Chu replied to Fernando Serra's status
@Siegfrito um amigo bastante querido me presenteou com esse livro tempos atrás e foi uma leitura muito agradável! Que seja assim para você também! ^^
Meus Pronomes: o / ele / o
Compro mais livros que leio e nem Deus pode me julgar. Sou cachorra, sou gatinha, não adianta se esquivar. Gosto de poesia, fantasia, livros depressivos, dos clássicos e que as notas de rodapé venham no rodapé. Amo falar sobre livros, tanto que até participo dum Podcast e agito um Clube do Livro no Discord, o Clube Do Multiverso! Estou pelo Mastodon e também lá no Skoob. Bora ser amiguinhos?
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@Siegfrito um amigo bastante querido me presenteou com esse livro tempos atrás e foi uma leitura muito agradável! Que seja assim para você também! ^^
Estranho não ter muito a dizer destes poemas, talvez porque não são do tipo que me encantam ou tocam com maior força, embora tenha achado alguns versos interessantes aqui e fiquei satisfeito para um livro que comprei apenas para prestigiar a chegada de um dos selos lusitanos mais aclamados em solo brasileiro, o Assírio & Alvim.
Parece que o poeta Pedro Eiras presta homenagens a Divina Comédia de Dante, mas atualiza o conceito de Inferno cristão do poeta toscano para o nosso cotidiano mundano de todos os dias.
Destaco esses três poemas e trechos:
VI - "pois não merece a dor na morte quem já caregou / toda a vida o inferno no sangue"
Até no inferno é preciso haver misericórdia, nem todos são dignos dele
X - "Colecionador a sangue frio, / despreza o fruto apetecido, / desiste, vira costas, depois volta / e faz o favor / de …
Estranho não ter muito a dizer destes poemas, talvez porque não são do tipo que me encantam ou tocam com maior força, embora tenha achado alguns versos interessantes aqui e fiquei satisfeito para um livro que comprei apenas para prestigiar a chegada de um dos selos lusitanos mais aclamados em solo brasileiro, o Assírio & Alvim.
Parece que o poeta Pedro Eiras presta homenagens a Divina Comédia de Dante, mas atualiza o conceito de Inferno cristão do poeta toscano para o nosso cotidiano mundano de todos os dias.
Destaco esses três poemas e trechos:
VI - "pois não merece a dor na morte quem já caregou / toda a vida o inferno no sangue"
Até no inferno é preciso haver misericórdia, nem todos são dignos dele
X - "Colecionador a sangue frio, / despreza o fruto apetecido, / desiste, vira costas, depois volta / e faz o favor / de arrebatar o lote."
sobre quem coleciona desgraças, julga e sentencia a uma condenação com o maior dos rigores e deleites
XVII - "Respirar todos os dias dá imenso trabalho, / e verificar a cotação própria no juízo dos outros;..."
sobre o fazer poético e o reconhecimento e a pouca valoração das artes
Em 33 poemas acompanhamos algumas das angustias e tormentos, dos insones, do homem urbano, pandemia, clima, estresse, economia, insuficiência... é tudo presente e incômodo, mas não intolerável, talvez por já estarmos mais que habituados a tudo isso. Ainda que seja uma realidade terrível, no banho Maria em que nos mantemos para aguentar os infernos diários, sequer notamos que aos poucos nos cozinhamos e deixamos de ser a nós mesmos.
O tom melancólico perpassa quase todos eles, há uma frustração e uma desesperança com tudo sempre presente, mas isso já é o esperado de quem, assim como Dante Alighieri, já cruzou certos portões...
@OsLivros_DeMaria é sim, você não paga nada para usar o básico do app (mas ele tem sim alguns recursos extras que são pagos)
@OsLivros_DeMaria o Discord é app que te permite ter conversas por texto, voz e vídeo. Ele também pode ser considerado uma rede social e mescla aspectos de fórum e do antigo MSN. O link ali que te mandei é o do grupo de leitura que faço parte (assim como os grupos do Whats e do Telegram, mas com a vantagem de ter canais com tópicos específicos pra conversas específicas). Há nele inúmeras comunidades temáticas para praticamente qualquer assunto, sendo um app muito usado por gamers e até mesmo por escolas. A gente usa ele pra comentar os livros por texto semanalmente aos domingos e fazemos a última reunião do mês do clube por voz ou vídeo. É mais fácil de usar do que parece! ^^
@OsLivros_DeMaria quem sabe você não vem ler ele com a gente? Serias muito bem vinda! A primeira discussão será no próximo domingo após o domingo de Páscoa. Fica aqui o convite e o link do Discord bit.ly/OXnoDiscord
Livro de uma autora mineira, que será nossa leitura coletiva de Abril no Clube do Multiverso, representando assim a região Sudeste em nossa tour anual especial pelas cinco regiões do País
Esse foi um livro curto mas bastante intenso! Me tocaram bastante os temas sobre família e morte aqui e me vi o tempo todo refletindo e fazendo paralelos com os personagens e a mim mesmo e minhas relações com meus pais e parentes. É surreal o quanto a vida da gente pode mudar completamente em instantes e nos jogar numa espiral de luto, lembranças e paranoias.
A prosa de Fabiane é excelente, com frases arrebatadoras capazes de ressoar no leitor tão logo são lidas. Da para ver um esmero em cada escolha de palavras. Também destaco a habilidade da autora de manter o ritmo em alta mesmo com pontos de vista distintos alternando-se a cada capítulo, coisa que geralmente me dispersa muito em outros livros.
Alguns comportamentos dos personagens são um pouco irritantes, mas eu boto na culpa da própria humanidade e complexidade dos mesmos. Os protagonistas, Cecília e João …
Esse foi um livro curto mas bastante intenso! Me tocaram bastante os temas sobre família e morte aqui e me vi o tempo todo refletindo e fazendo paralelos com os personagens e a mim mesmo e minhas relações com meus pais e parentes. É surreal o quanto a vida da gente pode mudar completamente em instantes e nos jogar numa espiral de luto, lembranças e paranoias.
A prosa de Fabiane é excelente, com frases arrebatadoras capazes de ressoar no leitor tão logo são lidas. Da para ver um esmero em cada escolha de palavras. Também destaco a habilidade da autora de manter o ritmo em alta mesmo com pontos de vista distintos alternando-se a cada capítulo, coisa que geralmente me dispersa muito em outros livros.
Alguns comportamentos dos personagens são um pouco irritantes, mas eu boto na culpa da própria humanidade e complexidade dos mesmos. Os protagonistas, Cecília e João tem muitas camadas acumuladas e são capazes tanto de despertar nossa compaixão quanto ira. Os coadjuvantes também são bem caracterizados e possuem facetas cômicas marcantes. Dona Faustina e suas boas intenções, dona Luzia e seu pequeno probleminha de ser cleptomaniaca, o gerente do banco com seu sorriso de verniz cínico, o cardiologista que cansado de tudo e todos foi fazer arte no mato... Eu apenas queria ter criado mais simpatia pelo Caio, mas a visão nebulosa de Cecília enquanto narradora nos priva de ver um lado bom nele sem o véu da desconfiança até que seja tarde demais e o livro acaba.
Aliás achei o desfecho um pouco apressado, mas o livro amarra bem todas as pontas soltas, segurando uma grande revelação para o seu momento final. De fato, o suspense construído ao longo dele é muito bem executado e mesmo que você faça suposições acertadas, ainda assim será surpreendido. Talvez prolongar esses instantes fizesse a construção ruir e tudo bem refletir melhor sobre tudo com a última página já virada.
O tom geral é melancólico e aflitivo, como um bom drama familiar deve ser, mas a autora ainda encontra espaços para acenos cômicos interessantes e bem oportunos. Me diverti com as aventuras de João, que de cuidador de cães no canil se torna um ladrão ao estilo Robin Hood. E Cecília paranoica criando teorias mirabolantes para explicar os fatos obscuros que cercam a morte simultânea de seus pais.
Em Apague a luz se for chorar, duas narrativas se entrelaçam para compor um retrato do interior do Brasil e …
Credo, que livro ruim! Eu comprei porque ja tinha escutado o nome do Dalton Trevisan em algum lugar, algo sobre autores brasileiros contemporâneos renomados e tals. A sinopse também me interessou, um livro quase crônica sobre um casal de amantes com generosas doses de erotismo. Parecia interessante e promissor né?
Pois bem, os predicados param por aí. A prosa é enjoativa e repetitiva. Nada vai a lugar algum (não que precise ir, mas o mais do mesmo me enjoou tanto que levei dias pra ler as poucas páginas dele). A protagonista é uma jovem com uma vida amorosa bastante agitada, com vários pretendentes péssimos e que se encontra com uma espécie de amigo e amante a quem confessa seus anseios, desejos e cotidiano. O papo é íntimo, quase parece fofoca banal das que você escuta dos vizinhos se for desocupado o bastante pra se interessar. Travessoes demais pros diálogos, com …
Credo, que livro ruim! Eu comprei porque ja tinha escutado o nome do Dalton Trevisan em algum lugar, algo sobre autores brasileiros contemporâneos renomados e tals. A sinopse também me interessou, um livro quase crônica sobre um casal de amantes com generosas doses de erotismo. Parecia interessante e promissor né?
Pois bem, os predicados param por aí. A prosa é enjoativa e repetitiva. Nada vai a lugar algum (não que precise ir, mas o mais do mesmo me enjoou tanto que levei dias pra ler as poucas páginas dele). A protagonista é uma jovem com uma vida amorosa bastante agitada, com vários pretendentes péssimos e que se encontra com uma espécie de amigo e amante a quem confessa seus anseios, desejos e cotidiano. O papo é íntimo, quase parece fofoca banal das que você escuta dos vizinhos se for desocupado o bastante pra se interessar. Travessoes demais pros diálogos, com contexto e desenvolvimento de menos, com uma ou duas frases bem ditas em momentos oportunos apenas no livro todo.
Erotismo bom é o duma Hilda Hilst que não tinha papas na língua de se sujar na imundície duma putaria honesta ou dum Bataille que trancendia a realidade tornando as fodas loucas dos seus personagens num tratado psicológico. Aqui ele nunca se concretiza, nem te conto, Joao, e nao vonta mesmo, é tudo cru demais pra até aguçar a imaginação do leitor.
Passavel e esquecivel, infelizmente sequer divertido, Dalton deixou a desejar. Ah, e nem te conto, João, eu quase joguei o livro na parede de raiva quando descobri que o nome da protagonista era Maria. João e Maria. Mais clichê e simplório impossível. Quem sou eu na fila do pão em lata, mas puta que pariu
"Exu [...] é a própria linguagem, é ubíquo, se faz presente em todas as palavras, corpos, movimentos, em todo ato criativo e em toda e qualquer forma de comunicação"
— Pedagogia das encruzilhadas by Luiz Rufino (Page 40)
Não é a toa que as religiões cristãs se esforçam tanto pra associar Exu ao Diabo... Olha a beleza e a potência de liberdade dessa descrição. Por isso o esforço pra associá-lo ao que o cristianismo via como o pior.
Consegui! Achei muito interessante o quadrinho, passagens ótimas sobre a vida que eu conhecia tão pouco, envolvida em episódios dos quais conhecia um pouco mais. Quadrinho com um ritmo muito bom e uma história importantíssima do movimento negro nos EUA
[...] Sou, mas não tenho que ser filha da minha época.
Diferente dos livros anteriores da Lispector que li, em A Hora da Estrela a autora se distancia de seu eu lírico nebuloso aqui delegando o tecer dum enredo a um narrador personagem bastante habilidoso. Ainda é Clarice, com toda certeza e maestria, mas para mim com um gosto inteiramente novo e muito bem vindo!
Macabea é uma pessoa mediocre e esquecivel, sem brilho e cor próprias e por isso mesmo é de se admirar que Clarice consiga extrair dela uma existência tão densa de significados e que nos coloca em cheque com nossa própria insignificância. É um enredo desalentador em que hora nos apiedamos de sua protagonista que seja por si mesma ou pelas circunstâncias agourentas da vida em momento algum parece digna deste papel. Mas quantos não são como ela e quando nós mesmos não nos encontramos neste mesmo estado de completo abandono de nós mesmos?
A Hora da …
Diferente dos livros anteriores da Lispector que li, em A Hora da Estrela a autora se distancia de seu eu lírico nebuloso aqui delegando o tecer dum enredo a um narrador personagem bastante habilidoso. Ainda é Clarice, com toda certeza e maestria, mas para mim com um gosto inteiramente novo e muito bem vindo!
Macabea é uma pessoa mediocre e esquecivel, sem brilho e cor próprias e por isso mesmo é de se admirar que Clarice consiga extrair dela uma existência tão densa de significados e que nos coloca em cheque com nossa própria insignificância. É um enredo desalentador em que hora nos apiedamos de sua protagonista que seja por si mesma ou pelas circunstâncias agourentas da vida em momento algum parece digna deste papel. Mas quantos não são como ela e quando nós mesmos não nos encontramos neste mesmo estado de completo abandono de nós mesmos?
A Hora da Estrela é um mergulho num buraco-negro da miséria do eu frente ao outro. Estruturalmente é um livro brilhante, cuja construção leva mais de sua metade em digressão numa espécie de ensaio de como e por onde começar por parte de seu narrador personagem para apenas nos últimos dez porcento do mesmo ele nos entregar tudo de forma fulgurante e brilhante, em reflexões avassaloras e em acontecimentos que nos atropelam porque a vida não espera e a morte toca seu violino do triste fim ali mesmo na esquina.
Impossível descrevê-lo em mais palavras. É um livro de experiência que precisa ser lido e vivenciado por seu leitor. Em pouco menos de 90 páginas eu ri, chorei, fui ao céu e ao inferno. É triste, mas é belo e também reconfortante e nestes paradoxos todos talvez esteja a chave para compreender o que pode ser viver verdadeiramente.