Yuri Bravos replied to Izabel's status
@zarabatana bacana, vou dar uma olhada!
Cavalo doido cavalo de pau
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@zarabatana bacana, vou dar uma olhada!
Esse é um livro que faz pensar, faz questionar várias coisas e refletir se elas vão poderiam ser diferentes. Tudo que Shevek tem é uma ideia, e quem espera muita ação vai ser decepcionar, pois tudo que ele tem é uma ideia. Uma ideia que, de certa forma é parresiasta, apostando a vida dele contra a sua.
Demorei uns seis meses para ler o livro, mas acredito que ele irá reverberar por muito mais tempo comigo. Vale a pena.
@[email protected] muito pungente esse livro
@zarabatana queria ler algo dele, será que esse seria um "livro de entrada" ou teria outro mais introdutório?
— Agora, você que é um homem vindo de um mundo que eu não consigo nem sequer imaginar, você que vê meu Paraíso como Inferno, gostaria de saber como é o meu mundo? Ele ficou calado, observando-a, os olhos claros bem fixos. — Meu mundo, minha terra é uma ruína. Um planeta desperdiçado pela raça humana, arrasado. Nós nos multiplicamos e nos empaturramos e nos batemos até que nada mais nos restasse, e depois morremos. Não controlamos nosso apetite nem a violência; não nos adaptamos. Nós nos destruímos. Mas primeiro destruímos nosso mundo. Não existem mais florestas em minha terra. O ar é cinza, o céu é cinza e o calor é eterno. É habitável, ainda é habitável, mas não como esse mundo aqui. Esse aqui é um mundo vivo, uma harmonia. O meu é uma dissonância. Vocês Odonistas escolheram um deserto; nós terranos criamos um deserto... Nós sobrevivemos, lá, como vocês. As pessoas são resistentes! Agora somos quase meio bilhão. Em outros tempos, havia nove bilhões. Ainda se pode ver as antigas cidades por toda a parte. Os ossos e os tijolos viram pó, mas os pedacinhos de plásticos nunca; eles também não se adaptam. Nós fracassamos como espécie, como espécie social.
— Os Despossuídos by Ursula K. Le Guin (0%)
Pegou pesado, véi
"Talvez a melhor forma de começar uma pesquisa sobre as atividades anarquistas seja estudar o primeiro homem a aceitar o …
"O povo de Bri se mostrava solidário, mas não parecia muito preparado para receber um grande número de forasteiros em sua pequena região. Um dos viajantes, camarada vesgo e de aparência desagradável, estava prevendo que mais e mais pessoas viriam para o Norte num futuro próximo. — Se não providenciarem lugares para eles, eles mesmos farão isso, pois têm direito de viver, como as outras pessoas - disse ele em voz alta. Os habitantes locais não pareciam contentes diante da perspectiva".
— O a Sociedade do Anel by J.R.R. Tolkien (O Senhor dos Anéis #1) (Page 164)
"Se não providenciarem lugares para eles, eles mesmos farão isso, pois têm direito de viver, como as outras pessoas".
Nerdola: "Parem de fazer lacração com minha obra preferida hurr durr"
@felipesiles vi o comentário aqui só depois que vi o do Mastodon hahahaha foi forte então o impacto da leitura. Acho que comigo vai ser também.
"É o trabalho inútil que amargura o coração. O prazer da mãe ao cuidar dos filhos, do estudioso, do caçador bem-sucedido, do bom cozinheiro, do criador talentoso, de qualquer pessoa que realize um trabalho necessário e o faça bem — essa alegria duradoura talvez seja a mais profunda fonte de afeto humano e de sociabilidade".
"Era fácil compartilhar quando havia comida suficiente, mesmo que fosse apenas o suficiente, para alimentar a todos. Mas e quando não havia o suficiente? Então a força entrava em ação; o poder prevalecia sobre o direito; o poder e sua arma, a violência, e seu mais fiel aliado, o olhar que se desvia".
Duas citações de momentos diferentes, mas que considero que são a grande força do livro: os trechos mais filosóficos e questionadores, que dão golpes pingentes no nosso modo de pensar.
O trabalho inútil que amargura o coração e o fiel aliado da violência, o olhar que se desvía me puseram bastante a pensar.