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Yuri Bravos

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Cavalo doido cavalo de pau

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J. R. R. Tolkien: O a Sociedade do Anel (Paperback, Portuguese language, 2001, Martins Fontes)

Numa cidadezinha indolente do Condado, um jovem hobbit é encarregado de uma imensa tarefa. Deve …

— A Senhora Galadriel é sábia, destemida e bela - disse Frodo. — Dar- lhe-ei o Um Anel se assim o desejar. Esse peso é demais para mim. Galadriel riu, com uma risada súbita e cristalina.

— Sábia, a Senhora Galadriel pode ser - disse ela-, mas aqui ela encontrou alguém que está à sua altura em cortesia. De um modo gentil, você se vingou do teste que apliquei ao seu coração em nosso primeiro encontro. Agora começa a enxergar com olhos agudos. Não vou negar que meu coração desejou muito pedir o que está oferecendo. Por muitos longos anos, pensei o que faria, caso o Grande Anel me chegasse às mãos, e veja! Ele está agora ao meu alcance. O mal que foi concebido há muito tempo continua agindo de muitas maneiras, quer o próprio Sauron seja ou não derrotado. Não teria sido uma ação nobre a ser creditada ao Anel dele, se eu o tivesse tomado à força ou ameaçando meu hóspede? — E agora finalmente ele chega. Você me oferece o Anel livremente! No lugar do Senhor do Escuro, você coloca uma Rainha. E não serei escura, mas bela e terrível como a Manhã e a Noite! Bela como o Mar e o Sol e a Neve sobre a Montanha! Aterrorizante como a Tempestade e o Trovão! Mais forte que os fundamentos da terra. Todos deverão me amar e se desesperar!

Levantou a mão e do anel que usava emanou uma grande luz que iluminou a ela somente, deixando todo o resto escuro. Ficou diante de Frodo e parecia agora de uma altura incalculável, e de uma beleza insuportável, terrível e digna de adoração. Depois deixou a mão cair, e a luz se apagou; e de repente ela riu de novo e eis então que se encolheu: era uma mulher élfica frágil, vestida num traje simples e branco, cuja voz gentil era suave e triste.

— Passei pelo teste - disse ela. — Vou diminuir e me dirigir para o Oeste, continuando a ser Galadriel.

(...) (Sam fala à Senhora Galadriel) — (...) Eu gostaria que a Senhora ficasse com o Anel dele. Poderia pôr as coisas no lugar certo. Impediria que eles expulsassem meu pai e o deixassem perdido por aí. Faria com que certas pessoas pagassem pelo serviço sujo que fizeram.

— Eu faria - disse ela. — É assim que tudo começaria. Mas infelizmente não pararia ali. Não falemos mais nisso. Vamos!

O a Sociedade do Anel by  (O Senhor dos Anéis #1) (Page 387 - 388)

Nesse trecho, Galadriel é tentada. E é muito tocante ver a tentação avançar dentro do castelo que é cada alma. C. S. Lewis dizia que toda pessoa que cede à tentação logo de primeira sabe muito pouco sobre o mal. Por se deixarem levar por ele tão facilmente, estão, de certa maneira, protegidos.

Já aqueles que resistem ao mal, estes sim, sabem sobre o mal. Sobre o que eles seriam capazes de fazer. Assim é Galadriel nesse trecho. Ela reconhece que poderia fazer coisas certas da maneira errada. E fazendo o certo pelos meios errados, logo mais ela estaria fazendo o mal pelo próprio mal.

Num viés mais espiritual é possível ver ai os caminhos da tentação no coração do homem. É sempre um caminho de soberba: EU sei o melhor a se fazer. EU poderia consertar as coisas.

A terrível tentação de dizer: EU SOU. E, no entanto, não …

McKenzie Wark, Traduzido por Francisco Nunes: Um Manifesto Hacker (Paperback, Português language, DeStrauss) No rating

«Através da recuperação de uma grelha analítica marxista, que actualiza as fases de desenvolvimento produtivo, …

Quando o capital exige “mãos” para fazer seu trabalho sujo, a educação apenas treina mãos úteis para cuidar de máquinas e corpos dóceis para aceitar como natural a ordem social em que se encontram. Quando o capital requer cérebros, tanto para executar suas operações cada vez mais complexas quanto para se dedicar ao trabalho de consumir seus produtos, mais tempo gasto na prisão da educação é necessário para admissão nas fileiras da classe trabalhadora remunerada. Quando o capital descobre que muitas tarefas podem ser executadas por empregados temporários com pouco treinamento, a educação se divide em um sistema mínimo destinado a ensinar servilismo aos trabalhadores mais pobres e um sistema competitivo que oferece aos trabalhadores mais brilhantes um caminho para a ladeira escorregadia da segurança e do consumo.

Um Manifesto Hacker by , (Page 46)

Acho que quando a educação formal se tornou meramente profissionalizante, foi o que aconteceu. Estudamos para vendermos nossa capacidade produtiva e desse prisma a educação formal se tornou um elo de uma cadeia.

Temos de pensar outra educação, então.

McKenzie Wark, Traduzido por Francisco Nunes: Um Manifesto Hacker (Paperback, Português language, DeStrauss) No rating

«Através da recuperação de uma grelha analítica marxista, que actualiza as fases de desenvolvimento produtivo, …

O fato de a classe vetorialista ter substituído o capital como a classe exploradora dominante pode ser visto pela forma em que as principais corporações assumem. Essas empresas se despojam de sua capacidade produtiva, já que esta deixa de ser fonte de poder. (...) Seu poder reside em monopolizar a propriedade intelectual – patentes, direitos autorais e marcas registradas – e os meios de reproduzir seu valor – os vetores de comunicação.

Um Manifesto Hacker by , (Page 38)

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Byung-Chul Han: Sociedade da Transparência (Portuguese language, 2016, Vozes) No rating

Nos dias atuais não há mote que domine mais o discurso público do que o …

Na sociedade da transparência não se forma comunidade em sentido enfático. Surgem apenas certos ajuntamentos e agrupamentos de diversos indivíduos isolados singularmente, de egos que perseguem um interesse comum ou que se agrupam em torno de uma marca (Brand comunities) (Comunidades de marca). Distinguem-se de reuniões que teriam condições de formar um nós, de estabelecer um comércio comum, político. A esses falta o espírito[98]. Reuniões como brand communities formam uma composição aditiva sem qualquer densidade interna. Consumidores se entregam voluntariamente a observações panópticas que controlam e satisfazem suas necessidades. Aqui, os meios sociais já não se distinguem das máquinas panópticas; comunicação e comércio, liberdade e controle se identificam. A abertura das relações de produção para consumidores, sugerida por uma transparência mútua, mostra ser, em última instância, uma exploração do social. O elemento social é degradado e operacionalizado como um elemento funcional do processo de produção, prestando-se sobretudo à otimização das relações de produção. Falta-lhe todo resquício de negatividade à aparente liberdade dos consumidores. Já não se forma qualquer exterior que possa colocar em questão o interior sistemático.

Sociedade da Transparência by  (98%)

J. R. R. Tolkien: O a Sociedade do Anel (Paperback, Portuguese language, 2001, Martins Fontes)

Numa cidadezinha indolente do Condado, um jovem hobbit é encarregado de uma imensa tarefa. Deve …

"Por um tempo, os hobbits continuaram a conversar e a pensar na viagem passada e nos perigos que estavam à frente; mas a virtude da terra de Valfenda era tal, que logo todos os medos e ansiedades foram expulsos de suas mentes. O futuro, bom ou mau, não foi esquecido, mas deixou de ter qualquer poder sobre o presente. A saúde e a esperança cresceram nos hobbits, que ficavam felizes com a chegada de cada novo dia, apreciando cada refeição, cada palavra e cada canção". p. 291

"Roupas mantimentos sobressalentes, juntamente com cobertores e outros artigos necessários, seriam carregados por um pônei, exatamente o pobre animal que tinham trazido de Bri. A estada em Valfenda tinha operado uma mudança admirável nele: estava lustroso, e parecia ter recuperado o vigor da juventude". p.297

O a Sociedade do Anel by  (O Senhor dos Anéis #1) (Page 291 - 295)

A virtude da terra de Valfenda é algo que se pode cultivar na sua própria casa, quando se tem a autonomia e a possibilidade para tal. Há espaços que são adoecedores e há espaços que são curativos.

Eu tenho tentado tornar minha casa num desses lugares que se vai e se pode respirar e se sai mais consolado do que se entrou. Sei que muitos não conseguem isso, seja por impossibilidades financeiras ou familiares. Mas prezo para que todos que aqui visitem saiam revigorados.

Já tive mesmo a felicidade de ouvir comentários de amigos nesse sentido. É muito bom cultivar seu espaço, que, naturalmente, é uma emanação de si.

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Michela Murgia: Instruções para se tornar um fascista (Portuguese language, 2021, Âyiné) No rating

Instruções para se tornar um fascista é um livro urgente, que nasce para despertar consciências, …

Uma boa mão no exercício do populismo pode ser dada pelos radicais chiques, isto é, a burguesia democrática, especialmente a de esquerda, que pode se revelar acima de qualquer suspeita seu melhor aliado. Trata-se de pessoas - não necessariamente favorecidas, mas sempre minimamente convencidas de que são cultas que numa sociedade capitalista alertam sobre o dever moral de combater os desequilíbrios sociais, mas sabem que devem parte de seu bem-estar, ou a esperança de alcançá-lo, a tais desequilíbrios. O que farão, então? Simples: para gerenciar o sentimento de culpa, vão se comprometer com as lutas marginais, nunca com as fundamentais. Eles o farão com vigor, com muitíssimo empenho, porque é justamente do fato de ser radical sem ter verdadeira necessidade que deriva o ser chique, como os móveis de estilo falso pobre em suas salas. Assim, gastarão sua paixão civica com as consequências, mas nunca com suas causas. Irão sem falta às ruas pelo reconhecimento deste ou daquele direito das bichas e se acorrentarão contra a vivissecção dos bichinhos de laboratório, a queima de lixo ou o viaduto rodoviário que deturpa a paisagem detrás de casa, mas jamais farão o mesmo contra a reforma trabalhista ou contra um imposto fixo que proteja seus mais altos rendimentos

Instruções para se tornar um fascista by  (Biblioteca Âyiné) (Page 72 - 73)

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Daniel Santini: Passe livre (Portuguese language, 2019, Autonomia Literaria, Fundação Rosa Luxemburgo)

Como a valorização do transporte coletivo pode ajudar a superar desafios crescentes para a mobilidade …

O transporte público deve ser entendido como um bem público, que beneficia portanto mesmo as pessoas que não fazem uso de modais coletivos. Os usuários de transporte público beneficiam toda a sociedade, pois mantêm baixos os custos sociais relacionados ao transporte (poluição, trânsito). Cobrar tarifas pelo uso do transporte público pode ser interpretado, então, como uma injustiça econômica: por mais que o serviço beneficie a todos, só uma parcela dos beneficiados paga por ele. De certo modo, cobrar pelo transporte público se torna uma exploração dos usuários pelos não usuários. Os gastos do sistema de transporte coletivo deveriam ser partilhados pelos beneficiados, ou seja, divididos entre todos os cidadãos.

Passe livre by  (Page 32)

Não sei se o livro está me pegando... Vou dar mais um votinho de confiança. Algo que se repete aqui — e que na época talvez fosse original, mas hoje já é manjado — e a inserção de termos completamente arbitrários que são explicados em seguida e na realidade é algo completamente trivial com outro nome "original".