Marte wants to read Songs for the Brokenhearted by Ayelet Tsabari
Songs for the Brokenhearted by Ayelet Tsabari
A young Yemeni Israeli woman learns of her mother’s secret romance in a dramatic journey through lost family stories, revealing …
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A young Yemeni Israeli woman learns of her mother’s secret romance in a dramatic journey through lost family stories, revealing …
“Meu irmão é adotado, mas não posso e não quero dizer que meu irmão é adotado”, anuncia, logo no início, …
A capa do livro da Tatiana Roque tem algo que, eu não sei se foi proposital, mas se aproxima muito da representação visual da reação de Belousov-Zhabotinsky. Essa reação acontece fora da termodinâmica do equilíbrio, intimamente ligada à teoria do caos. E é exatamente sobre reações complexas encadeadas que não podem ser descritas por equações diferenciais que Tatiana Roque, matemática e historiadora da matemática, aborda em seu livro.
O livro de Roque tem alguns pontos principais, mas coloco luz sobre um dos mais interessantes para mim: como a ciência do clima, incluindo a comunicação sobre fenômenos do aquecimento global, pouco tem a ver com o modelo de ciência anterior, fortemente relacionado às certezas quase-exatas das equações diferenciais da astronomia. Saímos, durante o século XX, do modelo de ciência com certeza para a ciência que trabalha com aproximações estatísticas - nem por isso menos confiáveis. No meio de tudo isso, uma …
A capa do livro da Tatiana Roque tem algo que, eu não sei se foi proposital, mas se aproxima muito da representação visual da reação de Belousov-Zhabotinsky. Essa reação acontece fora da termodinâmica do equilíbrio, intimamente ligada à teoria do caos. E é exatamente sobre reações complexas encadeadas que não podem ser descritas por equações diferenciais que Tatiana Roque, matemática e historiadora da matemática, aborda em seu livro.
O livro de Roque tem alguns pontos principais, mas coloco luz sobre um dos mais interessantes para mim: como a ciência do clima, incluindo a comunicação sobre fenômenos do aquecimento global, pouco tem a ver com o modelo de ciência anterior, fortemente relacionado às certezas quase-exatas das equações diferenciais da astronomia. Saímos, durante o século XX, do modelo de ciência com certeza para a ciência que trabalha com aproximações estatísticas - nem por isso menos confiáveis. No meio de tudo isso, uma ruptura essencial: a Segunda Guerra Mundial e a bomba atômica que assolou Hiroshima e Nagasaki. A relação entre população geral e a casta técnica-científica nunca mais foi a mesma. O livro de Roque analisa tudo isso e mais um pouco. Tem um caráter mais generalista, é verdade, mas também não tem como abordar tanta coisa num livro só. Aqui, temos um panorama geral das relações entre ciência e política, e como não dá para separar as duas coisas, desde o século XVIII.
Mais importante ainda, Roque, ao final, aponta em quais caminhos podemos nos inspirar para soluções do buraco em que nos encontramos, tentando ao máximo trazer o panorama decolonial e privilegiar as visões de povos originários e afro-americanos. Às vezes, Roque dá umas deslizadas nesse assunto, mas achei uma tentativa mais do que válida, bem-sucedida.
Uma coisa que me incomodou enquanto química é que a linguagem é geral demais, ou seja, os públicos podem variar. Você não precisa ser um ás da matemática ou saber muito de ciência do clima e astronomia para entender os pontos desse livro, Roque é bem didática nisso. Mas, em alguns pontos, isso me incomodou um pouco. Coisa pessoal, mesmo.
“Meu irmão é adotado, mas não posso e não quero dizer que meu irmão é adotado”, anuncia, logo no início, …
Tercer volumen de la serie " Desarrollo psicológico y educación" . Sobre el trasfondo de la atención a la diversidad …
Ganhei esse livro de uma mulher gaúcha que morou comigo em São Paulo em 2015. Dividíamos o quarto da pensão, e ela era pelo menos 25 anos mais velha do que eu. Ela meio que me adotou como filha postiça dela na época, já que seus filhos mesmo tinham ficado temporariamente no RS. Além disso, ela trabalhava na Livraria Cultura, então estava sempre com livros. Quando deixei a pensão, ela me deu esse livro e deixou uma dedicatória muito fofa, dedicada "à quiçá futura professora de químca". Olha só, eu realmente me formei professora de química. Saudades dela, gostaria de saber como está, mas nunca mais tive contato. Sou ruim com essas coisas.
Bom, voltando para o livro, A importância de ser prudente é uma peça de teatro bastante afiada, dedicada a tirar sarro da burguesia britânica do final do século XIX. Nisso, Oscar Wilde é excelente. Tenho vontade de …
Ganhei esse livro de uma mulher gaúcha que morou comigo em São Paulo em 2015. Dividíamos o quarto da pensão, e ela era pelo menos 25 anos mais velha do que eu. Ela meio que me adotou como filha postiça dela na época, já que seus filhos mesmo tinham ficado temporariamente no RS. Além disso, ela trabalhava na Livraria Cultura, então estava sempre com livros. Quando deixei a pensão, ela me deu esse livro e deixou uma dedicatória muito fofa, dedicada "à quiçá futura professora de químca". Olha só, eu realmente me formei professora de química. Saudades dela, gostaria de saber como está, mas nunca mais tive contato. Sou ruim com essas coisas.
Bom, voltando para o livro, A importância de ser prudente é uma peça de teatro bastante afiada, dedicada a tirar sarro da burguesia britânica do final do século XIX. Nisso, Oscar Wilde é excelente. Tenho vontade de ler mais coisas do autor. A leitura é tranquila, mas azeda com o humor sarcástico que se tornou marca de Wilde. Uma pena que logo após o lançamento dessa peça, Wilde tenha sido preso por manter relações sexuais com outros homens, o que invariavelmente contribuiu para sua morte poucos anos depois.
Aleksy sempre recordará aquele verão que passou sozinho com sua mãe em um vilarejo francês, mesmo muitos anos depois. Quando …
O clitóris, o único órgão “que serve apenas para o prazer”, foi historicamente apagado do pensamento ocidental. Ignorado em pinturas …
O que forma um ser humano? Neste clássico de uma das maiores escritoras da história, um cientista descobre se basta …
Durante séculos, a ciência e a política se uniram por projetos de mundo, passando a confiança de que trariam soluções …
Uma das comédias mais populares de todos os tempos
Poucos nomes da literatura rivalizam com a combinação de humor, perspicácia, …
Autonorama é um livro feito para quem tem raiva da carrocracia, mas sem advogar pelo fim completo dos carros. Mais especificamente, Peter Norton revive a saga histórica dos Futuramas I e II, ligados à montadora automobilística General Motors nos EUA, e estende a nomenclatura "Futurama" a fenômenos das décadas de 1990 e 2010 como Futurama III e Futurama IV (Autonorama). Longe de ser uma questão somente da General Motors, o automóvel individual é um problema de urbanismo e saúde pública nos EUA. Nem a pior cidade em termos de carros no Brasil, São Paulo, consegue fazer entender o que é a dependência completa de carro no país inteiro. Norton estabelece quais foram as artimanhas legais articuladas pelos capitalistas automobilistas para que a situação chegasse a esse ponto. O marketing é o cerne do caos capitalista, não a pulsão de avanço. Aqui, o autor dá responsabilidade a todos os que devem …
Autonorama é um livro feito para quem tem raiva da carrocracia, mas sem advogar pelo fim completo dos carros. Mais especificamente, Peter Norton revive a saga histórica dos Futuramas I e II, ligados à montadora automobilística General Motors nos EUA, e estende a nomenclatura "Futurama" a fenômenos das décadas de 1990 e 2010 como Futurama III e Futurama IV (Autonorama). Longe de ser uma questão somente da General Motors, o automóvel individual é um problema de urbanismo e saúde pública nos EUA. Nem a pior cidade em termos de carros no Brasil, São Paulo, consegue fazer entender o que é a dependência completa de carro no país inteiro. Norton estabelece quais foram as artimanhas legais articuladas pelos capitalistas automobilistas para que a situação chegasse a esse ponto. O marketing é o cerne do caos capitalista, não a pulsão de avanço. Aqui, o autor dá responsabilidade a todos os que devem ser responsabilizados: empresas, Estado, lobistas, cientistas com conflitos de interesses... O Autonorama é, primariamente, um esforço hercúleo de marketing para vender a insatisfação e o sonho de um amanhã que nunca vai chegar. Não se trata só sobre carros, apesar de a carrocracia definitivamente serem um agravante de saúde pública inconveniente. É sobre o modo de existir que gira em torno de um progresso inevitável.
Minhas duas reclamações sobre o livro não dizem respeito ao conteúdo em si, mas a editoração: a qualidade do papel e da capa são insuficientes e, apesar de eu geralmente gostar de referências nas notas de rodapé, aqui é um pouco demais. Acho que pelo menos um terço do livro é referência bibliográfica, aí é meio irritante. Mas recomendo em geral a leitura.
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“Mobilidade antirracista” coloca em questão um dos aspectos mais importantes e menos discutidos do racismo: a espacialidade. O racismo é …