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Miguel Medeiros

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Byung-Chul Han: Sociedade paliativa (Paperback, Português language, Editora Vozes) No rating

A sociedade paliativa é uma sociedade do curtir. Ela degenera em uma mania de curtição. …

Há uma mudança de paradigma no fundamento da algofobia atual. Vivemos em uma sociedade da positividade, que busca se desonerar de toda forma de negatividade. A dor é a negatividade pura e simplesmente. Também a psicologia segue essa mudança de paradigma e passa, da psicologia negativa como “psicologia do sofrimento”, para a “psicologia positiva”, que se ocupa com o bem-estar, a felicidade e o otimismo[3]. Pensamentos negativos devem ser evitados. Eles devem ser substituídos imediatamente por pensamentos positivos. A psicologia positiva submete a própria dor a uma lógica do desempenho. A ideologia neoliberal da resiliência transforma experiências traumáticas em catalisadores para o aumento do desempenho. Fala-se até mesmo de crescimento pós-traumático[4]. O treino de resiliência como treino de resistência espiritual tem de formar, a partir do ser humano, um sujeito de desempenho permanentemente feliz, o mais insensível à dor possível.

Sociedade paliativa by  (Page 11 - 13)

Byung-Chul Han: Sociedade paliativa (Paperback, Português language, Editora Vozes) No rating

A sociedade paliativa é uma sociedade do curtir. Ela degenera em uma mania de curtição. …

Hoje impera por todo lugar uma algofobia, uma angústia generalizada diante da dor. Também a tolerância à dor diminui rapidamente. A algofobia tem por consequência uma anestesia permanente. Toda condição dolorosa é evitada. Tornam-se suspeitas, entrementes, também as dores de amor. A algofobia se prolonga no social. Conflitos e controvérsias que poderiam levar a confrontações dolorosas têm cada vez menos espaço. A algofobia se estende também à política. A coação à conformidade e a pressão por consenso crescem. A política se orienta em uma zona paliativa e perde toda vitalidade. A “falta de alternativa” é um analgésico político. O “centro” difuso atua paliativamente. Em vez de debater e lutar pelos melhores argumentos, entregamo-nos à compulsão por sistema [Systemzwang]. Uma pós-democracia se anuncia. Ela é uma democracia paliativa. Por isso, Chantal Mouffe demanda uma “política agonística”, que não evita confrontações dolorosas[2]. A política paliativa não é capaz de visões ou de reformas penetrantes. Ela prefere tomar analgésicos de curto efeito, que apenas aceleram disfunções e rejeições. A política paliativa não tem nenhuma coragem para a dor. Desse modo, o igual [das Gleiche] avança.

Sociedade paliativa by  (Page 9 - 11)

Karl Marx: Crítica da filosofia do direito de Hegel (Portuguese language, 2010, Boitempo) No rating

As armas da crítica não podem, de fato, substituir a crítica das armas; a força material tem de ser deposta por força material, mas a teoria também se converte em força material uma vez que se apossa dos homens. A teoria é capaz de prender os homens desde que demonstre sua verdade face ao homem, desde que se torne radical. Ser radical é atacar o problema em suas raízes. Para o homem, porém, a raiz é o próprio homem. A prova evidente do radicalismo da teoria alemã e, portanto, de sua energia prática, consiste em saber partir decididamente da superação positiva da religião. A crítica da religião derruba a idéia do homem com a essência suprema para si próprio. Por conseguinte, com o imperativo categórico mudam todas as relações em que o homem é um ser humilhado, subjugado, abandonado e desprezível, relações que nada poderia ilustrar melhor do que aquela exclamação de um francês ao tomar conhecimento da existência de um projeto de criação do imposto sobre cães: Pobres cães! Querem tratá-los como se fossem pessoas!

Crítica da filosofia do direito de Hegel by 

Karl Marx: Crítica da filosofia do direito de Hegel (Portuguese language, 2010, Boitempo) No rating

a crítica não é uma paixão do cérebro, mas o cérebro da paixão. Não é o bisturi anatômico, mas uma arma. Seu objeto é o adversário, que não procura refutar, mas destruir. O espírito daquelas situações já foi refutado. Não são dignas de ser lembradas; devem ser desprezadas como existências proscritas. Não há necessidade da crítica esclarecer este objeto frente a si mesma, pois dele já não se ocupa. Esta crítica não se conduz como um fim em si, mas, simplesmente, como um meio. Seu sentimento essencial é a indignação; sua tarefa essencial, a denúncia.

Crítica da filosofia do direito de Hegel by 

Karl Marx: Crítica da filosofia do direito de Hegel (Portuguese language, 2010, Boitempo) No rating

a crítica não é uma paixão do cérebro, mas o cérebro da paixão. Não é o bisturi anatômico, mas uma arma. Seu objeto é o adversário, que não procura refutar, mas destruir. O espírito daquelas situações já foi refutado. Não são dignas de ser lembradas; devem ser desprezadas como existências proscritas. Não há necessidade da crítica esclarecer este objeto frente a si mesma, pois dele já não se ocupa. Esta crítica não se conduz como um fim em si, mas, simplesmente, como um meio. Seu sentimento essencial é a indignação; sua tarefa essencial, a denúncia.

Crítica da filosofia do direito de Hegel by 

Karl Marx: Crítica da filosofia do direito de Hegel (Portuguese language, 2010, Boitempo) No rating

Assim, superada a crença no que está além da verdade, a missão da história consiste em averiguar a verdade daquilo que nos circunda. E, como primeiro objetivo, uma vez que se desmascarou a forma de santidade da autoalienação humana, a missão da filosofia, que está à serviço da história, consiste no desmascaramento da autoalienação em suas formas não santificadas. Com isto, a crítica do céu se converte na crítica da terra, a critica da religião na critica do direito, a crítica da teologia na crítica da Política.

Crítica da filosofia do direito de Hegel by 

Theodor W. Adorno: Introdução à sociologia (Portuguese language, 2008, Editora Unesp) No rating

Último curso ministrado por Theodor W. Adorno, estas lições de Introdução à Sociologia são o …

Na aula anterior mostrei-lhes em detalhe que o conceito de sociedade pode ser pensado justamente como uma relação mediada e mediadora entre os homens isolados e não como um mero aglomerado. Hoje destaquei em minhas considerações - ainda que bastante sumárias - // acerca do conceito de sociedade em Durkheim, que, por outro lado, a sociedade tampouco é um conceito absoluto para além dos indivíduos. Com efeito, não é nem mera soma ou aglomeração, ou outro nome que preferirem, entre os indivíduos, nem é algo absolutamente independente frente aos indivíduos, mas sempre contém em si, simultaneamente, ambos estes momentos. Ele só se efetiva através dos indivíduos, mas, enquanto é relação desses indivíduos, não pode ser reduzido a eles, e, por outro lado, também não pode ser apreendido como um mero conceito superior existente por si próprio. O fato de não poder ser reduzido a uma determinação sucinta, a de ser, ou a soma de indivíduos, ou um "em-si" - conforme a configuração dos organismos mas de ser uma espécie de interação recíproca entre os indivíduos e uma objetividade que se autonomiza em relação aos mesmos, constitui propriamente um modelo macrocósmico, ou, conforme a designação atual, macrossociológico, para uma concepção dialética da sociedade. Dialética apreendida em sentido rigoroso e aqui os senhores podem compreender exatamente por que a Sociologia precisa ser pensada dialeticamente - porque aqui o conceito de mediação entre as duas categorias contrapostas, de um lado, os indivíduos, e, de outro lado, a sociedade, encontra-se presente em ambos. Portanto, não há indivíduos no sentido social do termo, ou seja, homens aptos à possibilidade de existir e existentes como pessoas, dotados de exigências próprias e, sobretudo, atuantes no trabalho, a não ser com referência à sociedade em que vi- vem e que forma os indivíduos em seu âmago. Por outro lado, também não há sociedade sem que seu próprio conceito seja mediado pelos indivíduos, pois o processo pelo qual ela se preserva é, afinal, o processo de vida, o processo de trabalho, o processo de produção e reprodução que se conserva mediante 70 os indivíduos isolados, // socializados na sociedade. Eis um exemplo, em um sentido muito simples - e até elementar do que poderia representar a necessidade de adoção de uma concepção dialética da sociedade.

Introdução à sociologia by  (Page 118 - 120)

Theodor W. Adorno: Introdução à sociologia (Portuguese language, 2008, Editora Unesp) No rating

Último curso ministrado por Theodor W. Adorno, estas lições de Introdução à Sociologia são o …

O que realmente torna uma sociedade em algo social, através do que, em sentido estrito, ela tanto é constituída como conceito, quanto como realidade, é a relação de troca, que unifica virtualmente todos os homens participantes desse conceito de sociedade e em certo sentido, dito com certa cautela, representa inclusive o pressuposto das sociedades pós-capitalistas, em que seguramente a troca não poderá ser negada

Introdução à sociologia by  (Page 106)

Theodor W. Adorno: Introdução à sociologia (Portuguese language, 2008, Editora Unesp) No rating

Último curso ministrado por Theodor W. Adorno, estas lições de Introdução à Sociologia são o …

Um tipo de conhecimento que não se engaja sem mais em uma prática como essa, imanente ao sistema, porém se interessa efetivamente pelas leis essenciais -se me permitem tal formulação ainda por cima é acusado de quietismo ou algo semelhante. Mas de sua parte o tipo de praticismo exercitado pelo positivismo é sempre e por necessidade essencial orientado à conservação dos sistemas sociais vigentes

Introdução à sociologia by  (Page 94)

Theodor W. Adorno: Introdução à sociologia (Portuguese language, 2008, Editora Unesp) No rating

Último curso ministrado por Theodor W. Adorno, estas lições de Introdução à Sociologia são o …

Mas gostaria de me deter um pouco na questão da temática da Sociologia, pois os senhores têm o direito de saber mais a respeito do que constitui objeto da Sociologia. Em primeiro lugar, essa questão padece pela configuração do tema da Sociologia constituir, de acordo com Hegel, uma "má infinitude" ou seja, não há nada, mas nada mesmo, sob o sol que, por ser mediado pela inteligência humana e pelo pensamento humano, não seja ao mesmo tempo também mediado socialmente. Pois a inteligência humana não é algo dado em definitivo ao ser humano individual, mas na inteligência e no pensamento encontra-se a história de toda a espécie e, pode-se até dizer, de toda a sociedade. Creio que é preciso assegurar-se disto. Isso vale também para as ciências naturais e para a técnica. Desculpem o exemplo sem rodeios – escolhido apenas para lhes esclarecer algo que passaria despercebido à consciência. É provável que descobertas decisivas da Medicina, como as das causas e portanto de uma possível cura do câncer, já de há muito poderiam ter sido feitas se uma parcela enorme do produto social não fosse gasta por motivações sociais, seja com fins armamentistas, seja com pesquisas de estrelas desabitadas para fins publicitários [Assobios] e isso ocorre no mundo todo [Aplausos]. Não sei se seus "assobios" se devem à eventual crença de que o homem será encontrado na Lua [Aplausos) ou a outro motivo. Mas parece-me absurdo que problemas e necessidades // tão elementares e que se referem de modo tão direto à vida humana, como a possível cura de doenças pretensamente incuráveis que em princípio poderiam ter solução como me atestaram vários médicos, não são solucionados por motivações sociais. Considerações semelhantes valem para as possibilidades de uma técnica que poderia ser possível e que sem dúvida poderia não [apenas] ser unilateralmente direcionada à centralização como demonstra sobretudo Adolf Löwe, um economista norte-americano de origem alemã mas que, até hoje, não foi implementada por motivações da organização social, isto é, simplesmente por causa da concentração do capital.

Introdução à sociologia by  (Page 72 - 73)

Theodor W. Adorno: Introdução à sociologia (Portuguese language, 2008, Editora Unesp) No rating

Último curso ministrado por Theodor W. Adorno, estas lições de Introdução à Sociologia são o …

Nos termos em que surgiu historicamente, a Sociologia contempla desde sempre algo de tecnocrático, algo de social engineering. Isto é, algo da crença segundo a qual experts, especialistas científicos que utilizam determinadas técnicas metodológicas, pelo fato de se confiar a eles direta ou indiretamente o controle sobre a sociedade, poderiam conduzir a uma situação de máximo equilíbrio e estabilidade, ou seja, uma situação de funcionamento em que se conservam sistemas // através de sua ampliação ou aperfeiçoamento.

Introdução à sociologia by  (Page 64 - 65)

Theodor W. Adorno: Introdução à sociologia (Portuguese language, 2008, Editora Unesp) No rating

Último curso ministrado por Theodor W. Adorno, estas lições de Introdução à Sociologia são o …

A Sociologia se originou da Filosofia e Auguste Comte, o homem que introduziu o nome "sociologia" no mapa das ciências, denominou sua primeira obra importante Cours de philosophie positive, traduzindo: "Cur- so de filosofia positiva". De outro lado, a partir da ciência da administração do século XVIII, nos termos em que esta já ope- rava no sistema mercantil, houve o desenvolvimento gradual de técnicas empíricas para a obtenção de informações relativas a situações sociais específicas. Mas elas nunca estiveram real- mente conectadas com as aspirações oriundas da Filosofia e ambas se desenvolveram de modo independente

Introdução à sociologia by  (Page 55 - 56)