Os Livros de Maria quoted Fahrenheit 451 by Ray Bradbury
[...] Faber cheirou o Livro. - Sabe que os Livros cheiram a noz-moscada ou alguma especiaria do estrangeiro? Quando era menino, eu adorava cheirá-los.
Meus Pronomes: o / ele / o
Compro mais livros que leio e nem Deus pode me julgar. Sou cachorra, sou gatinha, não adianta se esquivar. Gosto de poesia, fantasia, livros depressivos, dos clássicos e que as notas de rodapé venham no rodapé. Amo falar sobre livros, tanto que até participo dum Podcast e agito um Clube do Livro no Discord, o Clube Do Multiverso! Estou pelo Mastodon e também lá no Skoob. Bora ser amiguinhos?
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[...] Faber cheirou o Livro. - Sabe que os Livros cheiram a noz-moscada ou alguma especiaria do estrangeiro? Quando era menino, eu adorava cheirá-los.
Belhell foi uma ótima surpresa propiciada pelo Clube do Multiverso. Leitura escolhida para Fevereiro, o livro retrata um submundo da capital paraense repleto de violência. Tem o charme das obras de gangsta e máfia, mas com um sabor tropical inconfundível, onde o poder, o vício e a corrupção não colaboram em nada para adoçar os infernos particulares dos protagonistas.
A narrativa é ágil, tão ágil que não há espaço sequer pra marcações de diálogos, localização e pontuação. Isso causa um estranhamento inicial, mas que logo é superado, colocando o leitor num frenesi digno de filme de ação. Aliás, este livro daria uma boa adaptação cinematográfica, aos moldes de Cidade de Deus, com histórias de grandes ascenções e quedas vertiginosas. Destaque para as cenas nos cassinos ilegais onde obviamente os ricos entediados tem seus bolsos esvaziados pelos profissionais das cartas em troca de um pouco de emoção e adrenalina.
Algumas partes …
Belhell foi uma ótima surpresa propiciada pelo Clube do Multiverso. Leitura escolhida para Fevereiro, o livro retrata um submundo da capital paraense repleto de violência. Tem o charme das obras de gangsta e máfia, mas com um sabor tropical inconfundível, onde o poder, o vício e a corrupção não colaboram em nada para adoçar os infernos particulares dos protagonistas.
A narrativa é ágil, tão ágil que não há espaço sequer pra marcações de diálogos, localização e pontuação. Isso causa um estranhamento inicial, mas que logo é superado, colocando o leitor num frenesi digno de filme de ação. Aliás, este livro daria uma boa adaptação cinematográfica, aos moldes de Cidade de Deus, com histórias de grandes ascenções e quedas vertiginosas. Destaque para as cenas nos cassinos ilegais onde obviamente os ricos entediados tem seus bolsos esvaziados pelos profissionais das cartas em troca de um pouco de emoção e adrenalina.
Algumas partes são bastante incômodas de ler, principalmente os assassinatos praticados pelo Sérgio, um médico plantonista e serial killer nas horas vagas. Mas também nada tão brutal quanto assistir aos programas policiais da Record por exemplo.
Os personagens são bem marcados, mas acho na pressa de fazer as coisas acontecerem alguns detalhes ficam pelo caminho. Queria mais, mas não dá para ter tudo, e talvez o segredo seja mesmo saber a hora certa de parar. Ir além, como a trama mostra muito bem, pode significar a ruína e o esquecimento. Gil, Marollo e Paula vão deixar saudades. Paulo, Bronco e Sérgio nem tanto...
[...] Seria uma enorme pena se as mulheres escrevessem como os homens, ou vivessem como os homens, ou se assemelhassem aos homens, pois, se dois sexos não são exatamente suficientes, considerando a vastidão e a variedade do mundo, como faríamos com apenas um? Será que a educação não deveria enfatizar e fortalecer as diferenças, em vez das similaridades? Pois já temos semelhanças demais do jeito que está, e nada seria mais útil para a humanidade do que um explorador que viesse a nós trazendo notícias de outros sexos, após olhar através dos ramos de outras árvores para outros céus.
— Um Teto Todo Seu by Virginia Woolf, Vanessa Barbara (Page 168)
Este é o segundo livro do Zafon que termino e saio da leitura encantado e plenamente satisfeito. Eita como escreve!
Eu demorei um pouco pra me envolver na história por causa das expectativas que tinha sobre ela, mas após uma pausa retomei e curti demais toda a atmosférica fantástica e aterradora que o autor entregar aqui.
Oscar Drai e Marina percorrem as ruas de uma Barcelona repleta de mistérios e histórias de um passado que embora não exista mais se faz sempre presente seja na arquitetura da cidade, nas lembranças de seus habitantes curiosos e nos sentimentos guardados a sete chaves que em dado momento teimam em transbordar.
É impressionante o grau de detalhamento que Zafon confere aos seus coadjuvantes e é um deleite quando ele para a narrativa para nos deixar a par do histórico de vida dos mesmos. Nenhum é raso e nenhum é clichê. Do vilão ao …
Este é o segundo livro do Zafon que termino e saio da leitura encantado e plenamente satisfeito. Eita como escreve!
Eu demorei um pouco pra me envolver na história por causa das expectativas que tinha sobre ela, mas após uma pausa retomei e curti demais toda a atmosférica fantástica e aterradora que o autor entregar aqui.
Oscar Drai e Marina percorrem as ruas de uma Barcelona repleta de mistérios e histórias de um passado que embora não exista mais se faz sempre presente seja na arquitetura da cidade, nas lembranças de seus habitantes curiosos e nos sentimentos guardados a sete chaves que em dado momento teimam em transbordar.
É impressionante o grau de detalhamento que Zafon confere aos seus coadjuvantes e é um deleite quando ele para a narrativa para nos deixar a par do histórico de vida dos mesmos. Nenhum é raso e nenhum é clichê. Do vilão ao cocheiro, do relojoeiro ao diretor do orfanato e das pacientes do hospital, todos eles tem aquele estofo e brilho de personalidade únicas aqui. Talvez até ofuscando em muitos momentos os protagonistas mirins...
A trama às vezes ganha ares de fantasia e você chega a duvidar que algumas coisas possam estar acontecendo, mas as descrições são tão reais, o medo e a tensão sao tão fortes que você se vê sem fôlego enquanto lê, principalmente nas partes decisivas. O conflito final nos coloca no mesmo local de dilema moral do vilão e seria hipocrisia dizer que não entendo plenamente as motivações dele ainda que ele tenha trilhado um caminho hediondo ao longo de sua trágica trajetória pela vida.
O final é de partir o coração, quis chorar com ele e para mim que li primeiramente esperando encontrar semelhanças com O Oceano no Fim Do Caminho posso dizer que fui contemplado e que foi um encontro tão marcante quanto aquele que às vezes tenho com a Lettie Hempstock.
Eu sempre ficava encantado com as fanarts que via pelas timelines desta novel chinesa. Também estou assistindo a adaptação para anime da mesma. Lá as coisas estam bastante confusas sem a base literária. Feliz de finalmente poder lê-la impressa no meu idioma
@OsLivros_DeMaria então, Multiverso vem do blog que eu e mais alguns amigos mantemos, o Multiverso X (www.multiversox.com.br). Temos também um podcast com o mesmo nome, onde indicamos e comentamos literatura e cultura pop. É só coincidência mesmo multi e fedi terem versos xD
O Discord é um app que permite que você crie grupos (canais e servidores) e interaja dentro deles, por texto, voz ou vídeo. Era muito usado por gamers, mas hoje em dia tem comunidades lá para todos os tipos de assuntos.
Em 2020 a gente criou um clube do livro por lá, o Clube do Multiverso que citei ali, pra juntar pessoas e bater um papo juntos. Temos reuniões quase toda semana aos domingos e lemos um livro novo todo mês ^^
Este é a leitura de Fevereiro para o Clube do Multiverso, de um autor paraense. Neste ano, leremos apenas autores brasileiros e a cada mês escolheremos um autor de uma região pré-determinada em uma votação no nosso servidor do Discord. Pelo que vi, este é um thriller policial que promete deixar vidrado na trama! Veremos!
[...] Por isso, por respeito ao sentimento central que inspira meus Poemas e às imagens ou formulações vigorosas que pude construir, proponho, apesar de tudo, estes Poemas à existência.
— Correspondência com Jacques Rivière by Antonin Artaud, Olivier Dravet Xavier (Coleção Artaud, #04)
Como o lobo ama o cordeiro, ama o apaixonado o seu amado.
— Fedro by Platão, Alex Marins (A Obra-Prima de Cada Autor, #60) (Page 74)
🎬 Vídeo-leitura:
Impressões do Teatro youtu.be/0sZtaP_Xuro
[...] A pulsação do seu sangue alvoroçado dava-lhe a percepção fantástica de que o Brasil seria arrastado vertiginosamente pela maldade de uns, a ignorância de outros e a ambição de todos, em voragens abertas pela política amaldiçoada.
— A Falência by Júlia Lopes de Almeida (87%)
A obra de Dante Alighieri, salvo pela "Divina Comédia" (ela própria mais referenciada que lida), era de estranha raridade em língua portuguesa. Exemplo: só consegui achar "Da Monarquia" por acaso num sebo, em edição casada com "O Príncipe" de Maquiavel. A publicação desta edição de "Convívio" preenche esta lacuna. A "pequena enciclopédia dantesca" foi traduzida por Emanuel França de Brito, que assina também a importantíssima introdução e o aparato crítico condensado em 1.524 notas. É aquisição indispensável em qualquer biblioteca humanista que se preze.
Aqui, uma Vídeo Leitura, na íntegra, do conto 'Uma Galinha':
Ian não cansa de me surpreender! Neste sci-fi com alma, corpo e tempero bem baianos somos levados por uma trama de investigação que traz a tona segredos e fantasmas do passado de Severino enquanto ele se lança numa odisseia espacial contra as poderosas corporações que dominam a galáxia.
O grande destaque são os personagens, cada um é mais marcante que outro e todos tem seus momentos e cenas em que brilham como supernovas. Eu amei a personalidade e aparência do Bonfim, me encantei com a erudição e a habilidade de encontrar as citações certas para todos os momentos da Antonieta, uma cativara geneticamente modificada e com um senso de dever e justiça inigualável. Também gostei de Juá, uma carranca robótica que faz as vezes de guarda costas e auxiliar de Filo, uma paladina do sertão que não deve em nada em valentia a Maria Bonita e por quem Severino se …
Ian não cansa de me surpreender! Neste sci-fi com alma, corpo e tempero bem baianos somos levados por uma trama de investigação que traz a tona segredos e fantasmas do passado de Severino enquanto ele se lança numa odisseia espacial contra as poderosas corporações que dominam a galáxia.
O grande destaque são os personagens, cada um é mais marcante que outro e todos tem seus momentos e cenas em que brilham como supernovas. Eu amei a personalidade e aparência do Bonfim, me encantei com a erudição e a habilidade de encontrar as citações certas para todos os momentos da Antonieta, uma cativara geneticamente modificada e com um senso de dever e justiça inigualável. Também gostei de Juá, uma carranca robótica que faz as vezes de guarda costas e auxiliar de Filo, uma paladina do sertão que não deve em nada em valentia a Maria Bonita e por quem Severino se derrete todo relembrando e reconquistando sua antiga paixão. Severino é o mais complexo deles e aquele que tem o arco mais arredondadinho. Eu adorei ver dele ir de uma fase de morte para alguém disposto a abraçar a vida que ainda lhe resta, saindo assim de uma depressão que lhe roubara quase 10 anos. Ficamos genuinamente felizes por ele
A trama possui ação cinematográfica desenfreada com cortes rápidos, cenas cômicas e outras bastante reflexivas e sensíveis, que te levam aquele lugar de algo a mais e de autoidentificação enebriante. Ian é um poeta e faz mágica com as palavras em alguns momentos!
O livro não é perfeito, às vezes me confundia com a profusão de termos novos pipocando a cada segundo e com as inúmeras gírias e características regionais da cultura baiana. Mas acredito que tudo isso tenha sido um tempero essencial para esta obra e pra tudo aquilo que ela pretendeu e conseguiu ser.
Eu adoraria ler mais aventuras de Severino e sua turma e adoraria também ver mais deste universo baiano em outras mídias. As referencias cinematográficas e musicais dão toda uma atmosfera e colorido pra trama que é inevitável pensar em como seria vê-la transposta para o audiovisual. Quem sabe um dia, em uma galáxia não tão distante assim, ao som da Timbalada...
Angustiante creio que seja o melhor adjetivo para definir essa leitura. A cada página você avança mais e mais nas ruínas humanas de seu protagonista narrador, que através de três cadernos nos conta sobre si e sua decadente biografia.
Yozo é um jovem japonês com sérios problemas de socialização e com um quadro depressivo agravado pelas próprias atitudes e circunstâncias da vida. Ele é um pouco misógino, mesquinho e egoísta também. Boa parte do incômodo na leitura vêm do reconhecimento em nós mesmos de partes nossas que não gostamos ou reprimimos ao passo que Yozo aqui não faz cerimônias ao dizer o que pensa e sente ou o que não sente. É um relato visceral de uma pessoa miserável com inúmeros gatilhos sobretudo em relação às tentativas de suicídio do mesmo.
Osamu Dazai, o autor, e cuja figura e biografia se misturam com as do próprio Yozo em inúmeras passagens, …
Angustiante creio que seja o melhor adjetivo para definir essa leitura. A cada página você avança mais e mais nas ruínas humanas de seu protagonista narrador, que através de três cadernos nos conta sobre si e sua decadente biografia.
Yozo é um jovem japonês com sérios problemas de socialização e com um quadro depressivo agravado pelas próprias atitudes e circunstâncias da vida. Ele é um pouco misógino, mesquinho e egoísta também. Boa parte do incômodo na leitura vêm do reconhecimento em nós mesmos de partes nossas que não gostamos ou reprimimos ao passo que Yozo aqui não faz cerimônias ao dizer o que pensa e sente ou o que não sente. É um relato visceral de uma pessoa miserável com inúmeros gatilhos sobretudo em relação às tentativas de suicídio do mesmo.
Osamu Dazai, o autor, e cuja figura e biografia se misturam com as do próprio Yozo em inúmeras passagens, escreve muito bem, sem aquela sutileza de um Yasunari Kawabata, que acredito ser predominante na literatura japonesa embora eu mal tenha começado a explorá-la ainda, mas de forma contundente, crua e ainda assim bastante envolvente. Há passagens e trechos filosóficos e existencialistas que nos marcam assim que são lidos, dignos de alguém com um olhar extremamente aguçado para a miséria humana. Jamais me esquecerei dos momentos em que ao virar uma página, nas palavras do próprio narrador, testemunhamos o rabo de vaca que mata a mosca com um golpe inesperado.
Me chamaram a atenção as comparações deste livro com Os Sofrimentos do Jovem Werther, mas ao término da leitura creio que esta seja apenas pelo fascínio que ambas as obras parecem despertar num público mais jovem. Todas as menções à Declínio de um Homem que eu vira até então por conhecidos na internet vinham de pessoas que cuja idade não ultrapassara ainda a casa dos 20. Outro ponto em comum entre as duas obras é o potencial suicida de seus protagonistas, mas as semelhanças param por aí.