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Yuri Bravos

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Jonathan Crary: Terra arrasada (Paperback, Português language, 2023, Ubu Editora) No rating

"Se for possível um futuro habitável e partilhado em nosso planeta, será um futuro off-line." …

a internet produz, de forma esmagadora, subjetividades autocentradas incapazes de imaginar objetivos e resultados que não aqueles consagrados ao privado, ao individual. Contudo, é raro que a minoria comprometida com a mudança social privilegie a ideia de uma transformação radical nos modos de vida em detrimento da proteção proporcionada pela atividade on-line rotinizada. Enquanto continuarem a entrar em pânico diante da ideia de modos de vida fundados no compartilhamento e na cooperação, as pessoas serão incapazes de revolta e permanecerão dependentes das instituições existentes. Eis uma verdade irrefutável: não existem sujeitos revolucionários nas redes sociais.

Terra arrasada by 

McKenzie Wark, Traduzido por Francisco Nunes: Um Manifesto Hacker (Paperback, Português language, DeStrauss) No rating

«Através da recuperação de uma grelha analítica marxista, que actualiza as fases de desenvolvimento produtivo, …

051] A chamada “classe média” consegue seu acesso privilegiado ao consumo e à segurança por meio da educação, na qual é obrigada a investir parte substancial de sua renda, adquirindo como propriedade um diploma que representa o lamentável fato de que “o candidato consegue tolerar tédio e sabe seguir regras.”* Mas a maioria continua sendo trabalhadora, embora colete informações em vez de colher algodão ou dobrar metal. Essas pessoas trabalham em fábricas, mas são treinadas a pensar nelas como escritórios. Levam remuneração para casa, mas são treinadas a pensar nisso como um salário. Usam uniforme, mas são treinadas a pensar nele como um terno. A única diferença é que a educação as ensinou a dar nomes diferentes aos instrumentos de exploração e a desprezar aqueles de sua própria classe que nomeiam de maneira diferente.

Um Manifesto Hacker by , (21%)

Eita que paulada.

quoted O a Sociedade do Anel by J.R.R. Tolkien (O Senhor dos Anéis #1)

J.R.R. Tolkien: O a Sociedade do Anel (Paperback, Portuguese language, 2001, Martins Fontes) 5 stars

Numa cidadezinha indolente do Condado, um jovem hobbit é encarregado de uma imensa tarefa. Deve …

— A Senhora Galadriel é sábia, destemida e bela - disse Frodo. — Dar- lhe-ei o Um Anel se assim o desejar. Esse peso é demais para mim. Galadriel riu, com uma risada súbita e cristalina.

— Sábia, a Senhora Galadriel pode ser - disse ela-, mas aqui ela encontrou alguém que está à sua altura em cortesia. De um modo gentil, você se vingou do teste que apliquei ao seu coração em nosso primeiro encontro. Agora começa a enxergar com olhos agudos. Não vou negar que meu coração desejou muito pedir o que está oferecendo. Por muitos longos anos, pensei o que faria, caso o Grande Anel me chegasse às mãos, e veja! Ele está agora ao meu alcance. O mal que foi concebido há muito tempo continua agindo de muitas maneiras, quer o próprio Sauron seja ou não derrotado. Não teria sido uma ação nobre a ser creditada ao Anel dele, se eu o tivesse tomado à força ou ameaçando meu hóspede? — E agora finalmente ele chega. Você me oferece o Anel livremente! No lugar do Senhor do Escuro, você coloca uma Rainha. E não serei escura, mas bela e terrível como a Manhã e a Noite! Bela como o Mar e o Sol e a Neve sobre a Montanha! Aterrorizante como a Tempestade e o Trovão! Mais forte que os fundamentos da terra. Todos deverão me amar e se desesperar!

Levantou a mão e do anel que usava emanou uma grande luz que iluminou a ela somente, deixando todo o resto escuro. Ficou diante de Frodo e parecia agora de uma altura incalculável, e de uma beleza insuportável, terrível e digna de adoração. Depois deixou a mão cair, e a luz se apagou; e de repente ela riu de novo e eis então que se encolheu: era uma mulher élfica frágil, vestida num traje simples e branco, cuja voz gentil era suave e triste.

— Passei pelo teste - disse ela. — Vou diminuir e me dirigir para o Oeste, continuando a ser Galadriel.

(...) (Sam fala à Senhora Galadriel) — (...) Eu gostaria que a Senhora ficasse com o Anel dele. Poderia pôr as coisas no lugar certo. Impediria que eles expulsassem meu pai e o deixassem perdido por aí. Faria com que certas pessoas pagassem pelo serviço sujo que fizeram.

— Eu faria - disse ela. — É assim que tudo começaria. Mas infelizmente não pararia ali. Não falemos mais nisso. Vamos!

O a Sociedade do Anel by  (O Senhor dos Anéis #1) (Page 387 - 388)

Nesse trecho, Galadriel é tentada. E é muito tocante ver a tentação avançar dentro do castelo que é cada alma. C. S. Lewis dizia que toda pessoa que cede à tentação logo de primeira sabe muito pouco sobre o mal. Por se deixarem levar por ele tão facilmente, estão, de certa maneira, protegidos.

Já aqueles que resistem ao mal, estes sim, sabem sobre o mal. Sobre o que eles seriam capazes de fazer. Assim é Galadriel nesse trecho. Ela reconhece que poderia fazer coisas certas da maneira errada. E fazendo o certo pelos meios errados, logo mais ela estaria fazendo o mal pelo próprio mal.

Num viés mais espiritual é possível ver ai os caminhos da tentação no coração do homem. É sempre um caminho de soberba: EU sei o melhor a se fazer. EU poderia consertar as coisas.

A terrível tentação de dizer: EU SOU. E, no entanto, não …

McKenzie Wark, Traduzido por Francisco Nunes: Um Manifesto Hacker (Paperback, Português language, DeStrauss) No rating

«Através da recuperação de uma grelha analítica marxista, que actualiza as fases de desenvolvimento produtivo, …

Quando o capital exige “mãos” para fazer seu trabalho sujo, a educação apenas treina mãos úteis para cuidar de máquinas e corpos dóceis para aceitar como natural a ordem social em que se encontram. Quando o capital requer cérebros, tanto para executar suas operações cada vez mais complexas quanto para se dedicar ao trabalho de consumir seus produtos, mais tempo gasto na prisão da educação é necessário para admissão nas fileiras da classe trabalhadora remunerada. Quando o capital descobre que muitas tarefas podem ser executadas por empregados temporários com pouco treinamento, a educação se divide em um sistema mínimo destinado a ensinar servilismo aos trabalhadores mais pobres e um sistema competitivo que oferece aos trabalhadores mais brilhantes um caminho para a ladeira escorregadia da segurança e do consumo.

Um Manifesto Hacker by , (Page 46)

Acho que quando a educação formal se tornou meramente profissionalizante, foi o que aconteceu. Estudamos para vendermos nossa capacidade produtiva e desse prisma a educação formal se tornou um elo de uma cadeia.

Temos de pensar outra educação, então.

McKenzie Wark, Traduzido por Francisco Nunes: Um Manifesto Hacker (Paperback, Português language, DeStrauss) No rating

«Através da recuperação de uma grelha analítica marxista, que actualiza as fases de desenvolvimento produtivo, …

O fato de a classe vetorialista ter substituído o capital como a classe exploradora dominante pode ser visto pela forma em que as principais corporações assumem. Essas empresas se despojam de sua capacidade produtiva, já que esta deixa de ser fonte de poder. (...) Seu poder reside em monopolizar a propriedade intelectual – patentes, direitos autorais e marcas registradas – e os meios de reproduzir seu valor – os vetores de comunicação.

Um Manifesto Hacker by , (Page 38)

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Byung-Chul Han: Sociedade da Transparência (Portuguese language, 2016, Vozes) No rating

Nos dias atuais não há mote que domine mais o discurso público do que o …

Na sociedade da transparência não se forma comunidade em sentido enfático. Surgem apenas certos ajuntamentos e agrupamentos de diversos indivíduos isolados singularmente, de egos que perseguem um interesse comum ou que se agrupam em torno de uma marca (Brand comunities) (Comunidades de marca). Distinguem-se de reuniões que teriam condições de formar um nós, de estabelecer um comércio comum, político. A esses falta o espírito[98]. Reuniões como brand communities formam uma composição aditiva sem qualquer densidade interna. Consumidores se entregam voluntariamente a observações panópticas que controlam e satisfazem suas necessidades. Aqui, os meios sociais já não se distinguem das máquinas panópticas; comunicação e comércio, liberdade e controle se identificam. A abertura das relações de produção para consumidores, sugerida por uma transparência mútua, mostra ser, em última instância, uma exploração do social. O elemento social é degradado e operacionalizado como um elemento funcional do processo de produção, prestando-se sobretudo à otimização das relações de produção. Falta-lhe todo resquício de negatividade à aparente liberdade dos consumidores. Já não se forma qualquer exterior que possa colocar em questão o interior sistemático.

Sociedade da Transparência by  (98%)