse capital cultural valorizado que caracteriza a classe média. Não existe nenhuma função do mercado ou do Estado que possa ser exercida sem o concurso desses especialistas. (...) Traçando um paralelo com nosso passado escravista, a classe média é o capataz da elite do dinheiro, cuja tarefa é subjugar o restante da sociedade como um todo. (...) a classe média acrescenta a noção de meritocracia, de merecimento de sua posição privilegiada pelo estudo e pelo trabalho duro, mérito percebido como construção individual. Ainda que a meritocracia, como a noção de sensibilidade também, seja transclassista, a classe média é seu habitat natural.

A Elite do Atraso by  (54% - 55%)

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quoted Autonorama by Peter Norton

Peter Norton: Autonorama (Paperback, português language, 2023, Autonomia Literária) 4 stars

“As bases foram lançadas para a autonomia total”, anunciou Elon Musk em 2016, quando garantiu …

Eles [domingos sem carros na Av. Paulista, em São Paulo] são lembretes semanais de que o custo de um projeto não é o mesmo que o seu valor, que mobilidade urbana de sucesso não pode ser equiparada com alto volume de circulação de veículos, e de que inovação real não é o mesmo que inovações de alta tecnologia. Isso reafirma que não devemos confiar nosso destino a engenheiros, investidores ou mercados, porque o que precisamos não é algo futurístico ou caro. Acima de tudo, o sucesso dos domingos livres de carro exemplifica o fato de que mobilidade viável diária é de interesse público e requer tecnologias sociais, e que, na mobilidade, tecnologias sociais devem ser priorizadas.

Autonorama by  (Page 37)

Jessé Souza: A Elite do Atraso (Paperback, Brazilian Portuguese language, 2017, Leya) 4 stars

Quem é a elite do atraso?Como pensa e age essa parcela da população que controla …

Poder-se-ia, por exemplo, perceber a corrupção do Estado como efeito de sua captura pela própria elite econômica que o usa para defender e aprofundar seus privilégios. Isso teria levado a uma conscientização coletiva dos desmandos de uma elite apenas interessada na perpetuação de seus privilégios.

Não foi essa a interpretação que prevaleceu. A elite do dinheiro paulista, que havia perdido o poder político, embora tenha mantido o poder econômico, agiu de modo astucioso, calculado e planejado. Percebeu claramente os sinais do novo tempo. A truculência do voto de cabresto estava com os dias contados. Em vez da violência física, deveria entrar no seu lugar a violência simbólica como meio de garantir a sobrevivência e longevidade dos proprietários e seus privilégios. (...) O que os novos tempos pedem é, portanto, um liberalismo repaginado e construído para convencer, e não apenas oprimir. O moralismo da nascente classe média urbana seria a melhor maneira de adaptar o mandonismo privado das elites aos novos tempos. O domínio do campo na cidade tem que ser agora civilizado, adquirindo as cores da liberdade e da decência, os mantras da classe média citadina. O que estava em jogo aqui era a captura, agora intelectual e simbólica, da classe média e de suas frações letradas pela elite do dinheiro, formando a aliança de classe dominante que marcaria o Brasil daí em diante.

A Elite do Atraso by  (49%)

Eu assim: 🫢

Jessé Souza: A Elite do Atraso (Paperback, Brazilian Portuguese language, 2017, Leya) 4 stars

Quem é a elite do atraso?Como pensa e age essa parcela da população que controla …

A criação da classe média entre nós se deu de modo distinto, tanto temporal quanto qualitativamente, do exemplo europeu. (...)

Seus nichos principais são tanto o pequeno comércio quanto os ofícios mecânicos que passam a ser uma nova demanda urbana. (...)

Mesmo sob essa forma incompleta e pontual, os setores de classe média merecem essa denominação, posto que já apontam para um primeiro aparecimento do elemento distintivo da classe média em relação a todas as outras classes sociais: a classe que se forma a partir da reprodução do capital cultural sob a forma de conhecimento útil e valorizado em termos comparativos com as classes populares. (...) Ela nasce e se reproduz como aquele segmento intermediário entre os proprietários e as classes populares do trabalho manual ou menos qualificado em termos comparativos.

A Elite do Atraso by  (48% - 49%)

Amedeo Cencini: Desde la aurora te busco (Paperback, Sal terrae) 5 stars

La sensibilidad es energía, energía valiosa que nos hace vibrar ante la vida, pero es fundamentalmente ambivalente: podría llevarnos tanto al bien y al amor al bien, como a su contrario; podría reforzar en nosotros la tendencia autorreferencial o aquella más abierta hacia el otro. No tiene inscrito en sí un objetivo concreto. Es la libertad del hombre la que la orienta (...)

Sensibilidad relacional, que indica hasta qué punto es el otro importante para mí, en qué medida está abierta mi vida efectiva y afectivamente al otro, y cuánto estoy dispuesto a interrumpir mi camino para pararme a socorrer a quien lo necesita (cf. Lc 10,29-37) (...)

Sensibilidad creyente (de la que nace o en la que consiste la fe), que remite a aquel que ha aprendido a buscar el Misterio en toda acción y situación y más allá de estas, dentro y fuera de sí (...)

Sensibilidad vocacional, que es la actitud de quien se siente llamado y busca cada día aquella voz que pronuncia su nombre y le revela el puesto que debe ocupar en la vida (...)

Todo lo que hacemos o sentimos o por lo que nos apasionamos en la vida es expresión de nuestra sensibilidad personal y encaja más o menos en uno de los tipos de sensibilidad que acabamos de ver.

Desde la aurora te busco by  (12% - 13%)

quoted The Long Earth by Terry Pratchett (The Long Earth, #1)

Terry Pratchett, Stephen Baxter: The Long Earth (Hardcover, 2012, HarperCollins Harper) 3 stars

1916: the Western Front. Private Percy Blakeney wakes up. He is lying on fresh spring …

De repente, uma criatura parecida com um avestruz corpulento se aproximou do rio. Uma família de animais que lembravam rinocerontes recuou, assustada. A ave esticou o pescoço, abriu o bico e disparou uma bola, como se fosse uma bala de canhão. Ela acertou o peito de um grande rinoceronte macho, que tombou, com um grunhido de dor. A família se dispersou, e a ave se aproximou para devorar a presa. Lobsang usou um rifle anestésico montado na gôndola para derrubar o animal e enviou uma unidade ambulante para examiná-lo. A ave tinha um estômago separado que acumulava uma mistura de fezes, ossos, cascalho, madeira e outros materiais indigestos. Tudo isso era compactado para formar uma bola dura como pedra. A Terra Longa era realmente cheia de surpresas, e, para Joshua, a ave-canhão tinha lugar de honra na galeria de animais exóticos.

The Long Earth by , (The Long Earth, #1) (50%)

quoted The Long Earth by Terry Pratchett (The Long Earth, #1)

Terry Pratchett, Stephen Baxter: The Long Earth (Hardcover, 2012, HarperCollins Harper) 3 stars

1916: the Western Front. Private Percy Blakeney wakes up. He is lying on fresh spring …

Content warning Spoiler leve de conclusões sobre o fenômeno central da história

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Byung-Chul Han: Sociedade paliativa (Paperback, Português language, Editora Vozes) No rating

A sociedade paliativa é uma sociedade do curtir. Ela degenera em uma mania de curtição. …

Diferentes formas de violência estão no fundamento das dores. Repressões, por exemplo, representam uma violência da negatividade. Elas são praticadas por outros. A violência, porém, não parte apenas do outro. A violência também é o excesso de positividade que se manifesta como hiperdesempenho, hipercomunicação e hiperestimulação. A violência da positividade leva a dores de sobrecarga. Algógenas são, hoje, sobretudo aquelas tensões físicas que são características para a sociedade do desempenho neoliberal. Elas indicam traços autoagressivos. O sujeito de desempenho comete violência consigo próprio. Ele explora a si mesmo voluntariamente, até que ele desmorone. O servo tira o chicote da mão do senhor e chicoteia a si próprio para se tornar senhor, sim, para ser livre. O sujeito do desempenho está em guerra consigo mesmo. As pressões internas que surgem aí o derrubam em depressão. Elas também causam dores crônicas.

Sociedade paliativa by  (Page 57 - 58)

Jessé Souza: A Elite do Atraso (Paperback, Brazilian Portuguese language, 2017, Leya) 4 stars

Quem é a elite do atraso?Como pensa e age essa parcela da população que controla …

Se pensarmos bem, veremos que o capital cultural, ou seja, a posse de conhecimento útil e reconhecido em suas mais variadas formas, foi, inclusive, o único capital que o capitalismo logrou, em grau muito variável – entre nós, no entanto, muito circunscrito apenas à classe média –, efetivamente democratizar.

(...)

Se entendermos isso, entenderemos também a situação da classe média brasileira como tropa de choque dos poderosos de plantão. Ela vai tender – do mesmo modo como os ricos fazem com o dinheiro – a perceber o conhecimento valorizado como algo que deve ser exclusivo à sua classe social.

(...)

É que o capital cultural, o conhecimento incorporado pelo indivíduo, exige sempre esforço para sua assimilação. Por isso, a incorporação de conhecimento arduamente obtido pelo esforço disciplinado aparece ao indivíduo como interna e inata, como fazendo parte da sua personalidade mesma e, portanto, indissociável de si, ao contrário do dinheiro, que é percebido como algo externo à personalidade. Por conta disso, a classe média é a classe por excelência da falácia da meritocracia.

A Elite do Atraso by  (36%)

Rapaaaaaaz (ler com a voz do Xaropinho)

quoted The Long Earth by Terry Pratchett (The Long Earth, #1)

Terry Pratchett, Stephen Baxter: The Long Earth (Hardcover, 2012, HarperCollins Harper) 3 stars

1916: the Western Front. Private Percy Blakeney wakes up. He is lying on fresh spring …

Ele teve a impressão de que estavam atravessando uma Terra a cada dois segundos, o que corresponderia a mais de quarenta mil mundos por dia, se mantivessem a mesma velocidade de forma contínua (o que com certeza não aconteceria). Joshua estava impressionado, mas não o diria. As paisagens desfilavam lá embaixo, mas ele só tinha tempo para ver os aspectos mais gerais antes que o cenário mudasse. Animais, isolados ou em bandos, eram apenas entrevistos antes que o salto seguinte os fizesse desaparecer. Até mesmo as florestas mudavam de forma e de tamanho de mundo para mundo, mudando, mudando, mudando. A luz piscava o tempo todo: períodos de breve escuridão, clarões ocasionais, mosaicos de cores estranhas na paisagem. Mundos exóticos, que eram removidos do seu campo de visão antes que pudesse compreendê-los. Com exceção desses mundos, era apenas uma série de mundos, Terra após Terra, tornadas indistintas pelo movimento da nave.

(...)

— Acorde-me se acontecer alguma coisa interessante. — Tudo é interessante, Joshua. Durma bem.

The Long Earth by , (The Long Earth, #1) (34%)

Muito interessante esse capítulo (19) em que Joshuá vai passando por incontáveis Terras numa velocidade vertiginosa e no começo é incrível pois são paisagens intocadas e sublimes, mas logo a quantidade exorbitante e infinita de Terras dá lugar ao tédio. Mesmo o deslumbrante sem fim vira tédio. O homem não foi feito para esse tipo de infinito. O bisonho é termos um infinito similar na palma da mão.